Simão Durando chama de "complicado" processo de federação entre União e PP
Prefeito de Petrolina foi entrevistado no programa Folha Política nesta sexta-feira (4)
O prefeito de Petrolina, Simão Durando (União Brasil), esteve na sede da Folha de Pernambuco nesta sexta-feira (4) e foi recebido pela vice-presidente, Mariana Costa; o diretor executivo, Paulo Pugliesi; o diretor operacional, José Américo e a editora-chefe, Leusa Santos.
Ele concedeu uma entrevista ao programa Folha Política, da Rádio Folha FM, com apresentação da Patrícia Breda e participação da colunista Betânia Santana.
Durante a conversa, o gestor comentou sobre a possível federação entre o União Brasil e o PP, os entraves com a nova posição do partido em oposição ao governo do estado e a agenda do ciclo junino de 2025.

Federação
Segundo Simão, o processo de federação é “algo muito complicado”.
De acordo com o prefeito, existem diversos entraves e resistências entre as cidades e os estados distintos.
“A criação da federação, ao meu ver, ocorreu um pouco tarde, considerando que há estados onde grupos ainda não aceitam a união entre PP e União Brasil. No entanto, vejo isso de forma tranquila como um modelo democrático adotado no país”, destacou.
Ainda assim, Simão reforçou a estabilidade construída dentro do União Brasil com a chegada de Miguel Coelho à presidência regional.
“Estamos bem encaminhados no União, com Miguel Coelho assumindo a presidência e trabalhando arduamente para organizar as comissões provisórias e os diretores do partido. Isso está colocando o União Brasil em uma posição forte para o próximo ano, preparando chapas robustas tanto para o Senado quanto para deputados estaduais e federais. Estamos realmente montando um grupo forte para as eleições do ano que vem”, ressaltou.
O prefeito destacou ainda que, passada a temporada de São João, as movimentações políticas devem se intensificar.
A federação, se confirmada, unirá os dois partidos por quatro anos, permitindo que mantenham suas identidades partidárias, mas atuem como um só bloco no Congresso.
Juntas, as legendas somariam 108 deputados e 13 senadores, ultrapassando inclusive o PL e a federação liderada pelo PT.
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Oposição
Com a nova aliança entre o União Brasil e o PSDB de João Campos, Simão também destacou os problemas da relação com o governo de Pernambuco, ressaltando a falta de disponibilidade da governadora para ouvir os pedidos de Petrolina.
“Raquel esteve em Petrolina há dois meses para inaugurar uma subestação da Neoenergia, e na ocasião, pedi que agendasse uma reunião comigo para discutir as demandas da cidade e da população. Quero levar essas pautas adiante, pois é fundamental deixar as diferenças políticas de lado e priorizar o diálogo. No entanto, enfrento dificuldades, inclusive com secretários da gestão dela. Nossa equipe busca esse contato, tenta agendar reuniões para debater as necessidades da população, mas esbarra em obstáculos. A nova política precisa ser praticada de fato. Durante a campanha, os palanques são armados, mas depois é hora de governar para todos. Sou um servidor da população de Petrolina e estou aqui para trabalhar por eles”, frisou.
Simão Durando também não poupou críticas à atuação da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) em Petrolina.
“É preocupante. A cidade está crescendo, mas a Compesa não acompanha esse crescimento. Como falta água numa cidade às margens do São Francisco?”, questionou.
Ele relatou que 52 bairros ficaram sem abastecimento nas últimas semanas e voltou a cobrar a redistribuição de recursos arrecadados pela empresa na cidade.
“A Compesa arrecada R$ 12 milhões por mês e envia R$ 10 milhões para a capital devido ao subsídio cruzado, sobrando só R$ 2 milhões, que não dá nem pra consertar um cano estourado”, afirmou.
Ciclo Junino
O prefeito também aproveitou o momento para anunciar o ciclo junino como “a maior festa de Petrolina” e detalhou a programação, que já deve começar no final de abril.
Com o slogan “O São João é a cara da gente”, o evento contará com atrações que vão desde o forró raiz nos bairros até grandes nomes nacionais no pátio Ana das Carrancas, entre 13 e 23 de junho.
Entre as novidades estão o concurso de quadrilhas infantis — que dobrou de seis para doze grupos este ano —, e os eventos inclusivos como o Forró do Vovô e o Forró da Acessibilidade.
“Faço questão de visitar os ensaios das quadrilhas nos bairros, para incentivar a garotada a manter viva essa tradição”, afirmou.
A expectativa é que o ciclo junino injete mais de R$ 300 milhões na economia local, com geração estimada de 17 mil empregos diretos e indiretos.
“Os hotéis já estão lotados. Isso movimenta desde salões de beleza e costureiras até taxistas e ambulantes. Toda a cidade ganha”, comemorou.
Ele defendeu ainda um turismo junino integrado entre as principais cidades do Nordeste.
“A gente não pode ser egoísta. O turista tem que passar por Caruaru, Campina Grande, Petrolina e também ir para a capital”, defendeu, destacando a importância de uma articulação entre os prefeitos para fortalecer a cultura regional como um todo.