Raul Henry alerta sobre deterioração das instituições brasileiras: "É um horizonte sombrio"
Presidente do MDB no Estado não faz bons prognósticos para política do País
O presidente do MDB em Pernambuco, Raul Henry, expressou preocupações sobre o estado atual das instituições no Brasil, caracterizando o cenário político como uma combinação preocupante de patrimonialismo e tribalização. Durante uma entrevista à Rádio Folha FM 96.7, Henry ressaltou que, embora a derrota de Jair Bolsonaro tenha sido um passo importante, o processo de enfraquecimento institucional ainda persiste.
“O Brasil está reunindo o que há de pior do passado, que é o patrimonialismo da elite política, institucional, de querer transformar o espaço do Estado numa captura de recursos públicos, e o pior do futuro que é a tribalização que a internet produziu, de pessoas extremadas, fake news”, expôs Henry.
Ele criticou a maneira como a elite política tem tratado o espaço público como um meio de captura de recursos, enfatizando a necessidade urgente de reformas.
Leia Também
• "Saio do MDB, mas o MDB não sai de mim", diz Elias em encontro com Raul Henry
• Raul Henry diz que "ainda é muito cedo" para o MDB se posicionar sobre a eleição no Recife
• Raul Henry é reeleito presidente do MDB-PE
Em um cenário onde a polarização se intensifica, Henry defendeu a implementação do voto em lista como uma possível solução para o esvaziamento institucional. Segundo ele, essa medida poderia ajudar a transformar o sistema eleitoral em um modelo mais estável, semelhante ao adotado por democracias mais maduras.
“As exceções são apenas os EUA e a Inglaterra”, disse ele, acrescentando que mudar um sistema que beneficia aqueles que já estão no poder é um desafio.
Questionado sobre a possibilidade de retornar à Câmara dos Deputados em 2026, Henry refletiu sobre as razões que contribuíram para sua recente derrota nas eleições. Ele destacou que sua posição contrária ao orçamento secreto e sua decisão de não apoiar Bolsonaro impactaram negativamente sua base de eleitores, que tradicionalmente esperavam alinhamento com as preferências da classe média.
“Não tenho arrependimento”, afirmou.
O presidente da sigla no Estado reconheceu a dificuldade de mudança no atual cenário político, mas deixou a porta aberta para surpresas futuras, ressaltando que a história pode apresentar novos desdobramentos. Entretanto, seu olhar sobre o futuro permanece cauteloso, refletindo um sentimento de incerteza que permeia a política nacional.
“Vamos esperar, a história dá muitas voltas, produz surpresas, mas hoje eu acho muito sombrio o horizonte para o Brasil”, concluiu.
Acompanhe o programa na íntegra:
Se você quer ficar por dentro de tudo que acontece na política do nosso Estado, clique aqui, cadastre-se e receba diariamente as atualizações do Blog da Folha no seu e-mail.