Rede aprova resolução que considera infidelidade apoio a Dani; lideranças acusam golpe
Pré-candidaturas de Ricardo Gadêlha, irmão de Túlio Gadêlha, e de Alice Gabino foram retiradas pelo diretório
O diretório municipal da Rede no Recife aprovou, na última terça-feira (10), resolução considerando infidelidade partidária e desobediência a conduta de militantes que declararam apoio à pré-candidatura da deputada estadual Dani Portela (PSOL) à Prefeitura do Recife em detrimento da pré-candidatura majoritária do deputado federal Túlio Gadêlha, do partido.
A iniciativa teve como alvo os pré-candidatos a vice-prefeita Alice Gabino e a vereador Ricardo Gadêlha, irmão do deputado federal Túlio Gadêlha, pré-candidato à Prefeitura do Recife em oposição a Dani Portela.
Lideranças da Rede acusam Túlio Gadêlha, que tem maioria no diretório, de estar por trás daquilo que chamam de golpe e atitude ditatorial, querendo calar as vozes dissonantes na legenda.
Eles também vão recorrer da decisão à instância nacional do partido. A acusação é que Túlio teria uma maioria artificial nas instâncias partidárias lociais, formada "por servidores do gabinete" do parlamentar.
"Se os partidos são federados, seus integrantes estão amparados de fazer campanha para os seus candidatos correlatos da federação. O mandato de Túlio, por exemplo, não é da Rede, mas é da federação", explica Alice Gabino.
A direção estadual da Rede já tinha aprovado na última quinta-feira uma resolução considerando infidelidade partidária a conduta de quem apoiasse nomes que não eram do partido na disputa eleitoral.
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A decisão do Recife, contudo, motivou reação por ter sido tomada, segundo Alice, "sem ampla defesa" e "por meio de julgamento aberratório".
"É um direito de Ricardo se pré-candidatar, eles não podem rasgar os direitos dos filiados da Rede", conclui.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de Túlio Gadêlha e aguarda resposta.