Tadeu Alencar responsabiliza Bolsonaro por ataques golpistas às sedes dos Três Poderes

Secretário nacional de Segurança Pública foi o entrevistado desta segunda-feira (16) da Rádio Folha FM 96,7

arquivo

O secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Tadeu Alencar, em entrevista ao programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7, nesta segunda-feira (16), responsabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelas invasões e atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, realizadas por bolsonaristas há uma semana.

Para o secretário, o que a aconteceu em Brasília foi grave e merece uma punição e uma responsabilização exemplar que atinja os executores, os financiadores, os planejadores e os mandantes ou o mandante, se for caso. "Nesse momento, a responsabilidade política do presidente Bolsonaro é inquestionável, porque de fato ele estimulou e, de certa maneira, sempre sinalizou que essa atuação poderia acontecer", afirmou.

Para Alencar, a responsabilidade jurídica não pode deixar de levar em conta a materialidade dos fatos que gerem uma "conexão entre a atitude do então presidente e os fatos abomináveis que aconteceram".

"A prisão do ex-ministro da Justiça foi decretada pelo Supremo exatamente em razão disso. Ele já tinha, no dia da diplomação, agido de maneira negligente com relação ao apoio que deveria ter dado à ação da Polícia Militar do Distrito Federal, e assumindo como secretário de Segurança, trocou todo o comando da Secretaria de Segurança Pública e viajou para o exterior, cujo período de fruição das férias seria dia 9, e ele já estava desde antes fora do país para se proteger", denunciou.

Para o secretário, a cadeia de responsabilização depende das investigações que estão em curso. "São processos que precisam ser bem instruídos. As pessoas foram ouvidas, aquelas que tinham a razão de ordem humanitária para serem liberadas, foram liberadas", acrescentou.

Na visão do secretário, os ataques golpistas foram profissionalizados, sistemáticos, planejados, e isso tem raiz na pregação golpista que, disse ele, foi uma constante do ex-presidente da República, principalmente a partir de metade do seu governo.

Alencar se refere, entre outras coisas, às atitudes de Bolsonaro à frente do governo, como, ilustra ele, o comportamento dele durante a crise sanitária, a instrumentalização que fez de instituições, como a Polícia Federal e a Receita federal. Ele lista, ainda, desmonte de políticas públicas essenciais. "Tudo isso fez Bolsonaro passar a lançar dúvidas sobre o processo eleitoral", complementou.

Voltando aos ataques às sedes dos Três Poderes, o secretário disse que por trás de tudo o que aconteceu havia uma operação que não se monta do dia para a noite.  "Agiram rápido, com a conivência de agentes públicos e por isso a intervenção federal rapidamente decretada pelo presidente da República cumpriu imediatamente  o fim para o qual ela foi decretada", explicou.  
 

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