Marília e Raquel ficam frente a frente em primeiro debate do segundo turno, na Fiepe
Encontro foi promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe)
Candidatas a governadora de Pernambuco, Marília Arraes (SD) e Raquel Lyra (PSDB) participaram, na manhã desta terça-feira (18), no Recife, do primeiro debate do segundo turno desta eleição.
O encontro foi promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) e ocorreu no auditório da instituição, localizado na Casa da Indústria, em Santo Amaro, área central do Recife.
O debate colocou as duas candidatas em embate direto pela primeira vez neste pleito. A mediação foi do jornalista Aldo Vilela, da CBN Recife.
O o presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Eissenger, abriu o encontro dando boas-vindas às candidatas Marília Arraes e Raquel Lyra. “Hoje é um dia importante para nossa democracia. A Fiepe reforça seu papel na construção de uma sociedade justa e com economia sustentável”, destacou Essinger.
INÍCIO DO DEBATE
Nas considerações iniciais, a candidata Raquel Lyra reforçou seu currículo e afirmou que o debate "é uma oportunidade no pior momento da nossa historia. Dois milhoes de pessoas passando fome, alta carga tributária".
Já Marília afirmou que o debate "É uma oportunidade de pensar o futuro do Brasil". "E Pernambuco precisa voltar a ter respeito. Temos grande potencial. Alegria estar num debate entre duas candidatas", ressaltou.
A primeira pergunta coube ao empresário Rafael Coelho, para Marília Arraes. Ele questionou sobre a adutora do Agreste, que começou há oito anos e não foi concluída ainda:
"De fato, é um dos grandes problemas que afligem Pernambuco. Há oito anos faço oposição. Diferentemente da minha adversária nunca fiz campanha pra Paulo Câmara. E seu pai ajudou a elegê-lo. Seja para os grandes investimentos seja para as famílias, é preciso melhorar a Conpesa, o fornecimento de água. Essas grandes obras precisam de parceria. As quatro barragens que deveriam já ter sido concluídas. Por isso, precisamos de um aliado no governo federal. E nós vamos ter o presidente Lula", respondeu a candidata.
Por sua vez, Raquel Lyra respondeu a Marília que "são dois milhões sem acesso à água, Pernambuco tem o pior rodízio do Brasil. Tem que ser prioridade. É preciso muito trabalho para mudar isso. Disse wue vai trabalhar osra que a agua chegue à torneira do povo".
Em réplica, Marília afirmou que "Arraes deixou Pernambuco mais de 100% eletrificado, mesmo com um presidente adversário. Ele tinha articulações. Nós teremos e vamos resolver o problema da água em Pernambuco".
O questionamento seguinte coube a Bruno Veloso, que questionou Raquel Lyra sobre educação profissional:
"O emprego é a maior preocupação do Estado. Nós faremos o maior programa de qualificação da historia de Pernambuco, vamos garantir acesso à crédito. A gente faz isso com ação. Temos grandes oportunidades nos polos de Pernambuco e vamos garantir políticas públicas".
Por sua vez, Marília falou sobre dados de Caruaru, Agreste do Estado, reduto de Raquel, ex-prefeira da cidade. "O problema do desemprego não foi reduzido. Pernambuco não vai estender tapete vermelho pra quem vem de fora. Desconfio que vocês tenham combinado. Agora, seu time e o de Bolsonaro. A gente vai fazer".
Em resposta, Raquel afirmou que Marília é "a candidata das fakes news que coloca aqui uma mentira. Não é hora pra brincadeira, mudei meu municipio vou fazer por Pernambuco também".
A terceira pergunta coube ao empresário Felipe Coelho, para Marília. Ele questionou: Qual a sua proposta para gerar emprego e renda?
"Vamos melhorar o ambiente de negócios, reduzir a desburocratização. Muitas vezes travada, empresário é tratado como bandido, quando a segurança piora. Vamos fazer as articulações necessárias com o Governo Federal. Fazer a transnordestina, tirar o arco metropolitano do papel, sem prejudicar o meio ambiente. Um governo que se preocupe com o Estado e nós sabemos o que precisa de infraestrutura".
Raquel ressaltou que reduziu, enquanto prefeita de Caruaru, "o tempo medio de abertura de empresa, propomos menos tributo. Não da para confiar numa candidata que está ao lado de Paulo Câmara". Marília respondeu, em tréplica, que a candidata do PSDB estava falando mais de Paulo Câmara do que Danilo Cabral, no primeiro turno. "Você nunca conseguiu levar voos noturnos para Caruaru, e nós estamos falando a verdade, sim".
