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Três deputados votam contra a reforma administrativa apresentada pela governadora

Eles alegam que o projeto não corresponde às propostas feitas durante a campanha

Jô Cavalcanti - Juntas (PSOL); José Queiroz (PDT) e João Paulo (PT)

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Apenas três deputados estaduais foram contrários à proposta de reforma administrativa apresentada pela governadora Raquel Lyra (PSDB) e aprovada durante sessão remota realizada na tarde desta terça-feira (17) pela Assembleia Legislativa de Pernambuco: José Queiroz (PDT), Jô Cavalcanti, do mandato coletivo Juntas (PSOL) e João Paulo Lima e Silva (PT). A sessão comandada pelo presidente da Casa, deputado Eriberto Medeiros (PSB), aprovou também a criação de três auxílios (saúde, moradia e alimentação) para os próprios parlamentares. 

 

A reforma administrativa mantém em 27 o número de secretarias (é o mesmo da gestão anterior), mas faz algumas alterações na estrutura. A Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos, por exemplo, é desmembrada, passa a ser duas secretarias: Mobilidade e Infraestrutura, e Recursos Hídricos e Saneamento, seguindo a promessa de campanha de priorizar o transporte público e o abastecimento d'água. 

"Voto com a minha consciência, pois é grande a contradição do que expõe a governadora, e revela o seu perfil para o que vai acontecer nos próximos quatro anos com Pernambuco", relatou o deputado José Queiroz, ex-prefeito de Caruaru e adversário da governadora desde que ela administrou a Capital do Agreste. Queiroz votou contra o projeto, alegando que a governadora "manteve a máquina inchada".

Ele relatou que a governadora criou 258 novos cargos comissionados, atingindo 12 mil vagas, alguns com salários de até R$ 13 mil mensais; 168 novos cargos de confiança; 90 novas funções gratificadas; e que, além de manter o número de secretarias da gestão passada, criou 15 secretarias-executivas. "O que a governadora propõe vai custar aos cofres do Estado R$ 100 milhões nos próximos quatro anos. Não era o que ela dizia durante a campanha", alfinetou.

Derrotado nas últimas eleições, Queiroz fez questão de lembrar que a governadora não sancionou a lei estabelecendo aumento de salário para ela mesma, a vice-governadora, secretários e deputados estaduais. "Ela devolveu ao Legislativo para promulgação. Com a iniciativa expõe este poder e se esconde, na realidade, como costuma fazer para não assumir sua posição", atacou. 

Para a deputada Jô Cavalcanti, do mandato coletivo Juntas (PSOL),  a ausência de diálogo desde a publicação do primeiro decreto - quando a governadora afastou todos os cargos comissionados e de confiança - a paralisação de alguns serviços públicos, como consequência, e o aumento de gratificações, quando a promessa era enxugar a máquina, são alguns dos motivos que a fizeram votar contra a reforma.

"Pernambuco vive um momento socioeconômico horrendo. Houve percalços que a governadora poderia ter corrigido, mas não corrigiu", entfatizou Jô Cavalcanti, acrescentando que o novo Governo também extinguiu uma importante secretaria - a de Prevenção e Combate às Drogas. Ela acabou fundida à de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude.

O deputado João Paulo disse ter achado estranho que diante de um projeto de reforma administrativa tão grande nenhuma pessoa da equipe do novo Governo o tenha procurado para esclarecer as mudanças propostas ou o porquê de elas estarem sendo apresentadas.

"Não fui procurado por nenhum secretário nem pela vice-governadora (Priscila Krause), que, inclusive, fez parte desta Casa", registrou, acrescentando que o momento é de relevante importância. ""Estamos definindo o destino do Estado pelos próximos quatro anos", alertou.

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