Priscila Krause apresenta balanço da transição e diz que fará reforma administrativa
Quarenta e nove dias após o início do governo de transição e dias depois da entrevista em que o governador Paulo Câmara (PSB) garantiu entregar o Estado financeiramente equilibrado e com recursos em caixa, apesar das dificuldades, a vice-governadora eleita e coordenadora da equipe de transição do próximo Governo, Priscila Krause (Cidadania), afirmou ser "dificílima" a situação de Pernambuco e anunciou a urgência de "arrumar a casa". Declarou que a atual gestão "acelerou" contratos, licitações e ordens de serviço no fim da gestão. Adiantou já ter solicitado a suspensão de atos administrativos e assegurou o cumprimento das principais promessas de campanha. Em nota, o Governo rebateu as acusações.
"Será que se Pernambuco fosse, efetivamente, esse Estado apresentado pelo Governo atual e que está nas propagandas, o pernambucano estaria sofrendo o que sofre com desemprego, miséria, pobreza, violência e falta de oportunidade na geração de emprego e renda?", questionou Priscila Krause.
A vice-governadora calculou que só na parte de custeio há um déficit de R$ 3 bilhões no valor das obras previstas pelo Executivo. Ela destacou o Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Segundo o relatório do próximo governo, o órgão tem obras estimadas em R$ 1,2 bilhão, mas apenas R$ 322 milhões estão reservados para o próximo ano.
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A coordenadora avisou ter protocolado ontem ofício ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) e ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) relatando a situação encontrada. Agora, Priscila Krause quer saber se a Lei de Responsabilidade Fiscal permite deixar para uma nova gestão previsão de serviços, segundo ela, sem previsão financeira nem orçamentária. A futura gestora enfatizou ainda que mesmo diante das incertezas para 2023, as promessas de campanha serão consolidadas.
O Executivo estadual divulgou nota em resposta aos questionamentos feitos por Priscila Krause. Veja a íntegra do texto: "O Governo de Pernambuco lamenta que a vice-governadora eleita, sessenta dias após o encerramento das eleições, não tenha descido do palanque. Apesar de ter tido acesso total à mais de 26 mil páginas de documentos e colaboração irrestrita de todos os setores da administração atual, não há sinalização de propostas estruturadoras para o futuro, mas discussões pontuais sem familiaridade técnica sobre a matéria financeira. Todas as obras em andamento possuem recursos assegurados, tendo em vista que a gestão será encerrada com R$ 3 bilhões em caixa e outros R$ 3,4 bilhões em operações de crédito, com garantia da União, já pré-aprovadas. Por fim, ressaltamos que as contas do Governo de Pernambuco cumprem todas as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal e dos órgãos de controle".