A possível fusão entre PSDB e PSD seria mais conveniente para a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB). Essa foi a análise do deputado estadual Antônio Moraes (PP), durante entrevista à Rádio Folha FM 96,7, nesta segunda-feira (27). O parlamentar avaliou que a união entre os partidos evitaria desgastes em uma eventual troca de legenda pela governadora.

“De qualquer maneira, essa fusão tem sido comentada por todos os jornais, especialmente no Sul do País. Toda a atitude de sair do partido é muito traumática. Eu era do PSDB, fui do PT, então, se há essa fusão, não há dúvidas de que será mais cômodo para essa situação”, afirmou Moraes.

O deputado também chamou atenção para outra articulação a nível nacional, a possível fusão entre PT e Republicanos que, segundo ele, pode criar uma das maiores bancadas na Câmara dos Deputados.

“Uma fusão entre o PT e o Republicanos ficaria com a bancada de mais de 100 deputados. [...] Isso é uma maneira de salvar os partidos e de ter um poder maior dentro do Congresso Nacional”, explicou.

Além do impacto no Congresso, Antônio Moraes ressaltou as mudanças no cenário político estadual. Segundo ele, fusões como as do PSDB e PSD, ou PT e Republicanos, têm o objetivo de fortalecer as bases partidárias nos estados e ampliar a representatividade das siglas.

“Os partidos buscam se fortalecer no Congresso e ampliar a base no interior do Estado. A mesma coisa é o PSDB, que foi um grande partido, mas hoje está com 13 deputados federais, enquanto o PSD tem 30 e poucas cadeiras”, pontuou.

Ele também destacou os desafios locais que podem surgir a partir dessas fusões, especialmente sobre o controle das siglas em Pernambuco.

“Normalmente, quem fica com o comando é quem tem mais deputados federais. Então, Silvinho [Sileno Guedes, do PSB] e Eduardo [da Fonte, do PP] teriam que se entender para que a gente tivesse uma união aqui em Pernambuco, o que pode ser diferente em outros estados”, avaliou o deputado.

Emendas 

Durante a entrevista, Antônio Moraes também comentou sobre a situação das emendas parlamentares em Pernambuco, destacando o compromisso da governadora Raquel Lyra com os pagamentos e a necessidade de diálogo para resolver possíveis impasses.

“A Casa nunca teve cuidado com as emendas. Quer dizer, alguns colegas que estão cobrando hoje nunca cobraram no passado, e no passado era 30%, 20%. Hoje, a governadora vem pagando 60%. A gente acha que a melhor coisa ainda é o diálogo e encontrar um caminho que a gente possa equacionar”, afirmou.

Moraes reforçou que as emendas não beneficiam diretamente os parlamentares, mas sim associações e prefeituras, com fiscalização realizada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE). Ele também destacou a importância de construir uma estrutura funcional para agilizar os pagamentos. 

“Tenho certeza que não há má vontade da governadora, ou dos secretários de Planejamento e da Fazenda. O problema é que precisamos criar uma estrutura funcional para agilizar os pagamentos das emendas”, explicou

Confira a entrevista completa: 

Se você quer ficar por dentro de tudo que acontece na política do nosso Estado, clique aqui, cadastre-se e receba diariamente as atualizações do Blog da Folha no seu e-mail. 

Veja também