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Vereadora Jô Cavalcanti reforça combate ao conservadorismo e declara independência na Câmara

Única parlamentar do PSOL no Recife fez primeiro pronunciamento na sessão extraordinária desta terça

Jô Cavalcanti é a única vereadora do PSOL na Câmara do Recife - Foto: Paloma Luna

Vereadora do PSOL Jô Cavalcanti declara independência na Câmara e reforça combate ao conservadorismo no legislativo

Em seu primeiro pronunciamento oficial no plenário da Câmara do Recife, a vereadora Jô Cavalcanti (PSOL) sinalizou a independência do mandato na Casa e reforçou posição de combate ao conservadorismo e à extrema-direita no Recife.

Na segunda sessão extraordinária para votação da reforma administrativa enviada ao legislativo municipal pelo prefeito João Campos, nesta terça-feira (14), a parlamentar foi à tribuna e afirmou estar disponível ao diálogo com situação e oposição quando as pautas forem em benefício da população do Recife, mas não irá negociar retrocessos. 

“Estamos aqui para dialogar e vamos estudar todos os projetos. Mas vamos ter nossa posição contra esse setor conservador, quando quiserem nos diminuir. Temos que ter respeito aqui nesta Casa, do mais votado ao menos votado, todos eleitos pela sociedade recifense. Enquanto havia coisas erradas acontecendo nas nossas comunidades, nós estávamos lutando e encantando mentes e corações para chegar aqui. Não vou permitir ser desrespeitada nesta tribuna por ninguém”, afirmou a parlamentar, única mulher negra eleita para a atual legislatura e a primeira ambulante e militante do Movimento de Trabalhadores Sem-Teto (MTST) no legislativo municipal. 

A fala da parlamentar foi feita na esteira do pronunciamento de um vereador da bancada de oposição, na sessão da segunda-feira (13), que afirmou desprezar a esquerda em discurso oficial. Segundo Jô Cavalcanti, caso o desrespeito continue, o gabinete não vai hesitar para acionar a Comissão de Ética da Casa. 

A vereadora reforçou, em discussão no plenário, a necessidade de defender a democracia e lembrou o Projeto de Lei que proíbe homenagens a pessoas e instituições condenadas pelos ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, submetido pelo seu mandato na última semana.

“Quando fui deputada nas Juntas na Assembleia Legislativa um dos nossos primeiros projetos foi para proibir homenagens a torturadores. E por essa preocupação de respeito às instituições, apresentamos o Pacote da Democracia [na Câmara], para barrar esse tipo de postura [favorável ao golpe] na Casa”, explicou. 

Durante discurso na tribuna, Jô aproveitou para defender o acesso à renda básica e à política de Cozinhas Solidárias, projeto capitaneado pelo MTST. Também abordou o direito à moradia digna e segura, principalmente para quem vive em zonas de risco, diante dos eventos climáticos extremos. 

No tocante ao projeto de reforma administrativa, Jô Cavalcanti sinalizou preocupações com relação à criação da supersecretaria de Ordem Pública e Controle Urbano, que aproxima as funções de fiscalização das de coerção.

“Como trabalhadora do comércio informal, é meu dever falar que isso pode representar maior uso da força nas intervenções da SECON e potencial ‘criminalização’ dos ambulantes. É um enorme sinal de alerta. Precisamos de protocolos rígidos para prevenir violações de direitos e para fazer prevalecer o diálogo e a negociação nas operações”, afirmou, fazendo apelo ao líder do PSB e à Liderança do Governo na Câmara.

Também demandou transparência, ferramentas de controle e diálogo com a sociedade civil em relação às mudanças na pasta de Meio Ambiente.

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