Logo Folha de Pernambuco

“Não é mais uma questão política, o impeachment é uma questão humanitária”, diz Boulos

Guilherme Boulos é presidente nacional do PSOL - Zé Britto/ FolhaPe

O ex-candidato à Presidência da República Guilherme Boulos (PSOL), que está em passagem no Recife, fez duras críticas ao governo Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a condução a pandemia da Covid-19 no País e defendeu a abertura do processo de impeachment do chefe do Executivo. 

“Não é mais uma questão política, o impeachment é uma questão humanitária” declarou. Durante entrevista à Rádio Folha, nesta quarta-feira, 28, o líder do PSOL também defendeu a unidade da esquerda e afirmou que já está se articulando com lideranças de oposição e o próximo a estar em seu radar é o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT). 

Boulos defendeu a construção de um entendimento já nos próximos meses e isso reflete em um projeto de governo no Brasil pós-Bolsonaro e não em nomes. “Que projeto a gente quer para o País? Evidente que não vamos concordar com tudo, mas quais são os pontos e pilares que é possível um projeto comum para reconstruir o Brasil pós-Bolsonaro. Você começa discutindo nome, o debate azeda. Então, vamos começar discutindo projeto. Vamos ter esse senso de responsabilidade coletiva. Eu vou trabalhar isso. Não sei se vai ser possível se outras figuras vão ter essa disposição, mas espero francamente que tenham”, destacou afirmando já ter conversado com o ex-presidente Lula (PT), a ex-presidenciável Marina Silva (Rede), com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) e com a presidente do PCdoB nacional, a vice-governadora Luciana Santo.

Ainda sobre unidade, o pesolista garante estar do lado de “quem quer que seja”, independente da coloração partidária para que ocorra o impeachment de Bolsonaro, e isso inclui o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). “Acho que é uma causa nacional nesse momento, de salvar vidas. Agora no processo eleitoral, o que está em jogo são projetos”, ressaltou completando que jamais estaria no mesmo palanque que o tucano.

Boulos também reforçou que abertura do processo enfraqueceria o presidente Bolsonaro e que o governo se sustenta por causa da pandemia que impede que as pessoas vão as ruas. “A abertura do processo de impeachment ela também muda a relação de força, ela por si só enfraquece Bolsonaro. Não adianta fazer um mapa e dizer tantos deputados são a favor ou tantos são contra. A partir do momento que você abre o processo isso já é um sinal de fragilidade do governo Bolsonaro”, pontuou.

Boulos ainda fez uma análise crítica sobre a esquerda do Brasil e afirmou que precisa não só se renovar e construir novos caminhos e acredita que o PSOL é um instrumento importante para a mudança no País. “Agora, a gente precisa ver o momento que a gente vive. O momento que a gente vive não é o momento de desfile de protagonismo, mas tem como ponto de partida a necessidade de derrotar um projeto que está matando o povo brasileiro. Quando não mata de vírus, mata de fome. Então, para mim a prioridade é construir uma frente de oposição da esquerda para derrotar o bolsonarismo”, salientou.

Folha de Pernambuco · 28.01.21 - Folha Política com Guilherme Boulos PSOL

Veja também

Investimento da APM em Suape é estímulo para cabotagem
Coluna Movimento Econômico

Investimento da APM em Suape é estímulo para cabotagem; entenda

EDITAIS E BALANÇOS

EDITAIS E BALANÇOS

Newsletter