Unidade que não se via desde 2008
Da Coluna Folha Política
Ele era a única chance de o PT fazer um prefeito de Capital no segundo turno. E, além do desgaste político que a legenda já enfrentava nacionalmente, teve, enquanto candidato à Prefeitura do Recife, que lidar ainda com as dificuldades financeiras. Apesar do terreno árido que trilhou, João Paulo aponta um saldo positivo: a unidade que o PT alcançou na corrida eleitoral deste ano. É coisa que, desde 2008, não se via. Naquele ano, a candidatura de João da Costa, apresentada por ele, já não unificava o partido.
Mesmo assim, saiu vitoriosa no primeiro turno, mediante esforço do, então, prefeito da Capital. Em 2012, Maurício Rands chegou a disputar prévias e o resultado foi uma legenda devastada, que acabou perdendo a Prefeitura do Recife para o PSB. Este ano, as forças, antes rompidas, apareceram reunificadas. Ainda que isso tenha ocorrido tardiamente, representou um ganho que deve nortear os planos eleitorais do PT em Pernambuco para as eleições gerais, daqui a dois anos. “Acho que Pernambuco, com eleição do Recife, deu um clima de unidade ao partido, que, talvez, não tenha havido igual em lugar nenhum. Foi um clima muito bom dentro do partido”, enfatiza João Paulo à coluna. E aposta: “Isso vai ser um balizamento bom para 2018”.
Nos próximos dias 10 e 11, em São Paulo, haverá reunião da direção nacional do PT
Palavras de Lula
O ex-presidente Lula telefonou, ontem, para o ex-prefeito João Paulo. Ao aniversariante, Lula observou que o resultado das urnas foi bom, considerando as dificuldades enfrentadas pela sigla. Registrou que ajudou como pôde depois de desejar um feliz aniversário, ao pernambucano, que comemorava seus 64 anos.
Votos > Quem também telefonou para João Paulo foi o presidente nacional do PT, Rui Falcão. Há, no partido, a propósito, quem defenda uma antecipação do congresso nacional da sigla para acelerar mudança na direção. Em Pernambuco, também deve haver uma rearrumação no comando.
Aceitação > Ainda que não tenha encontrado acesso fácil a recursos do PT, a despeito de ser o único candidato competitivo da sigla no 2º turno, João Paulo se mostra conformado: “Quem foi candidato do partido já foi sabendo que ia encontrar muitas dificuldades. Acho que não tinha nem o direito de reclamar”.
Outra torcida > O governador Paulo Câmara embarcou, na madrugada da segunda-feira, para Curitiba, onde acompanha a filha, Clara, de 12 anos, que disputa torneio escolar de vôlei. O socialista retorna, amanhã, ao Estado.
Crédito 1 > Em relação a 2012, o número de partidos no palanque de Geraldo Julio cresceu. O volume de votos também. Se tivesse ocorrido o inverso, a culpa poderia ter sido depositada no colo do governador Paulo Câmara, defendem alguns socialistas.
Crédito > O governador chegou a sacrificar alianças que mantinha com o DEM e o PSDB, no Estado, e assinou, literalmente, embaixo, uma nota na qual convidava as duas siglas a deixarem sua gestão. Ontem, pessoas próximas a ele lembravam que o crédito da vitória devia ser dado ao prefeito, naturalmente, mas que a contribuição de Paulo deveria ser valorizada também.
Ensaio > Há quem ventile o nome de Ana Arraes para ocupar a presidência nacional do PSB. Mas considerando que a convenção se dará em 2017, ela não estaria aposentada ainda do TCU. Além de haver clamor de parte da sigla para que ela dispute o Governo do Estado, como a coluna cantou a pedra no sábado, a hipótese de ela concorrer ao Senado também é incensada nas coxias.
Veja também
Energia
SP ainda tem 36 mil casas sem energia na tarde deste domingo
Futebol