Logo Folha de Pernambuco

PSOL critica desfiliações de aliados de Dani Portela e expõe racha no partido

A direção estadual pernambucana critica saídas e destaca apoio contínuo a Dani em sua trajetória

Dani Portela (Psol), candidata à prefeita do Recife - João Penna/Equipe Dani Portela

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de Pernambuco divulgou, nesta quinta-feira (31), uma nota oficial criticando a saída de Jesualdo Campos, Fran Silva e Anderson Barbosa, militantes vinculados ao mandato da deputada estadual Dani Portela (PSOL). As desfiliações, anunciadas “sem comunicação prévia ao partido, expõe tensões internas que se acirraram durante o processo eleitoral deste ano”, segundo a direção estadual.

Assinada pelo presidente do PSOL-PE, Samuel Herculano, a nota destaca o “apoio contínuo que o partido ofereceu à trajetória política de Dani Portela desde 2018, passando por sua candidatura ao Governo do Estado, sua atuação como advogada contratada pelo PSOL e sua eleição como deputada estadual”. 

“Foi assim na sua candidatura ao governo em 2018 e quando, após esse processo, o partido a contratou como advogada. Também apoiamos com grande ênfase nas candidaturas à Câmara Municipal do Recife em 2020 e à deputada estadual em 2022”, pontua o comunicado.

Em 2024, o apoio do setor majoritário foi decisivo para a candidatura de Dani à Prefeitura do Recife, inclusive com o maior orçamento de campanha da história do PSOL no estado. A direção ainda enfatiza que “lutou pela candidatura de Dani Portela mesmo em disputas internas na Federação, demonstrando o engajamento do partido com sua campanha”.

No entanto, as desfiliações recentes mostram uma crescente insatisfação com o processo de deliberação interna, marcada pela “não aceitação de uma deliberação legítima da maioria de sua organização”, segundo o comunicado. O PSOL-PE afirma que a insatisfação levou os aliados de Dani Portela a uma aproximação com setores minoritários e críticos do Partido dos Trabalhadores (PT) dentro do partido. Samuel Herculano defende que, na construção coletiva do PSOL, é essencial respeitar as decisões majoritárias, tanto em vitórias quanto em derrotas, para manter a unidade e os princípios partidários.

“A construção coletiva envolve aceitar tanto vitórias quanto derrotas, sendo o respeito às decisões majoritárias fundamental para a unidade”, enfatizou Herculano. “O PSOL Pernambuco lamenta a saída desses quadros, mas reafirma seu compromisso inabalável com os princípios da coletividade, da representatividade e da democracia, para além de interesses de um ou outro grupo”.

A direção estadual do PSOL conclui a nota desejando que os recém-desfiliados encontrem seu caminho político e reafirmando seu empenho em uma construção partidária voltada para um projeto “radicalmente igualitário” em Pernambuco e no Brasil. 

Confira a nota na íntegra:

Nós, que construímos o PSOL Pernambuco, fomos pegos de surpresa com as desfiliações de Jesualdo Campos, Fran Silva e Anderson Barbosa, militantes vinculados ao mandato da deputada estadual Dani Portela. Os três anunciaram sua saída do partido publicamente antes que tivéssemos ciência e argumentam supostas divergências internas como a motivação.

Desde as eleições de 2018, o setor majoritário do partido apoiou, com grande ênfase, a trajetória política da atual deputada estadual Dani Portela. Foi assim na sua candidatura ao governo em 2018 e quando, após esse processo, o partido a contratou como advogada. Também apoiamos com grande ênfase nas candidaturas à Câmara Municipal do Recife em 2020 e a deputada estadual em 2022, quando o campo majoritário abraçou e deu condições estruturais necessárias para o êxito eleitoral. 

Neste ano, o apoio deste campo foi fundamental para a consolidação de sua candidatura à Prefeitura do Recife. Não é por acaso que a parlamentar teve, nessas eleições, o maior orçamento de campanha da história do PSOL em Pernambuco. Além disso, brigamos publicamente pela candidatura de Dani em disputas dentro da Federação, como foi de conhecimento da sociedade.

O PSOL é um partido de construção coletiva. Divergências fazem parte dos processos internos de deliberação. A composição do Diretório Estadual reflete a correlação de forças entre as organizações do partido. Tanto a deputada quanto os quadros que pediram desfiliação já haviam solicitado saída de sua organização interna no início do processo eleitoral por não aceitar deliberação legítima da maioria de sua organização. Esse movimento levou os dirigentes vinculados a Dani Portela a uma aproximação política com o setor minoritário e antipetista do partido. 

Nós, do PSOL, sabemos que, na construção coletiva, nem sempre a tese que um quadro defende será vencedora. É preciso construir na vitória ou na derrota e respeitar a decisão da maioria.  O PSOL Pernambuco lamenta a saída desses quadros, mas reafirma seu compromisso inabalável com os princípios da coletividade, da representatividade e da democracia, para além de interesses de um ou outro grupo. Espero que os recém-desfiliados encontrem seu caminho político. Seguimos na luta pela construção de um Pernambuco e um Brasil radicalmente igualitário e com soberania popular.

Samuel Herculano
Presidente do PSOL Pernambuco

 

Se você quer ficar por dentro de tudo que acontece na política do nosso Estado, clique aqui, cadastre-se e receba diariamente as atualizações do Blog da Folha no seu e-mail. 

Veja também

Argentina rejeita ordem de prisão do TPI porque 'ignora' direito de defesa de Israel
POSICIONAMENTO

Argentina rejeita ordem de prisão do TPI porque 'ignora' direito de defesa de Israel

Coroação do rei Charles III custou R$ 528 milhões ao Reino Unido
FAMÍLIA REAL

Coroação do rei Charles III custou R$ 528 milhões ao Reino Unido

Newsletter