Tese das coxias ganha eco na voz do herdeiro
Da Coluna Folha Política
Ele obteve, este ano, mais de 90 mil votos na corrida pela Prefeitura de Olinda. Chegou ao 2º turno, desbancando o PCdoB, partido que, até então, comandava a gestão na cidade. Detalhe: os comunistas eram aliados de primeira hora de Eduardo Campos. Mal a eleição acabou, Antônio Campos já anunciou planos para 2018. “Serei candidato em 2018. A qual cargo, direi em 2017”. Pouco depois, admitiu haver espaço para ele e para o sobrinho, João Campos, concorrerem juntos à Câmara Federal. Na esteira de seus planos eleitorais, cravou os da mãe, Ana Arraes: “Acho que ela está, momentaneamente, ministra e acredito na volta dela, para um futuro breve, para a política em Pernambuco”. Indagado pela coluna se a concorrência para Câmara Federal, na família, não já estaria saturada, considerando os nomes dele e de João Campos no páreo, e se, sendo assim, o projeto dela só poderia ser majoritário para 2018, ele acenou positivamente: “Possivelmente, sim”. E detalhou: “Ela pode ter mais seis anos. Ela pode se aposentar, hoje, proporcionalmente e, em 2017, integralmente. Mas ela teria mais cinco anos, pela lei da bengala, como ministra”. No último sábado, a coluna cantou a pedra sobre a hipótese de a ministra voltar para concorrer ao Governo do Estado, dado o clamor de setores socialistas que contestam o “novo PSB”. Antônio Campos verbalizou que a tese, até então ventilada nos bastidores, pode vir a se concretizar, de fato. E foi mais além no assunto: “Não teria sentido ela ser ministra do TCU e se aposentar - com todo respeito ao cargo de deputado federal. Só teria sentido para um cargo majoritário para servir ao povo de Pernambuco”. Enquanto ministra do TCU, no entanto, Ana Arraes não pode se imiscuir em questões políticas. Em dado momento, ele pediu para esclarecer: “Minha mãe não participou diretamente do processo de Olinda, mas ela observou o tempo todo”. Só observa, por enquanto.
A coletiva deu-se no hotel Samburá, em Olinda
Caso de família
Ao longo da coletiva, concedida ontem, Antônio Campos chegou a falar em apelo, feito por sua mãe a Renata Campos durante a campanha, mas logo ressalvou: “O apelo foi mais da família do que do ponto de vista político e parece que não foi atendida”. Ainda antes disso, disse ver na mãe “uma grande paixão pela política”.
Mágoa 1 > Antônio Campos diz guardar mágoa do deputado federal Jarbas Vasconcelos. “Essa rusgazinha ficou nessa relação. Ele agrediu muito minha família, ele foi perdoado por meu irmão e ele foi pequeno comigo”, queixa-se o socialista à coluna.
Mágoa 2 > O PMDB não demorou a expressar, no 2º turno, apoio a Antônio Campos. Mas o socialista gravou vídeo em favor de Raquel Lyra, em Caruaru, principal cidade onde o PMDB disputava. “Foi uma declaração simples a minha, dizendo que João Lyra foi fiel a meu irmão e chega ao ponto de ele (Jarbas) evitar uma gravação de um vídeo para mim”.
Tucanos e... > Membro do Conselho de Ética do PSB nacional, Antônio Campos é da ala do partido que não descarta a hipótese de o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ingressar nas hostes socialistas. “Tenho diálogo com governador Alckmin muito bom há anos”, pontua.
...pombas > E adiciona: “Sou amigo da família Alckmin. Acho que ele é um forte candidato a presidente, que não merece ser descartado, a priori”, defende Tonca, como é conhecido. E continua: “Não estou dizendo que estou apoiando Alckmin. Devemos manter diálogo com Alckmin e ele é opção, sim, para presidente”.
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