Operação Itakatu: R$ 11 mi desviados em esquema em Itamaracá

Operação Itakatu  - Divulgação
Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (6), no Ministério Público de Pernambuco (MPPE), foi detalhada a Operação Itakatu, deflagrada na quarta-feira, e que teve como alvo o prefeito de Itamaracá, Paulo Batista Andrade (PTB), secretários e até o procurador do município. Na ocasião, foram 14 expedidos mandados de busca e apreensão, além de 13 de condução coercitiva, dos quais dez foram efetivamente cumpridos.

De acordo com as informações colhidas até o momento, as irregularidades tiveram início no primeiro dia útil da gestão do petebista, em 2 de janeiro de 2013. Ao todo, quatro empresas estariam envolvidas nos esquemas de desvio de verba pública, fraude e lavagem de dinheiro.

O Ministério Público estima que mais de R$ 11 milhões tenham sido desviados, dos quais R$ 7 milhões foram liquidados e outros R$ 4 milhões tenham sido empenhados. Esses valores são referentes aos anos de 2013 e 2016.

As práticas envolvem quatro empresas: AP Construções LTDA, cujo total liquidado foi R$ 1.591.044,78; HA Cunha Ambiental, com total liquidado de R$ 3.431.252,07; OGA Construtora e Imobiliária LTDA, cujo total liquidado alcançou os R$ 2.292.498,61; e a V2 Ambiental, com o valor de R$ 1.967.437,90. De acordo com as investigações, as três primeiras possuem características de empresas de fachada. Já a V2 Ambiental é uma organização existente, mas que foi observado um crescimento rápido e suspeito.

“O esquema funcionava com os laranjas e elos políticos com o prefeito, parentes do prefeito, irmão, tio. Existem indícios de que familiares do prefeito simulavam contratos com essas empresas fornecendo caminhões para, assim, poder obter os valores que eram repassados para essas empresas. É importante observar que todos esses empréstimos em comodatos realizados por parentes do prefeito foram feitos no primeiro dia da gestão do prefeito. Dia 2 de janeiro de 2013, o atual prefeito de Itamaracá arregimentou parentes para vincular veículos de seus familiares com essas empresas. E obter dinheiro da prefeitura”, explicou o promotor de Justiça Frederico Magalhães.

De acordo com a investigação, os envolvidos justificam a contratação das empresas através da dispensa emergencial. “Ou seja, situações de calamidade que justificariam a não concorrência e não procedimento adequado da licitação para contratar diretamente essas empresas”, disse o promotor. O próprio prefeito teria admitido, em depoimento às autoridades, que agregou através de comodato três caminhões e três tratores nesse esquema.

Magalhães também revelou a possibilidade de o esquema do lixo ter existido em gestões anteriores. No entanto, reconheceu que a investigação diz respeito à atual gestão. “Os fatos que nos foram trazidos dizem respeito à atual gestão. É possível que sim, mas não temos indícios, até o momento, que em gestões anteriores também existia o esquema”. 

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