Boa memória faz diferença na hora da prova

Especialistas nas ciências da mente trazem dicas para manter a memória acesa desde a preparação até o momento mais esperado: o dia do concurso. - Greg Vieira / Arte FolhaPE
Dedicar um ano inteiro de estudos para conquistar a tão sonhada aprovação não é fácil. São vários os desafios que concurseiros e vestibulandos enfrentam para manter a disciplina e guardar o assunto na memória. O excesso de conteúdo cobrado nos editais, aliado aos maus hábitos, torna esse processo ainda mais difícil, agravando o ner­vosismo e, consequentemente, o esquecimento. Pa­ra ajudar a esclarecer o tema, a Folha de Pernambuco conversou com especialistas que deram dicas de como manter a memória acesa durante o período que vai desde a preparação até o momento mais esperado: a prova.



A memória é a capacidade que o cérebro tem de armazenar e evocar informações adquiridas. É uma das funções mais complexas do corpo humano e, por isso, parte de seu funcionamento ainda é uma incógnita para a neurociência. A hipótese mais aceita, no entanto, é a de que a presença do glutamato - um dos neurotransmissores do cérebro - permite a conexão entre os mais de 6 milhões de neurônios do hipocampo (responsável pela memória declarativa), processo que possibilita o acionamento da função.

Apesar da importância para a estabilidade da mente, muitos estudantes negligenciam o tema. “A memória é fundamental para o processo de estudo e está diretamente ligada ao estado de humor e à forma como a pessoa se sente, seja sobre uma prova de concurso ou vestibular. Se a pessoa está muito nervosa ou ansiosa, a primeira coisa que falha é a memória”, explica a psicóloga Juliana Amaral. Segundo ela, o desenvolvimento de uma boa memória pode ser alcançado por fatores como o autoconhecimento. “O estudante deve conhecer os distrativos, o que lhe tira o foco, se são as redes sociais, se é a televisão. Saber o que distrai faz com que o candidato consiga identificar de que forma ele pode ter mais foco e melhorar a memorização”, diz.

Além de conhecer a si mesmo, o neu­rocientista Valdenilson Ribas aponta o cuidado com a alimentação como ponto essencial para uma boa memória. “Um dos aspec­tos é a nutrição. Para a pessoa que vai fazer concurso, a primeira coisa que tem que fazer é consultar um nutricionista funcional. As vitaminas D1, D6 e D12, por exemplo, são fundamentais para o desenvolvimento da memória”. De acordo com o pesquisador, diante da grande quantidade de conteúdo exigido nas provas, ter estratégia de memo­rização é um diferencial. Um método de grande funcionalidade é a Gestalt. Desenvolvido na Alemanha sob o conceito de “percepção do todo”, o mecanismo considera como estratégia de estudo o uso de fluxograma, que ao longo do tempo, foi adaptado para a criação de mapa-mental, organograma e outros esquemas de organização e memorização. 

Além disso, boas noites de sono são importantes para o processo de armazenamento dos conteúdos. “Quem tem sono reparador consegue ter uma boa memória, porque o sono reparador além de limpar o cérebro das impurezas, solidifica a aprendizagem, reorganiza as informações que o estudante teve ao longo do dia e coloca na memória o que o cérebro acha que é importante ou não”, explica o psicólogo e neurocientista Murilo Calafange.

Para o estudante Bruno Carvalho, 39, o processo de memorização é facilitado quando os métodos de estudos são incorporados como rotina. “Ter o hábito de estudar, se orga­nizar, acordar tendo metas diárias, cumprir horários, é muito impor­tante para a memorização”, ressalta. No décimo segundo período do curso de medicina, Bruno precisou adaptar a rotina às mara­tonas de exercícios e, hoje, se pre­­para para a prova de residência. “Eu tentava estudar e não conseguia. Estudava um dia e ficava três sem estudar. Era algo sem regularidade. Hoje em dia existem muitas distrações, mas o segredo é ficar alternan­do não só as matérias, como também os dispositivos. Estudar por vídeo, resolver questões, fazer flu­xograma, mapa-mental”, sugeriu. 


"A memória é fundamental para o processo de estudo e está diretamente ligada ao estado de humor", explica a psicóloga Juliana Amaral - Crédito: Caio Danyalgil

"Quem tem sono reparador consegue ter uma boa memória", orienta o psicólogo e neurocientista Murilo Calafange - Crédito: Caio Danyalgil/Folha de Pernambuco




 

Veja também

EDITAIS E BALANÇOS

EDITAIS E BALANÇOS

USINA SANTA THEREZINHA S.A. - AVISO AOS ACIONISTAS

USINA SANTA THEREZINHA S.A. - AVISO AOS ACIONISTAS

Newsletter