PSOL rechaça articulações da federação, para chapa nas eleições do Recife, sem passar pelo seu crivo
Partido refuta possíveis negociações entre Túlio Gadêlha, do Rede, a governadora Raquel Lyra e o PSD
A presidência do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em Pernambuco divulgou na sexta-feira (25/08) um posicionamento sobre as eleições no Recife no próximo ano. E manda recados diretos para quem articula formação de chapas majoritárias.
Argumenta que o partido tem maior representatividade (70%) dentro da federação, o que lhe permite, na composição com o Rede Solidariedade, definir os caminhos a seguir no pleito de 2024, na capital pernambucana.
Alega que a legenda dispõe de dois nomes como pré-candidatos - o vereador Ivan Moraes e a deputada estadual Dani Portela. Refuta a escolha de quadros ligados ao que chama de "direita", e que tenham o apoio da governadora Raquel Lyra (PSDB).
O texto chegou no dia em que a coluna Folha Política, publicada de terça-feira a sábado na Folha de Pernambuco, registra as articulações entre a governadora e o ministro de Pesca, André de Paula (PSD).
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Mais que uma secretaria, as negociações implicariam na formação de uma chapa para enfrentar a reeleição do prefeito do Recife, João Campos (PSB). A majoritária teria como candidatos o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede) e a secretária de Cultura do Estado, Cacau de Paula, filha do ministro.
Veja a íntegra da nota
"Em resposta ao comentário publicado, na Folha de Pernambuco,nesta sexta-feira (25) com o título - Com o PSD na base, a governadora arruma a chapa para disputar a Prefeitura do Recife. A presidência do PSOL-PE ressalta que:
Na composição da Federação PSOL/Rede no município do Recife, o Partido Socialismo e Liberdade tem 70%, o que confere ao partido a construção, o diálogo e a decisão da tática eleitoral a ser seguida na capital do estado.O PSOL Recife conta hoje com duas pré-candidaturas majoritárias colocadas publicamente, a da deputada estadual Dani Portela, líder da oposição a Raquel Lyra na Alepe, e do vereador Ivan Moraes, que faz oposição ao governo de João Campos na Câmara Municipal do Recife.
Não existe internamente na legenda nenhum debate e possibilidade de escolha de um nome que não seja do PSOL. Ressaltamos que é muito improvável que a federação PSOL/Rede escolha um nome que construa alianças com a direita e tenha apoio da governadora Raquel Lyra
O PSOL está em período congressual nacionalmente para debater sua estratégia no próximo período e escolha da nova direção nacional e estadual. Em Pernambuco, nenhuma das teses que disputam o partido se manifestou sobre a possibilidade de apoiar um nome à prefeitura do Recife que não seja das suas fileiras partidárias.
Em outubro do ano passado, a federação PSOL/Rede optou por apoiar no segundo turno a candidatura ao governo de Marília Arraes, no entanto alguns integrantes da REDE, a exemplo do deputado federal Túlio Gadelha, declarou apoiou a candidatura da atual governadora Raquel Lyra, causando grande desconforto e indisposição na federação estadualmente.A federação PSOL/Rede deve apresentar uma candidatura que dialogue com os movimentos sociais, a sociedade civil organizada, que faça a defesa da classe trabalhadora, das mulheres e do povo negro e periférico. Não faz sentido o PSOL lançar uma candidatura em composição com a direita e com apoio de Raquel Lyra. Nós somos oposição ao governo de Raquel Lyra e iremos apresentar um projeto popular e de esquerda para a cidade do Recife.
O PSOL reafirma que segue as regras políticas internas de discussão e respeito aos trâmites, às pré-candidaturas, seus dirigentes e militantes. E de que não irá antecipar sua tática eleitoral sem o devido debate prévio e que não se utiliza de moeda de troca e métodos oportunistas para galgar qualquer que seja o cargo em questão.
Tiago Paraíba, presidente do PSOL-PE