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"O Republicanos deve fazer parte da base do governo Lula", diz deputado Augusto Coutinho à Rádio Folha

Em entrevista na manhã desta segunda (7), deputado federal reeleito defendeu o fim do orçamento secreto

Arthur Mota/Folha de Pernambuco

O deputado federal Augusto Coutinho disse na manhã desta segunda-feira, em entrevista à Rádio Folha FM, que seu partido - o Republicanos - que em nível nacional não apoiou a campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá compor a base de apoio do próximo governo.

"Não tenho dúvida de que o presidente eleito, com a experiência que tem, vai governar com o centro.  Não vai governar só com a esquerda. Às vezes as pessoas acham que isso é depreciativo, mas não é", declarou o deputado federal reeleito.

Auusto Coutinho também não acredito que Lula terá dificuldades para governar. " Acho que a maioria do PL vai para a oposição, Quem foi eleito com discurso de Bolsonaro terá que defender Bolsonaro. Mas há um grande grupo de centro e é completamente natural que ele (Lula) vá buscar nos partidos de centro esse apoio, essa estabilidade  O Republicanos deve fazer parte dessa base", atestou

O deputado também questionou as manifestações contra o resultado das eleições. "Não tenho a menor dúvida da seriedade do sistema eleitoral do Brasil. O que as pessoas precisam entender é que numa democracia, uns ganham e outros perdem e o Brasil, realmente, ficou dividido entre o candidato Lula e o candidato Bolsonaro. O que se tem de fazer agora é tocar o país para frente", sinalizou.

Augusto Coutinho lembrou que o processo eleitoral passou e não adianta querer traçar um "terceiro turno de radicais", querendo paralisar o Brasil. "Não podemos permitir que isso aconteça", disse, considerando que em algumas ocasiões o Judiciário tem extrapolado suas funções.

"Entendo que haja exagero do ministro Alexandre de Moraes em algumas decisões. Decisões judiciais você cumpre, mas você pode divergir delas", pontuou.

Para o deputado, não cabe mais discutir o resultado apontado pelas urnas. "Isso é uma coisa montada para desestabilizar o país, como a gente viu acontecer nos Estados Unidos, por exemplo, com o episódio da invasão ao Capitólio. As pessoas irem pras ruas pedir a volta do regime militar é uma insanidade mental", descreveu.

Tetos de gastos
Questionado sobre o que deverá ser feito para manter os R$ 600 do Bolsa Família, quando já se sabe que o valou deve estourar em cerca de R$ 20 milhões o teto de gastos, o deputado aposta que deve haver alguma alternativa.

"Na minha opinião, o governo vai colocar uma PEC no congresso para resolver esse imbróglio. Furar o teto de gastos é uma coisa muito ruim para economia do país. Deve se encontrar uma solução dentro do parlamento", acredita.

Orçamento secreto
O parlamentar defende que a liberação de verbas para as emendas apresentadas por deputados e senadores ao orçamento volte a ser definida pelo presidente da República.

"Essa questão foi um empoderamento que a própria Câmara dos Deputados fez e o governo, de uma forma atabalhoada, Não acho legítimo. O presidente eleito pelo povo é que deve definir as obras prioritárias. E isso pode gerar distorções. O melhor é que o próprio Legislativo reveja, em negociação com o Executivo", defendeu 

 

 

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