Sudene reúne comunidade científica para combater a desertificação no semiárido
Evento reuniu especialistas e autoridades para discutir soluções para seca e degradação no semiárido
Em um esforço para destacar a caatinga e o semiárido brasileiro no cenário internacional, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) promoveu o seminário "Contribuições da comunidade científica brasileira para a temática de combate à desertificação", realizado nesta terça-feira (15) em sua sede. O evento é parte dos preparativos para a participação do Brasil na COP 16, que ocorrerá em Riad, na Arábia Saudita, de 2 a 13 de dezembro.*
O seminário reuniu especialistas, centros de pesquisa, universidades, representantes do governo e instituições financeiras, com foco no desenvolvimento de soluções científicas e tecnológicas para mitigar os efeitos da desertificação no semiárido. Os debates foram fundamentais para subsidiar a delegação brasileira na COP 16, que celebra o 30º aniversário da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD).
José Farias, coordenador de estudos e pesquisas da Sudene, enfatizou a necessidade de parcerias entre governo, academia e sociedade civil.
Leia Também
• Sudene e Grupo JCPM enviam felicitações para o portal 'Isabela Pontes'
• Sudene integra comitê de governança da Política Nacional de Desenvolvimento Regional
• Conselho Deliberativo da Sudene aprova financiamento do FNE para retrofit nos centros urbanos
"Buscamos criar parcerias com os atores deste cenário, reunindo instituições em prol da redução dos impactos das mudanças climáticas. Além disso, a Sudene tem atuado para dar apoio aos estados e municípios para efetivar as políticas públicas de combate à desertificação. Mobilizar conhecimento e tecnologia para promover o desenvolvimento sustentável na região é um dos nossos principais compromissos", afirmou.
Os participantes do seminário abordaram temas como articulação científica, tecnologias sociais e a importância de integrar o conhecimento das comunidades tradicionais na formulação de soluções. Também foram discutidos mecanismos de financiamento que incentivem cadeias produtivas voltadas à recuperação das terras degradadas.
Ao final do evento, ficou decidido que uma nota técnica será elaborada e encaminhada aos Ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores, destacando a necessidade de diálogo entre setores da sociedade e a comunidade internacional. Essa nota incluirá propostas específicas para o semiárido, que abrange 12% do território nacional e é habitado por quase 26 milhões de pessoas.
Aldrin Perez, correspondente científico do Brasil na UNCCD, ressaltou a urgência dessa articulação.
“Sinto que o nosso chamado foi acolhido internacionalmente. Os cientistas brasileiros precisam de um papel protagonista neste cenário, agindo de forma organizada para estimular o diálogo com as comunidades que vivem nestes territórios”, comentou o pesquisador, que integra a equipe do Instituto Nacional do Semiárido.
O seminário também abordou os compromissos do Brasil com a convenção da ONU, que envolve 196 países e a União Europeia. Segundo dados de 2022, até 40% dos territórios globais enfrentam ameaças de desertificação, o que afeta não apenas a biodiversidade, mas também o PIB mundial. Para o semiárido brasileiro, enfrentar esses desafios é crucial para garantir a sustentabilidade da região e melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes.
Se você quer ficar por dentro de tudo que acontece na política do nosso Estado, clique aqui, cadastre-se e receba diariamente as atualizações do Blog da Folha no seu e-mail.