Manifestação bolsonarista no Recife pede anistia para condenados do 8 de janeiro
Apoiadores de Bolsonaro realizaram ato, apesar do chamado para concentração no Rio de Janeiro
Manifestantes se reuniram na tarde deste domingo (16), na Avenida Boa Viagem, no Recife, em apoio ao ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro. Os grupos pediram anistia para os envolvidos no 8 de janeiro e realizaram protestos contra o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Havia muita incerteza sobre a realização do ato no Recife. Isso porque Jair Bolsonaro pediu que os manifestantes se concentrassem em Copacabana, no Rio de Janeiro, para passar uma imagem mais forte. O protesto em Pernambuco chegou a ser cancelado, mas os organizadores voltaram atrás e decidiram mantê-lo. "Até desisti do ato, mas as pessoas começaram a me procurar pedindo para eu voltar atrás. Foi quando decidi manter, estamos aqui", disse Fátima Machado, presidente estadual do grupo Guardiões da Nação, um dos organizadores da manifestação.

Os deputados estaduais Joel da Harpa e Renato Antunes, além do vereador do Recife, Thiago Medina (todos do PL), optaram por participar da manifestação de Boa Viagem, não de Copacabana.
"Vários grupos de direita pediram a minha permanência aqui em Recife. Apoiei o movimento de Copacabana, mas resolvi estar aqui no Estado para ficar mais perto e também ser mais uma pessoa para organizar e apoiar aqueles que estão no movimento aqui na Avenida Boa Viagem", disse Joel da Harpa.

Durante os discursos, nos trios — adquiridos com ajuda do deputado federal Coronel Meira (PL) e do vereador do Recife Felipe Alecrim (Novo) — os líderes criticaram, também, o prefeito João Campos (PSB), afirmando que Recife é a "capital mais socialista do Brasil". Raquel Lyra (PSD), por outro lado, foi elogiada. " (Quero) Agradecer ao Governo do Estado pelo apoio de sempre da Polícia Militar, que, diferente da Guarda Municipal do Recife, sempre atende nossas solicitações", disse um dos organizadores, no trio.
Presença
O vereador Thiago Medina disse que estava presente no ato pernambucano, não no Rio de Janeiro, por motivos familiares. Segundo o parlamentar, a adesão recifense foi boa, com cerca de "300 ou 400" pessoas na Avenida Boa Viagem.
"Aqui em Recife foi algo espontâneo. Acredito que se tivesse sido algo marcado, seria muito maior. Mas para algo espontâneo, que não teve político ou grande organização convocando, teve mais gente do que eu imaginava. Imaginava que seriam 50 ou 100 pessoas, mas deu muito mais", disse.

Por outro lado, manifestantes presentes disseram que esperavam mais pessoas no ato de hoje. "Acredito que o ato poderia ser melhor aqui em Recife. Entendo que ele foi direcionado para o eixo Rio-SP, mas, na minha opinião, existe um receio pelos eventos do 8 de janeiro. As pessoas têm medo de ser penalizadas", disse Alexandre Souza, militar da reserva.
"Rio e São Paulo estão dando de 10 a 0. Imaginei que viessem mais pessoas aqui. Mas a população está com medo de retaliação. Estamos vivendo uma ditadura sem precedentes", disse Delfino Mendes, empresário.