Sileno Guedes diz que Lula é exemplo para aliança entre PT e PSB
União dos ex-adversários, Lula e Alckmin, é o maior exemplo para o deputado
Nesta segunda-feira (17), durante entrevista para o programa Folha Política da Rádio Folha 96,7 FM, o deputado estadual Sileno Guedes (PSB), considerou que a aliança entre o presidente Lula (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) pode refletir em uma aliança entre os dois partidos nas eleições municipais de Recife do próximo ano.
“O presidente Lula, deu o maior exemplo para todos nós da política, seja do PSB ou do PT. Ele foi buscar um quadro da política, um ex-adversário de um partido que historicamente fazia a polarização com o PT nacionalmente. E foi no PSB que o presidente Lula se sentiu confortável de acolher o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Essa unidade nacional devia ser refletiva no maior número de lugares possível. Eu acho que, aqui, em Recife, o prefeito João Campos está fazendo um trabalho alinhado com a população e eu acho que o PT vindo para a gestão como vem agora, vai dar uma contribuição enorme na qualidade e nos resultados da gestão”, afirma Sileno.
A união entre os dois partidos aconteceu com a nomeação de dois secretários na Prefeitura do Recife. Ambos foram indicados por petistas. Entretanto, apesar dessa aliança entre os partidos, Sileno admite que talvez eles não estejam concorrendo juntos na mesma chapa pela prefeitura da capital pernambucana em 2024.
Aliança recente
Em março, o diretório municipal do Partido dos Trabalhadores, no Recife, aprovou o retorno do PT à base de apoio ao governo João Campos (PSB). Entre os nomes escolhidos para o primeiro escalão da Prefeitura do Recife estão o de Ermes Costa para a Secretaria de Habitação e do ex-secretário Oscar Barreto para a pasta de Meio Ambiente.
A escolha do ex-secretário Oscar Barreto foi uma indicação da instância municipal, enquanto Ermes foi apontado pelo senador Humberto Costa (PT). O atual secretário de Habitação já integrou o grupo de Cidades na equipe de transição do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Já Oscar Barreto, foi secretário da Cultura na gestão do ex-governador Paulo Câmara (sem partido) e secretário municipal de Saneamento no governo Geraldo Julio (PSB). Ele também integrou a base de apoio das administrações do ex-governador Eduardo Campos e do ex-prefeito João da Costa (PT).
Com essa aliança, o prefeito João Campos garantiu mais um partido para sua base política, podendo se fortalecer para as eleições do próximo ano. Já o PT resgatou a aliança progressista que foi fortalecida com a eleição do presidente Lula.
Blocão de Arthur Lira
Ao ser questionado sobre a possibilidade do Blocão de Arthur Lira (PP-AL) dificultar a gestão do presidente Lula, Sileno é claro:
“O blocão não é para prejudicar a aliança com Lula, e sim para garantir uma gestão melhor. A gente (o PSB) está aqui para garantir o diálogo e a interlocução junto com o Governo Federal. Não é uma briga com o governo federal, não é um bloco de Artur Lira, de ninguém. É um bloco que se formou, e o PSB está nesse bloco, para garantir essa interlocução”, rebate.
Na semana passada, enquanto Lula decolava para China, Lira anunciou o maior bloco partidário da Câmara, o chamado “Blocão”, com 173 deputados dos mais variados partidos, do PT, legenda oficial, ao PSDB, de oposição. Além do partido de Lira (PP-AL), União Brasil, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Patriota, Avante, PSB e PDT serão partes presentes do bloco. O novo grupo será o fiel da balança em qualquer votação importante para o Palácio do Planalto. Lira escolheu como líder o deputado pernambucano Felipe Carreras, atual líder do PSB na Casa. Com o arranjo, Lira mostra que terá poder em relação à governabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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