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Túlio Gadêlha aposta que PSOL retribua na eleição para a Recife, em 2024, gesto da Rede no ano passado

Deputado, que já se colocou à disposição para a disputa, defende que nome seja escolhido em pesquisa

Deputado federal Túlio Gadêlha (Rede Sustentabilidade) - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

O deputado federal Túlio Gadêlha, do partido Rede Sustentabilidade, que integra uma federação com o Partido Socialismo e Liberdade, aposta em um gesto da legenda aliada para que a Rede encabece a chapa da eleição à Prefeitura do Recife no próximo ano. Em entrevista na tarde desta sexta-feira (8/9), ele lembrou que em 2022 seu partido abriu mão da candidatura do advogado Maurício Rands para apoiar o nome de João Arnaldo ao Governo. E, a pedido do hoje deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), presidente nacional da federação, também descartou o mesmo nome ao Senado para apoiar o de Eugênia Lima (PSOL). 

"Acreditamos que política é feita de gestos. Na Rede não existe nenhuma corrente autoritária, muito pelo contrário, a gente sempre defende diálogo, e o aprofundamento desse diálogo para construir consensos. Mas espero que exista o reconhecimento por parte da Federação Nacional de que fizemos um gesto para o PSOL em 2022, e de que por isso o PSOL também possa fazer um gesto para a Rede", pontuou.

Único de Pernambuco na Câmara dos Deputados pela Rede, Gadêlha registra que na federação há nomes como o do ex-deputado Paulo Rubem Santiago (Rede), o da deputada estadual Dani Portela e o do vereador do Recife Ivan Moraes, ambos do PSOL, para disputar a eleição majoritária da capital, no próximo ano. Para isso, defende a realização de uma pesquisa que defina a indicação com maior peso.

"A gente constrói junto um programa para a cidade e coloca os nomes para pesquisa. O que estiver melhor colocado nas pesquisas deve ser o nome que vai disputar a eleição. Eu defendo essa tese dentro da Federação e tenho conversado com o presidente nacional Guilherme Boulos. Ele está em processo de convencimento das correntes aqui no Estado", colocou.

Dos quatro possíveis nomes da Federação PSOL-Rede à Prefeitura do Recife, apenas o deputado federal mantém relação estreita com a governadora de Pernambuco Raquel Lyra (PSDB), e a possibilidade de que ela o apoie é ventilada pelos quatro cantos do Estado. Nos bastidores, a governadora já teria articulado a vice com o Partido Social Democrata e a vaga seria para a secretária de Cultura do Estado, Cacau de Paula, filha do ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula. O PSD saiu da base do prefeito do Recife, João Campos, para compor o Executivo estadual. A indicação faria parte dessas negociações. 

Em nota, o PSOL já rechaçou uma candidatura da federação vinculada à governadora, do mesmo jeito que se manifestou contrário ao apoio de Gadêlha a sua candidatura no segundo turno do pleito, em 2022.  

"Ela (Raquel) sabe que a Rede tem a pretensão de disputar o Recife. Ela sabe que meu nome é um dos que estão colocados. Mas não chegamos a conversar sobre candidatura e alianças. Raquel tem focado no Governo e eu tenho focado na aliança dela com o Governo Federal, mostrando a necessidade de ela se aproximar mais do Governo Lula e construir um governo popular", comentou o deputado, satisfeito porque a governadora tem atendido seus pleitos. 

Ele citou que a gestora foi a primeira a receber um grupo de indígenas, com mais de dez caciques, e já começou a atender suas reivindicações, destinando seis ônibus escolares à comunidade, e prometendo resolver o problema dos acessos. Avalizou a necessidade de discutir políticas públicas para refugiados. Convocou professores aprovados em concurso para a Universidade de Pernambuco (UPE) e chegou a alterar a data do concurso do Colégio Militar para não coincidir com a do Colégio de Aplicação. 

O deputado, no entanto, coloca-se contrário à proposta da governadora de privatizar ou fazer concessão da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e também o metrô. "Não adianta entregar Compesa e metrô para a iniciativa privada. "Tem que se discutir o modelo de gestão. É preciso aporte anual do Governo do Estado ou do Governo Federal para que a coisa possa acontecer", sugere. 

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