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Posição do Hamas se diferencia do conflito o entre Palestina e Israel, afirmam cientistas políticos

Hely Ferreira e Alex Ribeiro, cientistas políticos, discutem conflitos no Oriente Médio

Pai palestino com seus filhos em destroços na Faixa de Gaza, após bombardeio de Israel - Said Khatib/AFP

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Os cientistas políticos Hely Ferreira e Alex Ribeiro participaram de entrevista concedida ao programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7 nesta sexta-feira (13), onde discutiram como os conflitos no Oriente Médio refletem no mundo, inclusive no Brasil, após ataque surpresa do grupo Hamas contra Israel no último sábado (07).

Alex Ribeiro discutiu a complexa questão da mistura entre religião e política, referindo-se à criação do Estado de Israel e seu contexto histórico. Na ocasião, mencionou a história dos judeus sendo expulsos de sua terra prometida, o Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial e a formação do sentimento nacionalista judaico, que eventualmente levou à criação do Estado de Israel.

“Isso tudo foi imposição do Estado de Israel por uma motivação histórica e política, levando a esse caos todo que está ocorrendo agora diante da criação desse estado israelense e da resistência dos outros, que você coloca a Palestina, como principal”, pontuou Alex Ribeiro.

Além disso, o cientista político esclareceu sobre os conflitos em andamento na região do Oriente Médio, especialmente entre Israel e Palestina, devido às diferentes culturas e religiões que habitam o território.

“Os judeus não tinham terra. Os judeus viviam na Alemanha e criou-se esse sentimento muito forte também depois do holocausto e isso fortaleceu essa ideia do Estado de Israel. Então, os israelenses habitaram um espaço que, historicamente eles dizem que pertence a eles, num local onde já habitavam outras populações com outras religiões e isso é o que motiva até hoje esse conflito que parece interminável”, afirmou o cientista.

De acordo com Hely Ferreira, a questão religiosa é um fator crucial no conflito, referindo-se à história de Abraão e seus descendentes, que se ramificaram em ismaelitas e descendentes de Isaque, formando uma parte da narrativa que alimenta as tensões entre os lados. Hely menciona também a interpretação religiosa do Estado de Israel, apontando para diferentes correntes de interpretação teológica, como o pré-milenismo, o pós-milenismo e o amilenismo, e como essas interpretações moldam a percepção do Estado de Israel, especialmente no contexto do livro do Apocalipse.

Hely Ferreira enfatiza que, além de seu papel nacional, Lula também assume o papel de presidente do Conselho de Segurança da ONU. O ponto principal é que, segundo o artigo quarto da Constituição Brasileira, é um dever do estado brasileiro buscar a paz entre os povos, o que significa que, independentemente de sua posição no Conselho de Segurança, o presidente tem a obrigação de trabalhar para promover a paz.

“O Conselho de Segurança da ONU, ele só dura um mês na presidência ou seja, em novembro, ele não vai estar mais. O conflito, provavelmente, vai estar continuando”, explicou Alex Ribeiro.

No campo político, os cientistas discutiram as complexidades em torno das preferências de políticas internacionais de diferentes grupos de eleitores, especialmente em relação à posição do presidente Lula sobre Israel e Palestina. Alex Ribeiro aponta que os eleitores de Lula, que tendem a ser de esquerda ou centro-esquerda, geralmente apoiam a causa palestina, enquanto os eleitores de Bolsonaro, que incluem muitos cristãos evangélicos, geralmente são a favor de Israel.

“Lula está fazendo seu papel de mediar conflitos, tirar imigrantes lá, principalmente brasileiros. Mas é uma questão de como o cenário internacional vai respeitar e vai lidar com essa estratégia brasileira. Por enquanto, ele está sendo bem avaliado, mas tem um curto prazo para isso”, expressou Alex Ribeiro, mencionando a breve duração do mandato de Lula como presidente do Conselho de Segurança da ONU e a complexidade do contexto geopolítico.

Os cientistas expressaram preocupação sobre o comportamento do Estado de Israel, comparando-o ao tratamento que os judeus receberam durante o período nazista. Hely Ferreira mencionou como os judeus eram considerados apátridas durante o governo nazista e eram identificados com uma letra 'J' em seus documentos de identidade, deixando-os desprovidos de direitos humanos básicos.

O cientista político também destacou a preocupação com o fato de que o Estado de Israel está avançando em territórios que não lhe pertencem, levantando questões sobre a conduta e as ações do Estado em relação aos direitos e territórios palestinos.

“O Hamas não tem viés com a questão da discussão da Palestina. O Hamas é um grupo terrorista que tem um braço que surgiu lá dentro do islamismo no Egito, e que se expandiu para lá”, pontuou Hely Ferreira, diferenciando o grupo terrorista Hamas do conflito entre Israel e Palestina.

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