A seguir, Raquel Lyra respondeu ao sindicalista José Simon, sobre ambiente de negócios e déficit habitacional de Pernambuco:
"Trinta mil pessoas moram em palafitas e 10 mil unidades habitacionais não concluidas. Eu vou terminar isso. O aeroporto de Caruaru é do governo do Estado. Como governadora vou resolver isso. Vou construir 50 mil habitações".
Sobre o tema e resposta de Raquel, Marília comentou que o discurso da sua oponente estava muito parecido com o de Paulo Câmara. "Se quiser, dá pra fazer. De habitação, eu entendo. Fui quem mais se preocupou. Há anos que trabalho com áreas conturbadas e trabalho por uma política efetiva. Agora, você conheceu agora Jardim Monte Verde e outras áreas".
SEGUNDO BLOCO DO DEBATE
O início do segundo bloco do debate entre Raquel e Marília, se deu com a candidata do PSDB questionando o plano de governo da sua oponente que, segundo ela, com 12 paginas pode ser lido em dois minutos:
Em resposta, Marília afirmou que "Em primeiro ligar, importante ressaltar as semelhanças que você tem com Paulo câmara. O plano de governo vai sendo construído, é construído nas ruas. Estamos avaliando as propostas que recebemos do PT e do PSOL. Você construiu o seu plano com Anderson Feeeeira, o candidato de Bolsonaro. Não sei quantas páginas seu plano de governo tem, mas você precisa assumir com quem estar: com Lula ou Bolsonaro. Quer ser a Diana do pastoril, ganhar votos de todos os lados. Pernambuco sabe que eu sou oposição".
Raquel respondeu que o plano de governo é o manual para governador. "Fiz assim em Caruaru. Ouvi as pessoas. Vovê reclamou de fake news e continua", concluiu. Na tréplica, Marília afirmou: "Sua campanha é que dispara fake news sobre minha moral, minha religião, desde a segunda-feira (depois do resultado do primeiro turno). É preciso ter lado. Ser uma líder e ao uma gerente".
A pergunta seguinte foi feita de Marília para Raquel Lyra: Bolsonaro praticamente se declarou pedófilo e você não se posicionou. Por que você não assume que é a candidata de Bolsonaro em Pernambuco?
Em resposta, Raquel afirmou a Marília sobre neutralidade política: "Eu sempre digo que minhas atitudes falam mais que minhas palavras. Fui prefeita e tive cuidados com crianças e a juventude. Eu ampliei investimentos nessa area. Não vou declarar meu voto a presidente da República".
Em conclusão, na tréplica, Raquel Lira afirmou estar perplexa, ressaltando que não chegou a assumir a presidência da Funase".
A seguir, Raquel questionou Marília sobre segurança pública.
"Um gerente não dá certo pra governar Pernambuco. Sou contra o desgovernador. Vamos mudar o sistema de segurança pública, as policias vão responder diretamente à governadora. Mais uma vez como Paulo Câmara, você trata as pessoas como números. A violência diminuiu um pouco porque o Estado foi pra lá. Caruaru está numa situação difícil. Quem conhece Caruaru não vota em Raquel", ressaltou Marília Arraes.
Em resposta, Raquel Lyra afirmou: "Não consigo nem desmentir tudo que ela fala. A gente vai tratar da segurança como fiz rem Caruaru chamando a responsabilidade para mim. Reduzimos os homícidios em 50%".
Na tréplica, Marília afirmou que o período de Raquel como secretária "foi um período de terror". "Um rapaz foi decapitado e jogaram bola com a cabeça dele na Funase. Você foi demitida por
Na vez de Marília fazer a pergunta, ela questionou como Raquel vai resolver os problemas de Pernambuco?
"Numa coisa a gente concorda, Paulo Câmara abandonou Pernambuco. Eu me preparei para cada passo que dei na vida, fui eleita duas vezes deputada. O que me ensinou mesmo foi ser prefeita. A gente conseguiu tirar tudo do papel. Vamos concluir as obras das barragens. Mas a gente só faz se não tiver acordo, panelinha".
Em seguida Marília afirmou que Raquel não respondeu como vai dar andamento a grande sobras com o presidente que é o candidato dela e não gosta de Pernambuco. "Em 2014, o pai dela foi o maior apoiador de Paulo Câmara, com todo respeito João Lyra (pai de Raquel na plateia). Bolsonaro não vai liberar um centavo para Pernambuco".
