Reforma Administrativa de Raquel Lyra não deve reduzir tamanho do Estado

Projeto foi enviado ontem, no final da noite, para a Assembleia Legislativa

Governadora apresentou a proposta aos deputados e deputadas na sede do governo - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Diante do conteúdo apresentado aos deputados estaduais sobre o seu projeto de reforma administrativa - que será discutido na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) a partir de segunda-feira (9) -, a governadora Raquel Lyra não mexeu, de forma impactante, no tamanho da máquina pública. Raquel, que já anunciou decretos envolvendo o funcionalismo público e o custeio da gestão com o objetivo, segundo ela, de dar mais eficiência ao Estado, não deverá reduzir, de modo drástico, por exemplo, o número de secretarias.

Sem ameaças
Presente na reunião realizada por Raquel com os deputados  estaduais na sexta-feira (6), João Paulo (PT) analisou que a organização geral do funcionalismo público deverá ser mantida, apesar de todas as mudanças.
“Eu senti que ela não deve fazer uma alteração profunda na estrutura geral (da máquina pública). A meu ver, ela vai fazer uma adequação para manter a governabilidade no Estado”, disse o deputado estadual reeleito. “Segunda-feira (9), quando o projeto chegar na Assembleia Legislativa, eu poderei me debruçar melhor sobre o assunto. Mas garanto que não cheguei a ver nenhuma ameaça aos servidores estaduais”, continuou João Paulo.
Opinião semelhante tem o deputado Aluísio Lessa (PSB). Presidente do comitê de Finanças, Orçamento e Tributação da Alepe nesta Legislatura,  ele não esteve no encontro com os demais deputados por já ter se reunido com a governadora um dia antes para tratar do mesmo assunto.

Nomeclatura
Para Lessa, apesar da mudança de nomenclatura, a medida não terá impacto algum. “Como só há troca de nome de secretaria e divisão de uma pasta em duas (Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos se tornou, agora, a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura e a Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento), não há nenhum efeito”, ratificou.
Em relação à medida tomada por Raquel sobre o funcionalismo público, o presidente da Comissão lembra que “o decreto pode ter exonerado os servidores comissionados, mas não quer dizer que, quando a reforma administrativa for aprovada, a governadora não possa preencher todos os cargos na hora que bem entender”.

Gastos x eficiência
Para o cientista político Alex Ribeiro, além da questão econômica, é necessário ver o lado político. “Por ora, não vejo problema na aprovação do projeto da reforma administrativa. No entanto, é preciso saber a sua efetividade. Redução de gastos não quer dizer eficiência no setor público”. . Antes de chegar às mãos dos deputados estaduais, o projeto de reforma administrativa precisa ser publicado no Diário Oficial do Estado, o que deve ocorrer somente na segunda-feira (9). Como o projeto vai tramitar em regime de urgência, a expectativa é de que a reforma seja aprovada ainda nesta legislatura, que vai até o dia 31 de janeiro.

Veja também

Náutico recebe certificado da CBF de Clube Formador
Futebol

Náutico recebe certificado da CBF de Clube Formador

Instituto lança série que desmistifica obra de Paulo Freire
Paulo Freire

Instituto lança série que desmistifica obra de Paulo Freire

Newsletter