Presidente estadual do PSOL defende partido plural e com foco na interiorização e formação política
Samuel Herculano foi o entrevista desta sexta-feira (29) programa do Folha Política, da Rádio Folha
O presidente estadual do PSOL, Samuel Herculano, em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, nesta sexta-feira (29), descreveu descreve o partido como uma “colcha de retalhos”, referindo-se à diversidade de posições políticas que convivem dentro da mesma legenda. Herculano também comentou o processo de construção interna, as divergências que têm surgido, e os desafios da expansão psolista para o interior do Estado.
De acordo com o dirigente partidário, o PSOL se estrutura em nove organizações internas que, embora divergentes, conseguem dialogar e respeitar as decisões tomadas nas instâncias de direção. Essa pluralidade, no entanto, também traz desafios para a unidade do partido.
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“Dentre essas organizações, algumas compõem o campo político, e esse campo político permeia em cima de uma posição política de convergência. O PSOL é um partido de organizações políticas internas”, avaliou.
Divergências internas
Nos últimos meses, o PSOL-PE sofreu uma baixa com a saída de quadros importantes, como Jesualdo Campos, Fran Silva e Anderson Barbosa. Herculano explica que, no caso de Jesualdo, um dos fundadores e dirigentes históricos, a saída se deu dentro de um processo normal de reorganização interna do partido.
“O partido ele vive sempre se reorganizando, é preciso se reorganizar. Você não pode ser um partido de uma figura, um partido de um dono. O PSOL não é de Samuel Herculano, o PSOL não tem um dono. O partido é da militância e aí tem uma direção para conduzir o processo”, justificou.
A reorganização, no entanto, gerou algumas divisões, e o partido, segundo Herculano, precisa seguir em frente sem se prender a lamentações.
Além disso, Herculano mencionou que a deputada Dani Portela, anteriormente ligada à Revolução Solidária, se afastou da tendência, posicionando-se como independente dentro do PSOL.
Em relação ao vereador Ivan Moraes, outro nome importante do partido, Herculano esclareceu que ele integra a organização política Subverta, que está alinhada ao campo do PTL (PSOL de Todas as Lutas), embora com algumas divergências.
Interiorização
Uma das principais questões debatidas dentro do PSOL no Estado é a questão da interiorização do partido. Herculano reconhece que, embora o partido tenha ganhado força principalmente na capital e na Região Metropolitana do Recife (RMR), é crucial expandir sua presença no interior do estado. “A gente está organizando uma agenda para o próximo ano para organizar de fato o partido politicamente no interior”, adiantou Herculano.
De acordo com o presidente estadual do partido, o movimento de interiorização foi impulsionado por adesões de movimentos sociais e sindicatos, como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e o Sindicato dos Ambulantes, que ajudaram a tornar o PSOL um partido mais popular, embora ainda com desafios de estruturação no interior.
Para Herculano, a expansão não pode se limitar a registrar candidatos em eleições, mas deve ser um processo de formação política e organização permanente.
“Organizar o partido burocraticamente no interior, só ceder registro de partido, isso não funciona, só tem caráter eleitoral, só tem caráter de momento. Então, interiorizar o partido é formar, é formular política, é trazer os dirigentes para esses espaços de construção e não só buscar no momento de eleição quando os partidos são procurados”, disse.
Ele defende que a interiorização do partido seja mais do que uma estratégia eleitoral, sendo essencial para a construção de uma base sólida no interior, com dirigentes locais participando ativamente da direção estadual do partido. Essa agenda de interiorização, segundo ele, será uma das prioridades do PSOL no Estado nos próximos anos, com o objetivo de criar uma estrutura sólida de militantes em todo território.
Confira a entrevista completa abaixo:
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