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Raquel Lyra reúne prefeitos da RMR em encontro preparatório para reativação do CONDERM

A reunião ocorreu nesta terça-feira (11), no Palácio do Campo das Princesas

Raquel Lyra reúne prefeitos da RMR em encontro preparatório para reativação do CONDERMRaquel Lyra reúne prefeitos da RMR em encontro preparatório para reativação do CONDERM - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

No primeiro compromisso oficial após sua filiação ao PSD, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, reuniu nesta terça-feira (11) os prefeitos da Região Metropolitana do Recife (RMR) no Palácio do Campo das Princesas. O encontro marcou a preparação da retomada do Conselho de Desenvolvimento da RMR (CONDERM).

Criado em 1994, o CONDERM, que estava inativo nos últimos anos, é composto por representantes dos 14 municípios da RMR, do Governo do Estado e dos poderes Legislativos estadual e municipais.

Participaram do encontro o prefeito do Recife, João Campos (PSB); a prefeita de Olinda, Mirella Almeida (PSD); o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros (PL); o prefeito de Araçoiaba, Jogli Uchôa (PSD); o prefeito de Ipojuca, Carlos Santana (Republicanos); o vice-prefeito de São Lourenço da Mata, Lucca Labanca (PSB); o prefeito da Ilha de Itamaracá, Paulo Galvão (PSDB); a prefeita de Igarassu, Elcione Ramos (PSDB); o prefeito de Abreu e Lima, Flávio Gadelha (PSB); o prefeito de Moreno, Edmilson Cupertino (PP); o prefeito de Itapissuma, Júnior de Irmã Teca (PSD); e o prefeito de Paulista, Severino Ramos (PSDB). Ficaram de fora apenas Diego Cabral (Republicanos), de Camaragibe, e Lula Cabral (Solidariedade), do Cabo de Santo Agostinho.

Durante a reunião, a gestora estadual destacou a importância de uma governança metropolitana sólida, pautada pelo diálogo e pela construção conjunta entre as esferas estadual e municipal.

“Tem muitos temas que são comuns à região metropolitana e que ultrapassam os limites dos territórios de cada uma das cidades”, explicou.

A governadora citou questões como morros e encostas, engorda das praias, transporte coletivo, saúde pública, dragagens, saneamento básico e mobilidade como desafios que precisam ser enfrentados com uma visão integrada.

Ela ressaltou ainda que o objetivo da reunião entre prefeitos é destacar a necessidade de um trabalho conjunto para trazer respostas a uma população que depende da coalização entre as gestões municipais.

O conselho ainda não foi formalmente reinstalado, mas um calendário de encontros já está definido.

As reuniões com os prefeitos acontecerão trimestralmente e a próxima, que vai marcar o início oficial das atividades, acontecerá no dia 15 de maio. 

prefeito do Recife, João Campos (PSB), considerou a iniciativa um passo fundamental para a construção de soluções integradas entre os municípios da RMR.

Ele destacou que muitos dos desafios enfrentados pelas cidades da região são semelhantes e, em diversos casos, extrapolam os limites territoriais de cada município.

“Os problemas são muito parecidos e muitos deles transpassam os limites do município. O bem da cidade passa pela capacidade de ter diálogo, de construir parcerias e resolver problemas de forma conjunta”, afirmou. 

Opositor de Raquel Lyra e possível rival da atual governadora nas eleições de 2026 para o governo de Pernambuco, o prefeito destacou que pretende colocar Recife como participante ativo das negociações do conselho, ainda que existam discordâncias partidárias.  

“A equipe do Recife vai participar porque nosso desejo é colaborar. Acredito que todos que se colocam à disposição para disputar uma eleição e saem vencedores desejam o bem de sua cidade. Isso passa pela capacidade de dialogar, de gerir, de construir parcerias entre os municípios e, principalmente, de resolver problemas”, destacou. 

Segundo ele, uma das prioridades do Recife dentro do conselho será trabalhar para resolver problemas que envolvem o atendimento do serviço público em áreas limítrofes.

“Conversei muito com o prefeito Mano Medeiros, de Jaboatão, sobre as questões das áreas limítrofes. O principal problema nesses lugares é que, muitas vezes, as pessoas ficam em dúvida se devem ser atendidas pelos serviços da prefeitura de Jaboatão ou de Recife. Precisamos ajustar os serviços de rotina. Por exemplo, alguns bairros têm a iluminação feita por Jaboatão, mas a coleta de lixo é feita por Recife”, explicou.

A prefeita de Olinda, Mirella Almeida (PSD), também destacou a importância da reativação do conselho, especialmente em pautas já debatidas entre os gestores.

“Com certeza a reativação do conselho marca muito a história do estado e principalmente dos municípios da região metropolitana”, afirmou.

Ela citou a engorda das praias como uma das principais demandas em comum entre Olinda e outros municípios litorâneos.

"Eu e Mano temos abordado esse tema com frequência, especialmente a questão da engorda das nossas praias, que é uma preocupação comum entre Jaboatão e Olinda. Outros municípios litorâneos também precisam tratar isso de forma coletiva, e o Estado desempenha um papel fundamental na captação de recursos, tanto junto ao governo federal quanto ao próprio Estado, para viabilizar essas obras."

Mirella explicou que temas como gestão dos resíduos sólidos e áreas limítrofes também precisam ser discutidos em conjunto, principalmente para evitar dúvidas sobre responsabilidades de serviços essenciais como saúde e educação.

“A gente precisa de um conselho para que isso se amarre. Muitas vezes, dentro do município, a gente trata esses assuntos em grupos de trabalho. O conselho é uma espécie de grupo de trabalho, só que comandado e coordenado pelo Governo do Estado”, completou.

O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros (PL), ressaltou que pautas como engorda das praias, transporte, saneamento e limites territoriais precisam ser tratadas em bloco.

“Temos pautas metropolitanas que dizem respeito a limites de município, mas que precisam ser tratadas de forma coletiva”, disse, citando também o exemplo da manutenção da faixa de areia nas praias, que exige recursos e planejamento conjunto.

Ele também chamou atenção para a necessidade de evitar a burocratização excessiva do conselho.

“O risco do CONDERM é que ele vire um grande consórcio engessado, que não anda, não sai do canto, não resolve. Depende da gente estabelecer essa discussão com grupos temáticos”, alertou.

Para ele, é essencial que o conselho atue com efetividade em temas específicos e direcionados, como a barragem do Rio Iguape, que afeta diretamente Jaboatão e Moreno, e até mesmo a questão dos estudos sobre tubarões, que, embora iniciados em Jaboatão, dizem respeito a todo o litoral pernambucano.

Com as próximas reuniões,  a proposta é estabelecer uma governança colaborativa entre os gestores que ultrapasse as diferenças partidárias e seja capaz de enfrentar os desafios comuns da RMR e promover um desenvolvimento mais equilibrado entre os municípios.

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