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Tadeu Alencar: “Hora de olhar para frente”

Secretário Nacional de Segurança Pública avalia pedido de demissão do ministro do GSI

Tadeu Alencar ressalta que abertura da CPMI é decisão do Congresso Nacional - Arquivo Folha de Pernambuco

O secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar (PSB) avalia que o pedido de demissão do ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o general Gonçalves Dias, “fez parte da rotina administrativa”. Para ele, o País não pode ser paralisado, precisa discutir pautas econômicas e sociais de interesse da população, como emprego e segurança nas escolas. Segundo Tadeu Alencar, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Antidemocráticos vai mostrar o que o País já sabe: “a ação de grupos criminosos que agiram para afrontar a democracia”. Tadeu falou, em entrevista exclusiva à Folha de Pernambuco, sobre os grandes desafios da pasta nestes primeiros meses de gestão do 
presidente Lula. 

DEMISSÃO DO MINISTRO
“Esta foi uma decisão do presidente da República. A gente tem que reconhecer que as atividades de 8 de janeiro foram uma atuação criminosa de pessoas que não acreditam na democracia. Eu acho que a democracia deu sinais de vitalidade, as consequências precisam ser encaradas e enfrentadas com naturalidade. Claro que nenhum governo gosta de ver um de seus integrantes afastado, mas faz parte da rotina administrativa e vamos tocar a vida para frente.”

CPMI DO 8 DE JANEIRO
“Essa é uma decisão do Congresso Nacional. Eu fui deputado federal por oito anos e o Parlamento tem autonomia, tem sua agenda. O Congresso entende que deve também fazer a sua investigação pela CPI. É claro que o melhor seria que o Congresso estivesse falando do futuro, mas nós temos que respeitar. Essa comissão vai dar oportunidade de jogar ainda mais luz sobre aquilo que a gente já sabe: que é a ação de grupos criminosos envolvendo diversos segmentos da sociedade brasileira, que agiram para afrontar a democracia em nosso País.”

ESCOLA SEGURA
“O episódio de Blumenau aconteceu no dia 5 de abril e, no dia seguinte, estávamos às 10h conectados com todas as delegacias de enfrentamento aos crimes cibernéticos, exatamente para inaugurar uma cooperação sob a orientação do ministro da Justiça Flávio Dino e do presidente da República [Luiz Inácio Lula da Silva].Do dia 06 de abril até o dia 20 de abril, essa ação deu muitos resultados. Já houve mais de 300 pessoas presas em flagrante. Foram 2.593 registros feitos de ameaças às escolas, mais de mil pessoas foram conduzidas às delegacias para prestar depoimentos, houve 270 buscas e apreensões e 1.738 investigações. Não temos nenhuma dúvida que a criminalidade só pode ser enfrentada com inteligência e tecnologia, monitorando a atuação de grupos criminosos.” 

INTOLERÃNCIA
“Aqui, todo dia tem uma agenda com muitas repercussões, porque vivemos num País grande, complexo, socialmente diverso, com vários fatores que agilizam essa violência, de modo que esse ambiente é muito delicado e, consequentemente, instável. A gente passou por muitas coisas e agora estamos enfrentando esse tema nas escolas. O ambiente mais geral no País não é dissociado do clima de radicalidade, de intolerância, do discurso de ódio que foi projetado ao longo dos últimos anos.”

VIOLÊNCIA
O Brasil é um País violento, tem apenas 3% da população do planeta e é responsável por 20% de homicídios. Só esse indicador já dá conta de uma sociedade que convive com indicadores muito elevados e criminalidades. Então, o ambiente é consequência das vulnerabilidades sociais crônicas do País e também da ação do crime organizado, de facções criminosas que se aproveitam dessa realidade adversa para agir. Você não tem mais fronteiras nem estados porque está espalhado no território nacional. Dentro, às vezes, da unidade prisional são comandadas ações criminosas em diversas regiões, de modo que é um desafio muito grande que só poderá ser enfrentado com uma atuação integrada, uma atuação federativa e cooperativa muito forte. Não é uma tarefa só dos Estados, só da União, nem só dos municípios, tem que ter uma atuação com todos os entes federativos. Nós estamos discutindo, em conjunto com os estados, o enfrentamento ao crime organizado. Tem que ter uma estratégia voltada pro Nordeste porque, das dez cidades mais violentas do Brasil, nove estão no Nordeste.”

JOÃO CAMPOS E RAQUEL LYRA
“Eu gosto muito de estar concentrado na atividade que eu estou exercendo e, no presente momento, estou dedicado à ssecretaria. Acho que é muito pouco tempo para se fazer uma avaliação sobre o governo de Raquel. Prefiro fazer essa apreciação no momento mais oportuno. Eu acho que, no caso da administração do Recife, como é algo que nós já temos dois anos e alguns meses nós já podemos ter uma avaliação. Quando se cogitou o nome de João, se questionava a sua capacidade de ser um bom candidato. Depois, diziam que ele não seria um bom prefeito e o que a gente viu foi o oposto disso. João, mesmo com a sua juventude, demonstrou compreender o tamanho da sua responsabilidade. Ainda ontem, aprovou, no Senado, uma operação de crédito de R$ 2 bilhões, o que mostra que não só tem a condição de ser um bom gestor, como é uma liderança do PSB em Pernambuco e nacionalmente respeitada e conhecida pela política brasileira. Acho que é bom para o Recife continuar sendo governado por João Campos.”

PSB
“Acho que a hora é de olhar para frente, de recompor as nossas forças junto à sociedade. Nós temos a possibilidade, no governo do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro, com o ministro Márcio França (PSB), de ocupar três espaços importantes. É uma oportunidade de, a partir dessas pastas, fortalecer políticas públicas de áreas estratégicas. Temos muito serviço a prestar ao País.”

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