No Recife, Lula relança Farmácia Popular com 40 remédios gratuitos
Beneficiários do Bolsa Família e povos indígenas também terão gratuidade em todos os medicamentos do rol
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relançou, na manhã desta quarta-feira (7), o Farmácia Popular do Brasil. Com nova roupagem, o programa passa a ofertar todos os 40 medicamentos de forma gratuita para os beneficiários do Bolsa Família; antes, somente uma parcela do valor dos remédios era subsidiada pelo governo. Segundo a gestão, a iniciativa deve ampliar o acesso à assistência farmacêutica a 55 milhões de pessoas.
O evento de relançamento do programa aconteceu no Compaz Escritor Ariano Suassuna, na Zona Oeste do Recife. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, e outras autoridades, como o prefeito do Recife, João Campos (PSB) e a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), também estiveram presentes.
A gratuidade também será estendida para atender a saúde da mulher, com o fornecimento de contraceptivos e medicamentos indicados para tratamento de osteoporose, produtos que eram oferecidos com 50% de desconto.
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Para os povos indígenas aldeados, o novo Farmácia Popular prevê que cada comunidade deve nomear um representante responsável pela retirada dos medicamentos, sem necessidade de um CPF para o atendimento dos indígenas. Todos os medicamentos do rol do programa também serão disponibilizados gratuitamente para essas populações. As medidas relacionadas à saúde indígena serão implementadas em um projeto piloto, em caráter de teste, no território Yanomami, em Roraima.
Segundo o Governo Federal, novos municípios devem ser credenciados no programa. Serão 811 cidades, 94,4% delas localizadas nas regiões Nordeste e Norte, aptas a solicitar credenciamentos de novas farmácias. A gestão diz que, com a expansão, espera-se que 93% do território nacional passe a ter cobertura do programa.
De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a retomada do Farmácia Popular era uma prioridade do presidente Lula no terceiro mandato. A titular da pasta falou sobre a importância da reestruturação do programa e avaliou o impacto positivo que a medida deve ter.
"Infelizmente, como tantas outras políticas públicas, o Programa Farmácia Popular foi desmantelado, como já destaquei, cerca de dois milhões de pessoas deixaram de ser atendidas com essa destruição", disse a ministra.
O senador Humberto Costa (PT), criador do Programa Farmácia Popular, falou sobre a história do programa que começou em 2004. "Por coincidência, hoje estamos completando 19 anos do lançamento da primeira Farmácia Popular que aconteceu em Salvador", afirmou Humberto.
"Em 2021, 21 milhões de pessoas foram atendidas pelo programa. 30 mil farmácias privadas ofereciam medicamentos da Farmácia Popular. O ex-presidente diminuiu os recursos para R$ 800 milhões de reais e isso só foi recomposto com a PEC da transição", reiterou.
No discurso que marcou o relançamento do programa, Lula destacou as necessidades das populações mais vulneráveis e afirmou que os investimentos nessa política pública não podem ser lidos como meros “gastos”. “Antes do Farmácia Popular, quantas pessoas nesse país iam a uma UBS [Unidade Básica de Saúde] ou a um posto de saúde e eram atendidas pelo médico, elas pegavam a receita, levavam para casa e, muitas vezes, morriam com a receita em cima da mesa porque não tinham dinheiro para comprar o remédio, isso não vai mais acontecer nesse país”, afirmou Lula.
“Hoje cuidar da doença é muito caro, qualquer remédio tá muito caro. Uma pessoa aposentada, que recebe sua pensão, não pode gastar metade do salário com remédio, o estado precisa garantir esse medicamento para que ele possa sobreviver. Cuidar da saúde não é gasto”, completou o presidente.
Participaram da apresentação do novo Farmácia Popular do Brasil, em ordem de discursos, a usuária do programa Eliane Maria da Silva; o prefeito do Recife, João Campos (PSB); o senador Humberto Costa (PT); a ministra da Saúde, Nísia Trindade; a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB); e o presidente Lula (PT).
Além disso, estiveram no palco ao lado de Lula a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja; Cacique Marcos Xukuru, liderença do Povo Xukuru e representante dos povos indígenas de Pernambuco; Murilo Cavalcanti, secretário de Segurança Cidadã do Recife; Márcia Conrado, presidente da Amupe (Associação Municipalista de Pernambuco) e prefeita de Serra Talhada; Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, do Ministério da Saúde; Danilo Cabral, Superintendente da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste); Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação; Tereza Leitão, senadora (PT); André de Paula, ministro da Pesca e Agricultura; e Rui Costa, ministro da Casa Civil.
Participaram também os deputados federais Carlos Veras (PT); Eduardo da Fonte (PP); Eriberto Medeiros (PSB); Guilherme Uchôa Júnior (PSB); Iza Arruda (MDB); Lucas Ramos (PSB); Lula da Fonte (PP), Maria Arraes (Solidariedade); Pedro Campos (PSB); Sílvio Costa Filho (Republicanos); Túlio Gadelha (Rede Sustentabilidade); Waldemar Oliveira (Avante); e o deputado estadual (PT) e presidente do PT em Pernambuco, Doriel Barros.
Entre as demais autoridades presentes no evento, estavam os deputados estaduais Dani Portela (PSOL); Delegada Gleide Ângelo (PSB); e João Paulo Lima e Silva (PT), além da secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas Sobre Drogas (SDSDHJPD), Ana Rita Suassuna, entre outras.
Após a cerimônia de relançamento do Farmácia Popular no Compaz Ariano Suassuna, o presidente Lula seguirá para a inauguração do Campus Paulista do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), em Maranguape I. O prefeito da cidade, Yves Ribeiro (MDB), recebe o chefe do Executivo.