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MPPE ajuiza ação contra Michelle Collins por discriminação religiosa

Michele Collins (PP) é vereadora do Recife - Flávio Japa/Folha de Pernambuco
Uma ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra a vereadora do Recife, missionária Michelle Collins (PP), em razão de publicações discriminatórias contra religiões afro-brasileiras postadas nas redes sociais Twitter e Facebook nos dias 3 e 4 de fevereiro de 2018. O MPPE requereu à Justiça que condene a missionária a pagar R$ 100 mil de indenização por danos morais coletivos, a serem revertidos ao Fundo Estadual de Assistência Social (FEAS).

A ação pede, ainda, a reparação da violação ao direito humano à liberdade religiosa mediante a publicação, na página pública do Facebook da vereadora, de um texto elucidativo sobre Iemanjá. O MPPE pleiteia que o texto deverá ser fixado no topo da linha de tempo da página da Missionária por 30 dias.

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O promotor de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos da Capital Westei Conde argumentou que Michelle Collins extrapolou os limites do direito à liberdade de expressão quando publicou, nas suas contas oficiais, afirmações contra o orixá Iemanjá. Conde ressaltou, ainda, que as consequências lesivas das publicações da missionária ultrapassam o plano meramente individual, atingindo toda coletividade, principalmente praticantes das religiões de matriz afro-brasileira.

“Segundo a publicação Intolerância Religiosa no Brasil: relatório e balanço, de 2016, as religiões afro-brasileiras são as que mais sofrem com práticas discriminatórias, com 71% do total de casos. Portanto, a postagem realizada pela ré acerca de Iemanjá e seus seguidores contribui para a apologia ao ódio religioso, favorecendo a discriminação e até mesmo prática de crimes e outras formas de violência contra as religiosidades afro-brasileiras, seus praticantes e adeptos”, alertou Westei Conde.

Entenda o caso - após as comemorações do dia de Iemanjá, em 2 de fevereiro de 2018, a missionária Michelle Collins postou, nas suas redes sociais, mensagens ofensivas o orixá. A Promotoria de Justiça de Direitos Humanos instaurou inquérito civil para apurar o fato, tendo ouvido a missionária no dia 2 de março de 2018. Na ocasião, ela alegou ter feito a publicação “no exercício de sua fé” e que não teve intenção de ofender as religiões de matriz africana.

OUTRO LADO

Por meio de nota de seu advogado, Michelle Collins se posicionou sobre as acusações a respeito da vereadora:

"A defesa da Missionária Michele Collins sente-se surpreendida pela notícia do ajuizamento de ação face ao exercício regular dê manifestação religiosa. Sente-se surpreendida pela incompletude do procedimento preparatório que não respeitou o direito a regular produção de provas. Tudo será devidamente esclarecido em Juízo fazendo cessar o constrangimento".

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