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Lula convida Silvio Filho para Ministério dos Portos e André Fufuca para o Ministério do Esporte

Márcio França assumirá a nova pasta das Micro e Pequenas Empresas

Silvio Costa Filho - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na tarde desta quarta-feira (6) com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e com os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Rep-Pernambuco).

Os deputados foram convidados, respectivamente, para os ministérios do Esporte e dos Portos e Aeroportos, e aceitaram o convite. A nomeação e posse serão realizadas no retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva da reunião do G20. 

"A nomeação e posse serão realizadas no retorno do presidente Luiz Inácio lula da Silva da reunião do G20. O ministro Márcio França assumirá a nova pasta das Micro e Pequenas Empresas", afirmou o Palácio do Planalto , em nota.

Nesta terça-feira, diante das dificuldades de sacramentar a reforma, Lula se reuniu com os ministros Márcio França (Portos e Aeroportos) e Ana Moser (Esporte), que perderam o cargo. A Casa Civil chegou a elaborar um novo desenho da pasta, ampliada com uma secretaria de jogos eletrônicos, ou games. Fufuca manifestou que o seu partido gostaria de turbinar o ministério com três outras secretarias, voltadas a ações sociais e empreendedorismo.

Além disso, a bancada do PP deseja a criação de um fundo abastecido com recursos arrecadados com a cobrança de imposto sobre apostas esportivas. Isso permitiria repasses de forma mais fácil, sem necessidade formalização de convênios. O governo, porém, resiste à criação das secretarias.

No encontro, Lula disse a Moser que está muito difícil resolver a reforma e que ainda não tinha uma decisão. Fufuca, por sua vez, como mostrou o colunista do GLOBO Lauro Jardim, passou a noite ontem consultando os deputados do PP se apoiam ou não a decisão dele de aceitar o Ministério do Esporte.

Lula também almoçou com Márcio França, que perdeu o Ministério de Portos e Aeroportos para o Republicanos. Ele foi deslocado para o novo ministério criado por Lula, o "Ministério da Pequena e Média Empresa”. A nova pasta será desmembrada do Ministério da Indústria e Comércio, comandado por Alckmin.

Em reunião na terça-feira, França, Alckmin, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, e o prefeito de Recife, João Campos, acertaram que o partido pediria a Lula que o novo ministério chame “Empreendedorismo, Cooperativismo e Economia Criativa”. A legenda também quer que a pasta tenha mais ingerência sobre o Sebrae, iniciativa vista como complicada já que a autonomia do órgão é garantida por lei.

Com a criação do Ministério que será comando por França, que deixa Portos e Aeroportos, o governo chegará ao total de 38 pastas, sendo o maior 1° escalão dos três mandatos do petista. O número só não é maior do que o do segundo governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que teve 39 ministros.

Em seu primeiro mandato, Lula teve 35 ministérios. Após ser reeleito, esse total passou para 37, mesma quantidade do primeiro mandato de sua sucessora, Dilma Rousseff (PT). No seu segundo governo, já enfrentando desgastes junto ao Congresso, a ex-presidente montou um 1° escalão com 39 pastas, o maior número de ministros desde a redemocratização.

Durante a tarde, Fufuca, Silvio Costa e o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, estiveram no Palácio da Alvorada.

Quem é quem
Fufuca substituirá a ex-jogadora de vôlei Ana Moser no Ministério dos Esportes. Já Costa Filho ficará no lugar de Márcio França na pasta de Portos e Aeroportos. Por sua vez, França será deslocado para o Ministério de Pequenas e Médias Empresas, que será recriado.

O deputado do PP é líder do partido desde 2022 e já exerceu outros cargos de destaque na legenda, como a própria presidência nacional. Fufuca comandou o partido em 2021 e 2022, substituindo Ciro Nogueira, de quem é próximo. Nogueira precisou se licenciar após assumir a Casa Civil do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Mesmo no governo passado, o futuro ministro dos Esportes não adotava uma postura de conflito com o PT e, enquanto presidente interino da legenda, permitiu aliança com os petistas em estados como Pernambuco, Ceará e Mato Grosso. Em sua terra natal, o Maranhão, Fufuca faz parte do grupo do ministro da Justiça, Flávio Dino. Na eleição presidencial do ano passado, o PP esteve na coligação de Bolsonaro, mas Fufuca não declarou voto para presidente.

Fufuca fazia parte da tropa de choque do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que abriu o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff em 2015. O escolhido por Lula para ser ministro fez parte da maioria que votou pelo afastamento da petista na época. Ele foi eleito deputado federal em 2014 pelo PEN, hoje denominado Patriota, e apoiou Aécio Neves (PSDB) contra Dilma.

De nome André Luiz Carvalho Ribeiro, o deputado também é conhecido como "Fufuquinha". O apelido foi herdado do pai Francisco Dantas Ribeiro, também conhecido como Fufuca e prefeito de Alto Alegre do Pindaré (MA).

O futuro ministro está em seu terceiro mandato como deputado federal. Ele se notabilizou nacionalmente pela primeira vez em 2017, quando assumiu o comando da Câmara de forma temporária. Na época ele era o segundo vice-presidente da Casa. Isso aconteceu porque o então presidente Michel Temer viajou para fora do país. Dessa forma, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assumiu o Palácio do Planalto. O o primeiro vice, Fábio Ramalho, também havia viajado. Fufuca é filiado ao PP desde 2016 e também já passou pelo PSDB e PSD.

Já Silvio Costa Filho tem um histórico mais constante de apoio ao PT. Ele é filho do ex-deputado Sílvio Costa (Republicanos-PE), que foi um dos poucos membros do Centrão que permaneceram no apoio a Dilma durante o processo de impeachment. Costa Filho sempre fez parte do mesmo grupo que o PT em Pernambuco.

Na eleição presidencial do ano passado, declarou publicamente apoio a Lula mesmo com o Republicanos estando na coligação de Bolsonaro. O seu pai foi eleito suplente na chapa liderada pela senadora Teresa Leitão (PT-PE).

Apesar disso, durante o governo Bolsonaro, o futuro ministro de Portos e Aeroportos manteve uma relação de proximidade com o governo passado e chegou a relatar um projeto caro ao ex-ministro da Economia Paulo Guedes e hoje criticado por Lula, que foi a autonomia do Banco Central. Costa Filho passou a se distanciar com a proximidade da eleição de 2022.

Ele está em seu segundo mandato como deputado federal e antes já foi deputado estadual, vereador e secretário estadual de Turismo na gestão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.

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