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Raul Henry alerta sobre deterioração das instituições brasileiras: "É um horizonte sombrio"

Presidente do MDB no Estado não faz bons prognósticos para política do País

FOLHA POLÍTICA - 11.10.24 - Raul Henry, Presidente da MDB-PE. - Juana Carvalho / Folha de Pernambuco.

O presidente do MDB em Pernambuco, Raul Henry, expressou preocupações sobre o estado atual das instituições no Brasil, caracterizando o cenário político como uma combinação preocupante de patrimonialismo e tribalização. Durante uma entrevista à Rádio Folha FM 96.7, Henry ressaltou que, embora a derrota de Jair Bolsonaro tenha sido um passo importante, o processo de enfraquecimento institucional ainda persiste.

“O Brasil está reunindo o que há de pior do passado, que é o patrimonialismo da elite política, institucional, de querer transformar o espaço do Estado numa captura de recursos públicos, e o pior do futuro que é a tribalização que a internet produziu, de pessoas extremadas, fake news”, expôs Henry.

Ele criticou a maneira como a elite política tem tratado o espaço público como um meio de captura de recursos, enfatizando a necessidade urgente de reformas.

Em um cenário onde a polarização se intensifica, Henry defendeu a implementação do voto em lista como uma possível solução para o esvaziamento institucional. Segundo ele, essa medida poderia ajudar a transformar o sistema eleitoral em um modelo mais estável, semelhante ao adotado por democracias mais maduras.

“As exceções são apenas os EUA e a Inglaterra”, disse ele, acrescentando que mudar um sistema que beneficia aqueles que já estão no poder é um desafio.

Questionado sobre a possibilidade de retornar à Câmara dos Deputados em 2026, Henry refletiu sobre as razões que contribuíram para sua recente derrota nas eleições. Ele destacou que sua posição contrária ao orçamento secreto e sua decisão de não apoiar Bolsonaro impactaram negativamente sua base de eleitores, que tradicionalmente esperavam alinhamento com as preferências da classe média.

“Não tenho arrependimento”, afirmou.

O presidente da sigla no Estado reconheceu a dificuldade de mudança no atual cenário político, mas deixou a porta aberta para surpresas futuras, ressaltando que a história pode apresentar novos desdobramentos. Entretanto, seu olhar sobre o futuro permanece cauteloso, refletindo um sentimento de incerteza que permeia a política nacional.

“Vamos esperar, a história dá muitas voltas, produz surpresas, mas hoje eu acho muito sombrio o horizonte para o Brasil”, concluiu.

Acompanhe o programa na íntegra:

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