Na tréplica, Raquel afirmou que "para conclusão dessas obras tem 400 milhões em caixa. Pernambuco está cansado de um grupo que se encastelou no poder".
TERCEIRO BLOCO
O terceiro bloco do debate entre as candidatas trouxe o tema "Educação", em sorteio realizado com Marília fazendo a pergunta para Raquel Lira:
Em 2017, na sua primeira gestão em Caruaru, você foi investigada sobre a verba pra merenda e que as crianças não estavam recebendo o kit durante a pandemia. Como você se explica?
"Em Caruaru o desafio foi transformar por educação. Ampliamos 5 mil vagas de creche. Trabalhou para melhorar a merenda escolar, ampliamos a rede de educação integral, levamos a saúde para a escola. A gente trabalha com transparência e efiência do gasto público".
Em réplica, Marília afirmou que "Das vagas de creches que você entregou maior parte foi da gestão anterior. Você gosta de prometer e não cumprir. Mas você não falou das crianças que não receberam os kits de merenda na pandemia. Quando receberam era metade. Fale a verdade, Raquel!". A oponente respondeu: "Ouviu o galo cantar e não sabe onde. A gente vai construir 50 mil. de creches".
O tema seguinte sorteado para pergunta foi sobre emprego e coube a Raquel questionar.
"Eu queria pedir a minha equipe que conte quantas vezes ela (Raquel) falou o nome de Paulo câmara. Mais que a mulher dele. Eu nunca conversei cinco minutos com Paulo Câmara. Ele diz o que ele quiser, vota em quem quiser, eu tenho posição. Vamos resolver a questão do emprego com qualificação profissional, desburocratização, melhoria do CPRH e de outros órgãos , segurança jurídica que as empresas precisam ter. Todos os empresários terão confiança. Porque quando a gente tem lado se faz confiar".
Em réplica, Raquel respondeu que: "(Marília) ela foi secretaria de Geraldo Julio e diminuiu vagas no mercado de trabalho na época. Vamos garantir investimentos na infaestrutura. O plano de governo dela é uma carta de intenção".
"Fui secretária e foi um dos motivos para sair do partido depois porque não priorizam muita coisa", devolveu Marília.
Voltando a vez para Marília fazer pergunta a Raquel, a candidata do Solidariedade questionou: "Pernambuco é um dos Estados mais lentos para se abrir empresa e já também dificuldade de diálogo com os empresários. Qual sua proposta?"
"Pernambuco precisa voltar a crescer. Vamos melhorar o ambiente de negócios. Pernambuco e um dos piores estados para investir. A gente trabalhar com o Bora Empreender. Vamos reduzir carga tributária, investir em infraestrutura"., respondeu Raquel Lyra.
Por sua vez, Marília devolveu que: "O empreendedor hoje é penalizado com o excesso de burocracia. Não vamos perseguir quem é pobre, como aconteceu em Caruaru com os ambulantes, por exemplo. O governo tem prazo para dar licenças. Caso contrário o requerente terá a licença aprovada".
Raquel respondeu afirmando "Já fiz meu trabalho por Pernambuco".
A seguir, Raquel Lyra perguntou a Marília sobre o tema "Tributação". A candidata do Solidariedade começou respondendo citando Paulo Câmara e Raquel:
"Esse apoio de Paulo Câmara, com certeza, foi combinado com você. Assim como foi combinada a entrevista com Ricardo Teovaldo. O problema do tributo e nacional. Você é seu partido querem a cobrança de altos impostos. Nós vamos brigar pra reduzir a carga tributária. É necessário articulação, para que a reforma tributária aconteça. Articulação eu tenho. Dos 13 impostos que temos, a maioria é nacional Pernambuco não é uma ilha".
"A senadora Teresa Leitão disse que Marilia é um retrocesso. Vamos diminuir impostos, diminuir IPVA de verdade. A gente quer mudança", devolveu Raquel. Em tréplica, Marília afirmou que não vai reduzir o IPVA mas isentar de alguns tipos de motos e de veículos com mais de dez anos. "Enquanto você quer reduzir, vamos diminuir o papel penalista. Você se parece com Bolsonaro também nesse momento. Ele acha que a solução está em reduzir o ICMS", concluiu Marília Arraes.
ÚLTIMO BLOCO
O derradeiro bloco do debate será de perguntas feitas pelo mediador, Aldo Vilela, para cada uma das candidatas, que não terão direito a réplicas e tréplicas.
