Memorial da Justiça é tombado pelo Iphan
O prédio é o primeiro bem ferroviário de Pernambuco tombado pelo Iphan
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) promoveu, ontem, a cerimônia de tombamento do Memorial da Justiça na Estação do Brum, localizado no Bairro do Recife. O evento marcou o reconhecimento do espaço como bem de interesse histórico e cultural, garantindo a preservação do espaço e a possibilidade de novas parcerias e investimentos. O prédio é o primeiro bem ferroviário de Pernambuco tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
As autoridades presentes destacaram a importância do tombamento para o fortalecimento da memória do Judiciário no estado.
“É preciso registrar esse momento de importância do tombamento porque isso possibilita a chegada de recursos externos. Vamos lutar por isso e começar a encaminhar os expedientes, ainda essa semana, para que a gente possa receber investimentos externos e melhorar ainda mais a estrutura, não só do memorial físico, mas também do memorial digital, que vamos ampliar ainda este ano”, afirmou Ricardo Paes Barreto durante a solenidade.
O presidente da Comissão de Gestão e Preservação da Memória do TJPE, desembargador Alexandre Assunção, destacou que o reconhecimento pode contribuir diretamente para o trabalho de tratamento dos documentos antigos:
“A gente trouxe vários processos históricos para cá e a gente tem aqui um laboratório onde tratamos esses processos, os quais a gente oferece para pesquisa. Com esse tombamento, a gente ganha um reforço que permite que o TJPE procure recursos em outras áreas para preservação do espaço e dos documentos”, explicou.
Processos
O Memorial da Justiça abriga processos desde o século XVIII e é aberto à visitação gratuita. O acervo também está disponível de forma online. A gerente do Memorial da Justiça, Cristiane Raposo, destacou que os documentos disponíveis possibilitam a pesquisa de temas que envolvem diferentes momentos da história social do estado.
“Aqui podemos pesquisar assuntos que podem ser levados à justiça, que envolvem vários dilemas da sociedade, como o cangaço. Temos aqui os processos de Lampião, que são muito demandados por pesquisadores. Também temos processos sobre capoeira, que era tipificada como crime”, exemplificou.
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Estação
A Estação do Brum passou a integrar o Poder Judiciário no Estado em 1999, por meio de uma concessão de uso cedida ao Tribunal de Justiça de Pernambuco para a revitalização do prédio, que, em 2001, tornou-se a sede do Memorial da Justiça. O prédio vincula-se à Comissão de Gestão e Preservação da Memória do TJPE, desenvolvendo trabalhos nas áreas de museu e arquivo, contando também com uma biblioteca especializada de apoio às suas atividades.
Na unidade estão guardadas preservadas, e organizadas a documentação histórica da justiça pernambucana, de modo a disponibilizar seu acervo à pesquisa, tornando-o acessível ao público em geral.
A exposição permanente do Memorial, intitulada “Da Casa da Relação ao Tribunal de Justiça de Pernambuco”, apresenta um panorama da história do Judiciário estadual, com painéis informativos, fotos, mobiliário, objetos históricos e processos antigos. Há ainda uma sala ambientada como a de um desembargador, com explicações sobre as funções do cargo e retratos dos primeiros integrantes da Corte.
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