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"Mais do que nunca, as pessoas esperam a política da coerência, do fazer", diz João Campos

Prefeito reeleito participou do programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7, desta segunda (7)

Arthur Mota/Folha de Pernambuco

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O prefeito reeleito do Recife, João Campos (PSB), em entrevista via telefone ao programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7, comandado por Jota Batista e com participação da colunista de política da Folha de Pernambuco, Betania Santana, na manhã desta segunda-feira (7), avaliou o resultado da eleição de ontem, que o fez vitorioso no primeiro turno, com uma votação recorde.  O prefeito entrou no ar durante a entrevista presencial com o deputado estadual e presidente do PSB de Pernambuco, Sileno Guedes.   

João Campos prometeu seguir trabalhando para agradecer a votação recorde que recebeu. "Há poucas horas, tivemos uma vitória maior da história da nossa cidade, carregado de gratidão e de responsabilidade. Gratidão por ter tido uma vitória desse tamanho, a generosidade do povo, e a certeza que a gente vai seguir trabalhando, fazendo o que o Recife espera de nós, e o que a gente pode fazer para retribuir tudo isso", disse. 

Para o prefeito reeleito, a vitória dele se deve, antes de tudo, ao trabalho. "Mais do que nunca, as pessoas esperam a política da coerência, do fazer. Então, as pessoas reparam o que é que cada um está fazendo, se está trabalhando, qual é a história que nos traz a ter uma narrativa na eleição. A gente buscou trabalhar os quatro anos, presente na cidade, fazendo tudo que estava ao nosso alcance, dizendo às pessoas também aquilo que não dava para ser feito, o porquê não dava, quando a gente faria. Agora, chegou a hora de poder colher esse reconhecimento", explicou.  

João disse que não esperava uma votação maior, que o sentimento dele era só de ganhar a eleição. "Confesso que, primeiro, meu sentimento era de poder ganhar a eleição. Lembro que no final do ano passado já atingia um patamar alto de avaliação, (...) e a gente o tempo todo trabalhando mais e segui fazendo aquilo que a gente acreditava. Eu tinha expectativa de ser reeleito. Se me perguntassem na retinha final o que eu achava que daria, eu disse a algumas pessoas que achava que era algo em torno de 70% ou 75%, um sentimento pessoal dos últimos dias, baseado em pesquisas", disse.

Quanto ao fato de não ter escolhido um vice do PT pudesse afastar a militância petista para Dani Portela (PSOL) e quanto ao público evangélico que migraria para Gilson Machado (PL), especulações que pelo resultado da eleição não aconteceram, João foi direto. "Acredito que a gente teve uma candidatura ampla. Eu sempre disse que contem comigo para juntar. Não contem comigo para dividir. A minha postura, não só na eleição, mas no governo, na nossa gestão foi de juntar. E esse reconhecimento veio. Então, quando você pratica o que fala, o resultado é colhido através da coerência. As pessoas reconheceram isso e, de fato, os números apontam", detalhou.

Para o gestor, a candidatura dele teve uma maioria de votos de vários estratos da sociedade. "Seja de posição religiosa, de posição política...Eu acho que é uma votação ampla, larga, do tamanho do povo do Recife. Então, a gente não fez do nosso espaço de disputa um espaço de divisão, de marcação de diferenças. Isso fez diferença não só para a eleição, mas para a cidade", justificou.  

Quanto ao fato de não ter nacionalizado a eleição local e ter conseguido votos de segmentos bem diferentes, João disse que a campanha era do Recife. "Eu falei do Recife o tempo inteiro. Eu falei dos problemas, das virtudes, das obras, das entregas, das pessoas. Os adversários que passaram mais tempo falando da nossa candidatura do que do Recife. As pessoas sabem da minha posição política, que eu sou eleitor do presidente Lula (PT). Agora, eu estou no papel de juntar. Eu não estou disputando uma eleição para marcar uma posição política, até porque eu já tenho posição e não preciso ficar provando para ninguém", afirmou.

