Lideranças políticas criticam decreto de Raquel Lyra

Humberto diz que reunião não será definitiva. Marília Arraes aposta na unidade da legenda - Marcos Oliveira/Ed Machado

Decreto assinado pela governadora Raquel Lyra (PSDB) repercute fortemente entre lideranças políticas. Em publicação do Diário Oficial, a gestor exonerou "todos os servidores da administração direta, autárquica e fundacional ocupantes de cargo de provimento em comissão ou no exercício de função gratificada de direção e assessoramento e de supervisão e de apoio". Além disso, ainda foram revogadas todas as cessões de servidores públicos,  concessão delicenças para trato de interesse particular e licença-prêmio.

O senador Humberto Costa (PT) foi uma das lideranças que manifestou preocupação com a medida. Segundo ele, a decisão é "medida gravosa e deve ser revista". "Estou acompanhando, com muita preocupação, o desenrolar da decisão da governadora Raquel Lyra de exonerar servidores em cargo comissionado e dispensar os que exercem funções gratificadas na estrutura estadual, além de requisitar cedidos, revogar licenças e suspender o trabalho remoto", disse. Segundo ele, a medida necessitaria de diálogo.

"Entendo que uma medida tão gravosa dessa natureza - com impacto sobre vidas de servidores e suas famílias, sobre o serviço público e, acima de tudo, sobre a população de Pernambuco - deveria ter sido pensada e anunciada ainda durante a transição, período de dois meses compreendido entre a eleição e a posse da governadora. Os relatos que me chegam das pessoas são de assombro e parilisia de diversas áreas do serviço público estadual, com pernambucanas e pernambucanos prejudicados pelo vácuo deixado por esse ato de significativo impacto", afirmou.

O senador afirmou que "desde a vitória de Raquel como governadora, o PT de Pernambuco colocou-se numa posição independente, com o viés de contribuir com todas as ações do novo governo em favor do nosso estado". "E, definitivamente, não é o caso dessa. Espero, vivamente, que a governadora reconheça o erro dessa medida e, com a humildade que deve ter todo agente público diante dos seus atos, volte atrás e revogue essa decisão, cujas consequências têm sido extremamente danosas ao povo pernambucano", bateu.

Outra que criticou a medida foi a deputada federal Marília Arraes (SD). A parlamentar disputou contra Raquel o comando do Governo do Estado nas eleições deste ano. Segundo a gestora, a medida careceu de diálogo. "Adotar medidas radicais, sem quaisquer planejamento, apenas por revanchismo, além de demonstrar arrogância podem afetar outros poderes e órgãos das mais variadas esferas, como a Alepe, TCE, prefeituras e até estruturas de outros estados. Gestão, como tudo na vida, deve-se fazer com diálogo e análise detalhada de cada situação", destacou.

Marília Arraes fala em negação da política e diz que "em Pernambuco estamos presenciando o ovo da serpente ser gestado de novo". "A negação da política levou ao fascismo de Bolsonaro e todas as suas consequências. Aqui em Pernambuco estamos presenciando o ovo da serpente ser gestado de novo. Vilanizar, de forma generalizada, cargos comissionados e funções gratificadas é muito prejudicial ao funcionamento do serviço público e aos direitos dos servidores. E foi isso que vimos acontecer nos primeiros dias do novo governo de PE. Assinar e publicar um decreto exonerando sem critérios os cargos comissionados e funções gratificadas é temerário por colocar em risco de paralisia serviços essenciais à população, que não se resumem a saúde, educação e segurança", diz.

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