PT cobra explicações de Bolsonaro sobre suposto plano de assassinato de autoridades
Partido exigiu também que Bolsonaro fosse responsabilizado pelos crimes
O Partido dos Trabalhadores (PT) emitiu uma nota nesta terça-feira (19) cobrando explicações do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o envolvimento de militares em um plano para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O partido também exigiu que ex-gestor fosse responsabilizado.
“As estarrecedoras conclusões do inquérito da Polícia Federal sobre os planos de militares para assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes apontam diretamente para o Palácio do Planalto comandado por Jair Bolsonaro”, afirma a nota.
A nota acusa que os planos foram discutidos na residência do ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e envolveram outros militares de alto escalão, como o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Presidência, e o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
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“O chefe da operação de assassinato era o general Mário Fernandes, e o ex-chefe do GSI, general Augusto Heleno, seria o coordenador de uma junta militar para impor a repressão e garantir a ditadura de Bolsonaro”, pontuou.
Defesa
A nota defendeu também as prisões realizadas pela Polícia Federal na manhã de hoje, determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes.
“As prisões desta manhã, determinadas pelo ministro Moraes com o respaldo do procurador-geral da República, são um passo importantíssimo para a responsabilização dos arquitetos do 8 de janeiro”, seguiu a nota.
O PT defendeu que todos os responsáveis pela trama, civis e militares, sejam processados e punidos. “A contenção do golpismo e do terrorismo da extrema direita, no entanto, exige que todos os envolvidos sejam processados e punidos pedagogicamente, a começar pelo chefe e seus cúmplices mais poderosos, civis e militares”.
O partido também alertou sobre a necessidade de combater a impunidade. “Enquanto permanecerem impunes, seguirão ameaçando a democracia e a paz no Brasil”, afirmou a legenda.
Anistia
A nota também criticou o apoio de parlamentares e governadores ligados a Bolsonaro a um possível projeto de anistia no Congresso, e denunciou o uso de redes sociais por grupos extremistas para disseminar ideais autoritárias.
“É a impunidade dos chefes, a desfaçatez com que se apresentam em público, nas redes sociais e até na mídia, o mais potente incentivo à ação criminosa de indivíduos ou grupos extremistas espalhados pelo país”, denunciou.
O PT concluiu a nota reforçando que não há espaço para "bolsonarista moderado" e que todos os envolvidos na tentativa de golpe e no plano de assassinatos devem ser punidos sem anistia. “Não existe, por definição, bolsonarista moderado nem democrata de extrema direita”.
Investigação
A nota é uma resposta às recentes revelações da Polícia Federal, que apontam para uma conspiração golpista que envolvia não apenas militares, mas também figuras próximas ao governo Bolsonaro, e que teria como objetivo evitar a posse de Lula em janeiro de 2023, por meio de assassinatos e outras ações violentas.
Acompanhe a nota na íntegra:
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