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"Uma característica importante de Lula é a capacidade de diálogo", diz Luciana Santos na Rádio Folha

Vice-governadora de Pernambuco também falou sobre o processo de transição de governo

Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco

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A vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), participou, na manhã de hoje (01) do Programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7. Durante meia hora de entrevista, ela quando falou sobre as transições do governo estadual e federal, os desafios do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a oposição da maioria dos governadores eleitos. Luciana, que também é presidente nacional do PCdoB, acredita na possibilidade de algum pernambucano assumir um ministério no governo Lula e disse que está a disposição para ser uma ponte entre o presidente eleito e a governadora eleita de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB). O programa foi comandado pelo radialista Neneo de Carvalho, com a participação da subeditora de Política da Folha de Pernambuco, Carol Brito, e o repórter Carlos André Carvalho.   

Transição em Pernambuco
O governador Paulo Câmara já instituiu a comissão de transição. Na verdade, o governador já cuidou disso antes do resultado do segundo turno. Ele fez uma orientação para que os secretários fizessem os balanços, apresentarem as questões em curso e o que está projetado para o futuro. E é claro que a governadora eleita Raquel Lyra vai adaptar aos seus compromissos de campanha. A casa está extremamente arrumada, temos uma das melhores políticas fiscais do país, capacidade de endividamento, uma carteira de investimento de R$ 3 bilhões, muitas intervenções e obras em curso. A casa está arrumada, as entregas estão em curso, o esforço para atrair investimento também.


Ponte entre Raquel e Lula
Estou à disposição. Sou daquelas que têm convicção de que é preciso sempre respeitar a soberania popular, a vontade do povo. Temos uma governadora eleita, e as instituições precisam funcionar para pacificar o país, para unir o povo e para poder enfrentar os desafios que são tão gigantescos. 

Bolsonaro
Estamos em um país com uma situação muito complexa, voltamos ao mapa da fome, vivemos essa tragédia social, uma agenda de retirada de direitos, como a reforma trabalhista e da previdência, por Bolsonaro. Ele não cuidou do desenvolvimento do país. Uma quebra permanente da institucionalidade e do Estado Democrático de Direito.

Bolsonaro 2
Não me surpreendeu ele usar a máquina descaradamente. Ao mesmo tempo que diz que é antissistema, ele montou o gabinete do ódio, tem a PGR do lado dele, colocou a máquina pública  e o orçamento para comprar a consciência do eleitor e não deu certo. Ele usou eleitoralmente o aumento do auxílio só para ganhar a eleição, embora no orçamento só tenha R$ 430 (o valor do auxílio é de R$ 600). Ele conteve o preço da gasolina para ganhar a eleição. Usou máquina e perdeu a eleição. Não me surpreende, também, ele há mais de dois das eleições, ainda não se posicionar. Na prática, ele quer estimular esse tipo de arruaça (protestos de caminhoneiros). 

Discurso de Lula
Acho que foi um discurso muito centrado. Foi certo ele fazer um discurso lido porque reafirma os compromissos de campanha e os compromissos, principalmente, de unir o Brasil. Como não será diferente este espirito público que move o presidente Lula na relação da gente que está na coordenação da transição 

Comissão de transição
Os dez partidos da coligação vão participar. Ainda estamos montando. Serão 50 membros. Vamos ter uma reunião com todos os dez partidos e os líderes das bancadas do Senado e da Câmara. Geraldo Alckmin será encarregado do diálogo com os governadores, uma coisa que Lula vem prometendo desde o início da campanha. A transição deterá uma junta formada por Alckmin, Gleisi e Mercante. Isso demonstra que a frente ampla não era só para a eleição. Ela terá na governabilidade uma necessidade ainda de maior amplitude, como já aconteceu no segundo turno, quando não foram somente os dez partidos.

Pernambuco no ministério
Eu não tenho dúvida disso. Pernambuco já tem essa tradição política de ser um estado forte nesse cenário nacional. Acredito que Pernambuco terá uma fotografia boa na composição do governo do presidente Lula.

Congresso conservador
Uma característica importante de Lula é a capacidade de diálogo. Nos governos dele sempre teve uma composição desfavorável, nunca teve uma maioria folgada, sempre foi necessária uma grande composição política, um diálogo. Talvez um dos maiores desafios dele será alterar o orçamento secreto, que é uma captura do orçamento do país. O orçamento secreto é uma coisa antidemocrática e antipolítica.

Lira e Pacheco
A atitude de Arthur Lira no mesmo dia da eleição de reconhecer o resultado, de dizer que está à disposição, e do Rodrigo Pacheco, tudo dá um alento de que nós vamos proteger nossas instituições. Por mais que essas instituições tenham defeitos, e tem, porque é necessário ter mais reforma política para que o parlamento represente mais o povo, é preciso reforma do Judiciário. Há muitas necessidades de mudanças das instituições, mas jamais negar as instituições, porque seria querer impor um regime autoritário.

Governadores eleitos
Embora boa parte deles tenha acompanhado Bolsonaro, nenhum tem o perfil do próprio Bolsonaro. Ele é um autoritário por convicção, por isso que chegamos ao que chegamos no país. Ele não escuta ninguém. Não escutou a ciência quando teve a covid, não quis saber da OMS, não quis ouvir nem o ministro que ele mesmo escolheu, e que era sensato, médico. Quando você olha a fotografia dos governadores, mesmo Tarcísio (de Freitas, de São Paulo), que, inclusive foi da equipe de Dilma, percebe que eles não terão atitudes toscas. 
 

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