Ramos atribui vitória a "reflexo da ansiedade do povo" de Paulista
Prefeito eleito garante que transição de gestão será tranquila e sem interferências
Em entrevista à Rádio Folha FM 96,7 nesta segunda-feira (28), o prefeito eleito de Paulista, Ramos Santana (PSDB), detalhou suas expectativas e metas para o mandato, ressaltando o desejo de uma transformação para o município e o papel fundamental que espera do apoio da governadora Raquel Lyra (PSDB) nessa nova fase. Eleito com 73,36% dos votos, o que equivale a 120.228 eleitores, Ramos descreveu sua vitória como "um reflexo da ansiedade do povo" em busca de renovação e melhoria dos serviços públicos.
“Choque de gestão”
Ramos destacou a necessidade de implementar um "choque de gestão" para resolver problemas estruturais, especialmente nas áreas de saúde, educação e turismo. "A gente esperava uma vitória, mas não tão esmagadora. Isso reflete a ansiedade do nosso povo por uma transformação que esperamos há mais de 20 anos”, afirmou, referindo-se às três últimas tentativas de se eleger prefeito de Paulista.
Ele mencionou a orla de Paulista como um exemplo de potencial a ser explorado. “Temos uma orla linda, com 32 prainhas. Precisamos de projetos de curto e longo prazo para valorizá-la e incentivar o turismo. Vamos resgatar a saúde, a cultura, cuidar das crianças e dos idosos”.
Para concretizar essas metas, o prefeito eleito aposta na parceria com a governadora Raquel Lyra, que considera uma das maiores vencedoras da recente disputa política. “Ela é capacitada e tem uma equipe forte, com certeza vai ajudar Paulista a crescer”, disse.
Transição
Sobre o processo de transição de governo com o atual prefeito, Yves Ribeiro (PT), Ramos garantiu que será respeitoso e sem interferências. “Vai ser um processo menos traumático e muito respeitoso. Queremos iniciar uma transição rápida, para arregaçarmos as mangas e começarmos a trabalhar logo no início do ano”, declarou.
Ele anunciou que formará uma equipe de transição, que será responsável por acompanhar a situação da administração atual para assegurar continuidade na gestão.
Ramos também prometeu mudanças na escolha dos secretários e uma administração mais técnica, sem “amigos do rei” nos cargos de confiança. “Não vai ter amigos do rei, como vemos na política tradicional. Eu gosto de alguém que me chame e diga ‘isso aqui está errado’, para que eu possa corrigir. Esse tipo de favoritismo não faz parte da minha filosofia”, enfatizou.
Vice-prefeito
Ao falar sobre o papel de seu vice, Felipe Andrade (PSD), Ramos afirmou que sua atuação será determinada em breve e de acordo com as necessidades do município. “Ainda não definimos se ele ocupará uma secretaria, mas, se for necessário, isso será feito dentro de uma visão lógica e sem prejudicar a gestão”, explicou.
Ramos destacou que Andrade, com experiência administrativa, também compartilha sua visão de unir todos os setores, independentemente de coloração partidária. “Vamos governar para todos, sejam vermelhinhos, amarelinhos ou azulzinhos. Não haverá partidarismo; o foco é a cidade”.
Câmara
Sobre a composição e relação com a Câmara Municipal, Ramos enfatizou a importância de uma casa legislativa "coerente e alinhada com as necessidades de Paulista". “A Câmara precisa estar atenta e colaborar com o município. Vamos ter uma composição que reflita essa visão e trabalhe ao nosso lado”, afirmou o prefeito eleito.
2026
Ramos não hesitou ao afirmar seu apoio à governadora Raquel Lyra para as eleições de 2026. “Não tenha dúvida, Raquel foi a maior vencedora nesse processo político. Ela conseguiu êxito em Paulista e também em Olinda. Essa parceria será fundamental para nosso trabalho. Ela já está ajudando com obras e com certeza continuará”, garantiu.
Governo Federal
Perguntado sobre o relacionamento com o presidente Lula e o governo federal, Ramos afirmou que não houve influência de figuras nacionais na sua vitória em Paulista, reforçando que os eleitores do município têm “uma visão apurada” que transcende o cenário político nacional.
“Nossa governadora disse que foi 50 vezes a Brasília; se precisar, eu vou 100. Temos projetos, precisamos de recursos, e estamos preparados para buscar as parcerias necessárias com Brasília”, completou Ramos, destacando sua experiência de articulação na Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (ele é presidente da Federação do Comerciários do Norte e Nordeste).
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