Políticos pernambucanos se posicionam sobre aborto legal de criança de 10 anos realizado no Recife
Políticos pernambucanos se manifestaram, por meio das redes sociais, sobre o aborto legal, previsto em lei, realizado no último domingo no CISAM, em uma criança de 10 anos que engravidou de um tio, após ser submetida a estupros desde os seis anos de idade.
A deputada federal Marília Arraes (PT), pré-candidata à Prefeitura do Recife garantiu que "exigirá providências" para saber quem passou para a extremista Sarah Winter o nome da criança e o hospital no qual seria realizado o procedimento. "Esses dados correm em segredo de Justiça. Como ela conseguiu essas informações?", questionou Marília. "Uma criança de 10 anos não está pronta, nem física nem psicologicamente, para dar prosseguimento a uma gravidez fruto de uma experiência tão traumática e violenta quanto um estupro. Não é uma questão de opinião ou religião: é a lei!", disse a deputada. Também pré-candidata à Prefeitura do Recife, a pedetista Isabella de Roldão questionou: "Um aborto revolta mais que estupro. Que sociedade é essa?".
Até o fechamento desta matéria, além das duas pré-candidatas, apenas o deputado estadual Alberto Feitosa (PSC) havia se manifestado, entre os postulantes à Prefeitura do Recife. "Pernambuco não pode ser transformado na capital do aborto", exclamou Feitosa nas redes sociais. O deputado estadual também respondeu uma das postagens de Marília Arraes no Twitter. "Todas as vidas importam, principalmente daqueles que não conseguem se defender! O Espírito Santo se negou fazer o aborto, mas a esquerda que comanda Pernambuco e o Recife há 20 anos, mais uma vez nos colocou nas manchetes nacionais: se você quer abortar, venha para cá. Vergonha!", disse.
Ontem, no hospital, o deputado estadual Joel da Harpa (PP) atuou na tentativa de entrar no centro médico para impedir o aborto. "Estamos aqui para fazer o nosso trabalho, para proibir e não permitir esse crime contra a vida. Vejam a que ponto chega o Estado de Pernambuco, de permitir esse tipo de coisa", afirmou o parlamentar em uma live. A deputada estadual Clarissa Tércio (PSC) foi mais uma que protestou contra o aborto. "Um atentado à vida ! Passei a tarde de hoje (domingo), no Cisam tentando impedir que uma menina de dez anos, grávida, com vinte e duas semanas de gestação, vítima de estupro, no Espírito Santo interrompesse a gravidez em Pernambuco. Um absurdo! Não podemos permitir!", afirmou.
A postura de Joel e Clarissa foi questionada pelo vereador do Recife Ivan Moraes (PSOL). "O que dizer de dois parlamentares que saem de casa num domingo pra tentar impedir a interrupção da gravidez de uma criança de dez anos que foi estuprada durante vários anos por um tio? O direito de interromper uma gravidez depois de um estupro é garantido por lei desde 1940", explicou. "Parlamentares fundamentalistas que, no meio de uma pandemia, fizeram arruaça na frente de uma maternidade de alto risco envergonham não apenas o parlamento, mas toda a comunidade cristã. Jesus na Terra pregou o amor e denunciou quem usa o nome de Deus para ganhar dinheiro e poder", acrescentou Ivan.
Justificativa
Já nesta segunda-feira (17) o deputado estadual Pastor Cleiton Collins (PP) e a vereadora do Recife Missionária Michelle Collins (PP), utilizaram as redes sociais para explicar a razão de, segundo eles, estarem, ontem no hospital. "Disseram que a gente chamou criança de assassina, mentira, fake news maldosa que está nas redes sociais", disse Cleiton, acrescentando que a ida do casal ao local "em apenas 15 minutos" ocorreu "para entender o que estava acontecendo e colher informações".
"Somos a favor da vida dessa criança de 10 de idade que sofreu essa barbaridade através desse tio. Somos pais e hoje precisa-se dar um basta nos estupros", frisou Cleiton. "Não podemos permitir esse tipo de violação de direitos com nenhuma pessoa e principalmente com crianças indefesas. Pessoas que praticam esse tipo de ação precisam ser punidas severamente", corroborou Michelle.