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Morre, aos 93 anos, o ex-deputado estadual pernambucano Deminha

Importante figura da política pernambucana, Deminha era pai do parlamentar Waldemar Borges

Waldemar Borges Filho, o Deminha - Foto: Jedson Nobre/Arquivo Folha de Pernambuco

Faleceu, na manhã desta sexta-feira (29), o ex-deputado estadual Waldemar Alberto Borges Rodrigues Filho. Morte natural. Deminha, como era conhecido, havia completado 93 anos no início de novembro.

Ele deixa a esposa Lucia Borges Rodrigues, quatro filhos — entre eles o atual deputado estadual Waldemar Borges (PSB) — e sete netos.

O velório será ainda nesta sexta, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no Recife, a partir das 17h. O sepultamento, logo em seguida, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista.

Familiares lamentam
Através de sua assessoria, Waldemar Borges Neto, filho de Deminha, lamenta a morte do pai.

“É um momento de muita dor e tristeza, mas também de agradecimento. Quero agradecer o privilégio, muito grande privilégio, de ter contado com um pai cuja vida foi um testemunho de decência, correção, generosidade e coerência. Valores que ele transmitiu, sobretudo, através de atitudes - algumas tomadas em momentos muito difíceis. Os ensinamentos repassados através dos inúmeros exemplos que deixou, continuarão sempre a inspirar nossos passos.", afirmou em nota.

Luciana Santos, ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo Lula (PT), e nora de Deminha, lamentou a morte do sogro em uma publicação nas redes sociais.

"Nosso dia começou com mais uma dolorosa despedida. Faleceu nosso amado Deminha, pai de Waldemar Borges. Deminha sempre foi mais que um sogro encantador, um pai zeloso e um avô amoroso. Foi um amigo, um conselheiro, um exemplo. Um defensor incansável da democracia, um homem que por toda a sua trajetória trabalhou pelo bom e pelo justo. Afável, arguto, combativo e corajoso plantou uma semente e um legado que vejo crescer e se multiplicar nos filhos e netos. A gente queria ter a honra de passar mais tempo em sua presença. A gente vai guardar seu exemplo, sua inspiração e sua memória com todo amor, para sempre.", escreveu.

Políticos prestam homenagem
O deputado estadual Sileno Guedes (PSB), companheiro de partido e amigo de Waldemar Borges Neto, prestou sua última homenagem para Deminha.

"Perdemos hoje o ex-deputado Waldemar Borges Rodrigues. Cassado pela ditadura, Deminha teve papel de destaque na luta sindical no campo e no contraponto ao regime militar. Mesmo sem mandatos eletivos, ele sempre exerceu um forte papel político em Pernambuco. Era sensível, sereno, bem-humorado e atencioso, características que carregava consigo e usava em favor daqueles que o rodeavam. Guardo boas lembranças do período em que atuamos juntos na Secretaria de Articulação Social e Regional no Governo Eduardo Campos. Aos seus familiares, em especial, o amigo deputado Waldemar Borges, expresso meu profundo pesar neste momento de despedida.", disse em nota.

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), também utilizou as redes sociais para expressar suas últimas homenagens e manifestar solidariedade aos familiares e amigos.

Grande perda o falecimento de Waldemar Borges Filho, o Deminha, ex-deputado estadual que teve um importante papel na luta e manutenção da democracia. Em nome do deputado @waldemar_borges e da ministra @lucianasantos, me solidarizo com toda a família e amigos.

A governadora Raquel Lyra (PSDB) também deixou uma mensagem de solidariedade. "É com pesar que recebi hoje a notícia do falecimento do ex-deputado estadual Waldemar Borges Rodrigues. A minha solidariedade a seu filho, deputado estadual Waldemar Borges, e em nome dele, à família e aos amigos neste momento de despedida", afirmou a chefe do Executivo.

 

Trajetória
Waldemar Alberto Borges Rodrigues Filho, conhecido como Deminha, nasceu no Recife, no dia 08 de novembro de 1930. Começou a fazer política como estudante no Diretório Acadêmico de Agronomia. Ingressou formalmente na política em 1962 quando foi nomeado para a Superintendência para a Reforma Agrária – Supra.

Em 1964, por ser muito ligado aos sindicatos rurais e as Ligas Camponesas, Miguel Arraes pediu a ele para mobilizar os camponeses para resistir ao golpe militar, mas voltou dos engenhos que visitou com poucos camponeses e acabou sendo recebido pelo Exército. Acabou tendo que entrar na clandestinidade com então 33 anos. 

Foi eleito deputado estadual pelo MDB em 1966 e teve seu mandato cassado quando foi instituído o AI5. Voltou para a semi-clandestinidade e foi reorganizar os movimentos camponeses para depois fugir do Brasil rumo ao Paraguai, onde passou seis anos. Lá continuou engajado nos movimentos políticos.

Trabalhou no BID e depois foi convidado para ser economista principal da OEA - Organização dos Estados Americanos - para Assuntos Agrários, quando se mudou para Washington, nos Estados Unidos, onde passou 10 anos. Visitou muitos países e conheceu muitas experiências de Desenvolvimento Agrário. Ainda na OEA foi nomeado Embaixador da OEA no Paraguai, onde passou mais cinco anos. 

Voltou para o Brasil, em 1987, a chamado de Miguel Arraes para assumir o Prorural. Logo depois saiu e trabalhou na iniciativa privada elaborando projetos de desenvolvimento rural. Depois foi secretário adjunto de Agricultura no governo de Carlos Wilson e coordenador do DNOCS em Pernambuco. Ainda trabalhou no Promata durante o Governo Eduardo Campos.

 

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