"Não vamos tirar ninguém na marra”, diz José Múcio sobre acampados em frente a quartéis
Futuro ministro da Defesa não quer usar a força para dispersar manifestantes bolsonaristas
José Múcio Monteiro, ministro da Defesa do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou ao Valor que não vai usar a força para tirar manifestantes bolsonaristas acampados em frente aos quarteis generais do Exército em diversos estados. “Não vamos tirar ninguém na marra”, adiantou.
Para Monteiro, o esvaziamento das manifestações deve acontecer com base no uso da inteligência policial. Segundo José Múcio, o desmonte do atentado a bomba no aeroporto de Brasília é uma demonstração de que a polícia está atuante. Na véspera do Natal, George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, foi preso após deixar explosivos próximo ao Aeroporto de Brasília.
Os acampados defendem um golpe militar para impedir a posse de Lula no dia 1° de janeiro. Uma das justificativas seria fraude nas urnas eletrônicas, acusação que não se sustenta, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Para o novo ministro, o esvaziamento das manifestações deve acontecer com base no uso da inteligência policial.
Nas redes sociais, esses apoiadores mais radicais começam a ser chamados de terroristas. O Supremo Tribunal Federal (STF) enquadra os atos dessa ala extremista como atentados à democracia e cuja punição está prevista na Constituição de 1988.
José Múcio confirmou que o general Julio Cesar Arruda assumirá o comando do Exército no dia 30 em substituição ao atual comandante, Paulo Sérgio Nogueira. Ele assumirá como interino até a posse de Lula como novo comandante em chefe das Forças Armadas.
O segundo na hierarquia é o chefe do Estado-Maior do Exército, general Valério Stumpf Trindade, mas Arruda estaria respaldado a assumir pelo critério de antiguidade. “Foi um entendimento entre eles e é benéfico”, disse Múcio ao Valor.