O arco metropolitano e uma ferrovia no Sertão até o Litoral do Estado são fundamentais para o desenvolvimento de Pernambuco. Caso eleita se compromete em entregar essa obra?
Raquel Lira: Vou trabalhar para entregar essas obras.
Marília Arraes: Vamos, sim. Sozinho Pernambuco não resolve.
O tamanho da máquina pública e a eficiência nos gastos são fundamentais para uma boa gestão. Prometem diminuir os gastos no decorrer do mandato?
Raquel Lira: Vou reduzir gastos. Fiz isso em Caruaru.
Marília Arraes: Já durante a transição vamos apresentar um plano de mudança e enxugamentos.
Pergunta sobre o Sistema S e educação:
Raquel Lira: Já fiz isso, inclusive gsnhoms premios com isso.
Marília Arraes: Vai ser um dos principais parceiros com as escolas técnicas.
Burocracia que as empresas enfrentam com o governo:
Raquel Lira: nos vamos reestruturar o licenciamento em Pernambuco.
Marília Arraes: Vamos ter 60 dias para que essas licenças sejam concedidas. Caso contrário, o requerente terá a licença.
Gás encanado no Sertão:
Raquel Lyra: Sim, vamos levar. Precisamos atrair novos negócios.
Marília Arraes: Hoje o vale do São Francisco tem rede de distribuição. No Araripe a demanda é grande. Vamos executar com iniciativa privada e governo federal
Sobre regularização fiscal pra empresas:
Raquel Lyra: Sim. Gsrantir que todo mundo que gerar negócios.
Marília Arraes: Empresário será tratado como amigo e não como bandido
Independentemente do resultado para presidente se compromete a manter o diálogo?
Raquel Lyra: Qualquer que seja o presidente, o interesse maior é Pernambuco.
Marília Arraes: Vou fazer isso com a articulação que tenho demonstrado ao longo da minha vida. E eu tenho lado: Lula
Adoção de tarifas baixas em Suape:
Raquel Lyra: Garantimos isso. Vamos fazer isso
Marília Arraes: Com a volta da autonomia, competitividade maior. Vamos reduzir as tarifas e con o presidente Lula vamos conseguir.
Sobre investimentos:
Raquel Lira: A gente vai fazer isso em Pernambuco e não ré com discurso. É com atitude.
Marília Arraes: Vamos fazer enxugando a máquina, buscando recursos e nos unindo à iniciativa privada.
Reduzir fundo de equilíbrio fiscal:
Raquel Lyra: A gente vai revisar o fundo fiscal e vamos trabalhar para reduzir a carga tributária
Marília Arraes: Nosso compromisso com vocês da Fiepe é esse é dar segurança jurídica. Vai ser palavra de ordem
CONSIDERAÇÕES FINAIS DAS CANDIDATAS:
Marília Arraes: "Estive ao menos duas vezes em cada município ao longo da minha vida. Liderada por quem quer mudar, ao lado do povo. Pernambuco é fashion, é polo gesseiro, e o Vale do São Francisco, são as Matas (Sul e Norte). A gente dá a oportunidade de Pernambuco muda,r aliado com quem Pernambuco quer no País. Gerente a gente contrata para executar as decisões que o líder toma. Vamos fazer um Pernambuco para nossos filhos, Raquel. Qual o Pernambuco que a gente quer daqui a 30 anos? E principalmente com o presidente Lula que se preocupa com o Nordeste. Bolsonaro quer o Nordeste com as migalhas do Sul e Sudeste. Que Deus abençoe você, Raquel. E lhe dê equilíbrio emocional".
Raquel Lyra: "Quero agradecer a todos. Pernambuco vive o pior momento da nossa historia. Pernambuco quer mudanças. Minha candidatura não é um projeto pessoal. Não acordei um dia com vontade de ser governadora. De cada quatro crianças, uma passa fome aqui. A gente vem se apresentar para mudar. Eu quero ser a governadora que vai cuidar das casas, das mães. Pernambuco é grande, mas tem um governo que pensa pequeno. Fui a prefeita que mudou Caruaru e quero mudar Pernambuco também".
Leia Também
• "Não vou fazer campanha para nenhum candidato a presidente", diz Raquel Lyra na Rádio Folha
• Após se sentir mal, Marília Arraes cancela agenda da noite desta segunda-feira (17)
• Marília Arraes critica participação de Bolsonaro em debate: "Tem compulsividade em mentir"
Veja também
Morre aos 63 anos o deputado estadual José Patriota
