Grito dos Excluídos reúne manifestantes no Centro do Recife
A manifestação do Grito Excluídos acontece nesta terça-feira (7) na região central do Recife. A concentração estava prevista para ter início às 10h, mas às 9h já havia movimentação de bandeiras e militantes na Praça do Derby.
O ato político acontece anualmente no dia Sete de Setembro, não tendo ocorrido apenas no ano passado por conta da pandemia da Covid-19.
Segundo Paulo Ubiratan, diretor estadual da CUT, a manifestação deve acontecer pacificamente. “O Grito dos Excluídos é um chamamento da sociedade para a relação dos excluídos. E algumas pessoas que defendem o “Fora Bolsonaro” que sempre participaram do grito estão agregando, estão vindo, porque a luta é a luta do momento. Para que a gente possa diminuir o número de excluídos que aumentaram neste País, a gente tem que tirar Bolsonaro, não tem jeito”.
Neste ano, já em sua 37ª edição, o Grito dos Excluídos traz como tema "Na luta pela participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já!”.
Segundo os organizadores, os manifestantes devem sair da Praça do Derby com destino ao Pátio do Carmo, área central do Recife, às 11h, passando também por toda a Avenida Conde da Boa Vista.
Até o momento, policiais militares acompanham o ato.
Provocações
Durante a concentração, os manifestantes bolsonaristas que passam pelo cruzamento da Praça do Derby têm buzinado e balançado bandeiras verde e amarela em provocação aos militantes de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Os manifestantes da esquerda respondem empunhando as suas bandeiras e indo até a faixa de pedestres para gritar “Fora Bolsonaro” a cada vez que o sinal fica vermelho.
Por conta dos atritos, o trânsito no Derby chegou a ficar bloqueado temporariamente. Um agente de trânsito disse que na avenida foi bloqueado da rua Henrique Dias até a rua Dom Bosco. Quem precisar passar pelo local precisa agora fazer o retorno por trás da praça.
Repercussão
Segundo Paulo Ubiratan, pelo menos 200 movimentos fazem parte da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Os grupos foram convidados a participar do ato, mas, por conta da pandemia. nem todos devem estar presentes.
Além dos movimentos sociais, estudantis e sindicais, políticos também acompanham os atos.
O deputado federal Carlos Veras afirmou que as manifestações políticas do Sete de Setembro sempre foram ocupadas por manifestantes do campo da esquerda. “Sempre foi um dia ocupado pela gente nas ruas, pelos movimentos sociais, pelos movimentos populares, pelo movimento sindical, eu estive à frente da presidência da CUT e todo 7 de setembro nós estávamos sempre aqui defendendo uma verdadeira liberdade, defendendo os direitos da classe trabalhadora. Infelizmente você vê outras pessoas nas ruas defendendo o quê? R$7 da gasolina? A fome que as pessoas estão passando no Brasil, os 125 milhões de brasileiros e brasileiras passando necessidade? O aumento no preço do gás de cozinha e as pessoas se queimando porque não conseguem comprar um botijão de gás? A corrupção da Covaxin, quase 600 mil pessoas mortas pela Covid-19?”, questionou.
A deputada federal Marília Arraes considerou que as manifestações contra o governo são “algo que tem que ser feito”. “Principalmente diante da situação de caos que o Brasil tem vivido e da retirada de direitos que é constante. Na verdade, é um governo que, além de não se preocupar com a vida, cria cortinas de fumaça para encobrir seja corrupção da CPI da Covid, seja retirada de direitos da classe trabalhadora. Por isso, nós temos cada vez mais que ir para a rua e também no dia a dia conscientizar as pessoas”, disse Marília.
Entenda
O Grito dos Excluídos(as) é uma realização da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Nos estados, conta com o apoio das pastorais sociais da Igreja, dos demais movimentos sociais e do movimento sindical.
A manifestação popular surgiu em 1995, como um desdobramento da Campanha da Fraternidade da Igreja Católica. A cada ano, é trabalhado um tema que esteja em evidência na sociedade para dar visibilidade aos excluídos, denunciar os mecanismos sociais de exclusão e propor caminhos alternativos para um Brasil mais inclusivo.