O prefeito complementou, dizendo que quem quiser vir ajudá-lo a fazer o Recife crescer e se desenvolver, vai ser bem acolhido. "Tem uma frase de Dom Hélder que materializa isso: "se você pensa diferente de mim, você não me diminui, você me acrescenta". Então, não estou aqui para juntar só quem pensa igual. Estou para juntar quem pensa diferente também. Isso é o conceito de frente". 

Quanto a ter, mais uma vez, conseguido maioria na Câmara Municipal, o prefeito disse que fica feliz de ter feito a maior bancada do partido da história do PSB. "Nós fizemos 15 vereadores do nosso partido, isso dá 40% da bancada. Tivemos o vereador mais votado, Romerinho Jatobá, nosso presidente da Câmara, que inclusive teve a terceira maior votação da história. Isso mostra a construção política. Não é só a candidatura a prefeito que teve um grande resultado", detalhou. 

Indagado se conseguiu ressuscitar a esperança do povo acredita que política serve para alguma coisa, além do blá-blá-blá, da troca de favores e compra de votos, e também se a responsabilidade dele aumenta com essa vitória histórica, o prefeito fez uma comparação com a eleição de 2020.

"A responsabilidade é grande. Na eleição passada, eu fui (eleito) o mais jovem (prefeito) da história das capitais. Eu tive no segundo 30% dos votos totais, 56% dos votos válidos, mas eu queria fazer uma comparação aqui. O primeiro turno de 2020, nós tínhamos 29% dos votos. Agora, o mesmo primeiro turno, quatro anos depois, 78% dos votos. Isso é uma diferença muito grande de votos. Isso traz uma responsabilidade grande e ao mesmo tempo eu acredito que um recado desse tamanho é também um gesto de credibilidade, de confiança (dos eleitores)", pontuou.

Para ilustrar o ponto de vista dele, o prefeito recorreu a uma frase do pai, Eduardo Campos. "Meu pai dizia uma coisa, eu lembro dele falando isso em 2014, que toda vez que a população se afasta da política, ela piora. Se quiser manter a política boa, ela tem que estar junto das pessoas. É um controle social. Então, estar junto das pessoas é a essência de você fazer bem feito. Eu vou seguir desse jeito, na rua perto das pessoas, estando junto no bom e no ruim, no fácil e no difícil", lembrou.  

O prefeito também falou em desmontar palanque e governar para todos. "Palanque tem que ser montado na eleição. Depois da eleição é desmontar palanque e governar para todo mundo. Se grato e lembrar que quem me elegeu, quem me colocou na cadeira, mas não usar do mandato como um instrumento de divisão. A partir do momento que a eleição passa, governar para todos: para quem gosta, para quem não gosta, para quem votou e para quem não votou. E assim vou seguir fazendo", disse.

Em relação ao segundo turno em Paulista, onde o PSB tem um candidato (Júnior Matuto), e em Olinda, onde o PSB apoia Vinicius Castello (PT), o prefeito revelou qual será a participação dele nos dois municípios. "Conversei ontem com Vinicius, devo falar hoje com Júnior, e vamos estar à disposição para ajudá-los da melhor forma. São dois aliados que eu torço e pretendo trabalhar para ajudá-los. Pessoas que eu sei que podem fazer gestões exitosas e que vão contar com nossa ajuda", esclareceu.        

Ele também parabenizou a candidata a prefeita de São Paulo Tabata Amaral (PSB), noiva dele, que não foi para o segundo turno. "Tabata teve um desempenho gigante. A capacidade que ela teve de fazer o bom combate, de enfrentar uma eleição extremamente difícil, com desvio para além de caráter, com desvio de comportamento, transgressão das leis, como a gente viu. Não é uma tarefa fácil. O sentimento que eu tenho e que eu escuto é que Tabata sai maior da eleição. Ela saiu com um importante resultado político e eleitoral. Com certeza, está no meio de uma caminhada, não está no início nem no fim da caminhada. E certamente ela terá ainda grandes missões, cumprindo no Estado dela, que é o grande Estado da federação", explicou. 

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