Raquel Lyra afirma que busca unir todo o Estado e admite aproximação também com o PT
A governadora destacou que tem conversado com o senadores e a bancada do partido no Estado
Durante visita às obras do programa PE na Estrada, nesta quinta-feira (23), a governadora Raquel Lyra (PSDB) admitiu que tem se aproximado do Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo a tucana, cuja saída do PSDB é frequentemente especulada, seu governo conseguiu estabelecer uma boa relação com a gestão do presidente Lula (PT), apesar de previsões contrárias. Raquel também afirmou manter diálogo com o senador Humberto Costa (PT) e os deputados estaduais Doriel Barros, João Paulo e Rosa Amorim, todos do PT.
"Estamos trabalhando sempre na perspectiva de união do nosso Estado. Quando muitos diziam que seria impossível, reestabelecemos a relação com o Governo Federal", destacou.
"A gente tem aproximado a nossa relação com o PT, que tem sua representação, inclusive, no Senado Federal, com dois senadores. Tenho conversado com Humberto desde sempre, como também tenho conversado com Doriel, João Paulo e Rosa", destacou a governadora.
No entanto, ao ser questionada diretamente sobre um possível apoio à reeleição do presidente Lula, a governadora afirmou: “Nós estamos em 2025 e o meu ano é de trabalho”.
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Em entrevista recente à Rádio Folha FM 96,7, o senador Humberto Costa afirmou que, além das questões institucionais, a falta de um posicionamento claro de Raquel é um entrave para uma maior aproximação entre a governadora e o PT. Até o momento, apenas o prefeito do Recife, João Campos (PSB), declarou apoio à reeleição do presidente Lula. “Não sei se a governadora deve marchar por esse caminho. Se ela marchar, é uma discussão que o presidente precisa fazer”, declarou o senador.
Raquel Lyra também mencionou sua aproximação com o Partido Verde (PV), que está na base tucana em âmbito estadual e na base socialista em nível municipal.
"A gente tem recebido o apoio do Partido dos Trabalhadores e também da federação nas votações. Está aqui o presidente do Partido Verde (deputado federal Clodoaldo Magalhães) presente, que tem dois deputados estaduais e alguns prefeitos eleitos", disse a governadora, referindo-se ao parlamentar.
Emendas
Raquel Lyra também comentou sobre o grupo de trabalho criado para analisar as emendas parlamentares impositivas, que não foram totalmente quitadas ou sequer empenhadas dentro do prazo. O grupo é coordenado por representantes da Secretaria de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional (SEPLAG), juntamente com as Secretarias da Fazenda, a Controladoria-Geral e a Procuradoria-Geral do Estado.
“A gente já identificou muitos gargalos para o pagamento dessas emendas. Estamos trabalhando em cada um deles, que não são somente do Estado. Muitas vezes estão nas próprias prefeituras ou organizações sociais para as quais as emendas estão destinadas”, afirmou Raquel Lyra.
Dos R$ 188 milhões em emendas parlamentares, R$ 43,5 milhões foram pagos; R$ 42 milhões empenhados; e R$ 61,8 milhões liquidados. Nas contas dos deputados, a pendência é de R$ 103,8 milhões. O Governo alega já ter repassado R$ 151 milhões (R$ 68 milhões de emendas pix e outros valores atrasados).
Educação
A poucos dias do início do ano letivo nas escolas estaduais de Pernambuco, a governadora ainda não definiu quem será o novo secretário de Educação após a saída de Alexandre Schneider. Nomes técnicos e políticos foram especulados para a pasta, mas Raquel defendeu que “todo mundo tem que fazer as duas coisas”.
Raquel demonstrou não ter pressa na escolha e elogiou o trabalho do secretário interino, Gilson José Monteiro Filho.
“O secretário de Educação está designado. Gilson tem ampla experiência, já trabalhou na área e está lá desde o início do nosso mandato. Ele está respondendo pela Secretaria. Nós estamos trabalhando para a volta às aulas e, já já, a gente começa a entregar nas escolas o fardamento e o kit escolar”, explicou a governadora.