Bolsonaro garante concurso de admissão para a carreira diplomática neste ano
De acordo com Bolsonaro, que discursou na cerimônia de formatura da nova turma do Instituto Rio Branco (a escola de formação de diplomatas do Itamaraty), o tema foi acertado entre os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Paulo Guedes (Economia).
Para um plateia de diplomatas, o presidente disse que o concurso será realizado "como prova de reconhecimento do trabalho" dos servidores do Itamaraty.
No ministério das Relações Exteriores, havia o temor que, como parte do ajuste fiscal promovido por Guedes, a prova de admissão de novos diplomatas de 2019 fosse suspensa.
Caso o concurso fosse de fato barrado pela equipe econômica, seria o primeiro ano sem prova de admissão para a carreira diplomática desde 1946.
Em seu discurso, Bolsonaro disse que seu governo tem um "projeto de Brasil grande, soberanos e próspero". "Quero que saibam que a política externa conduzida pelo Itamaraty e capitaneada pelo ministro Ernesto [Araújo, das Relações Exteriores] será essencial para os sucessos desse projeto", declarou o presidente.
Ele voltou a comentar as eleições argentinas de outubro. Sem citar nominalmente a ex-presidente Cristina Kirchner, Bolsonaro disse que a volta da ex-mandatária de esquerda ao país vizinho poderia criar uma "nova Venezuela" na América do Sul.
"Além da Venezuela, a preocupação de todos nós deve voltar-se à Argentina, sobre quem poderá voltar a governar aquele país", disse Bolsonaro. "Não queremos, o mundo inteiro não quer, outra Venezuela mais ao sul do nosso continente", afirmou.
Dirigindo-se aos diplomatas recém-formados, Bolsonaro pediu que eles trabalhem para defender "a democracia e a liberdade, em nossa região e no mundo".
"Não permitam que o nosso país seja definido de fora, com base em conceitos alheios", disse o presidente.
Em meados de março, num café da manhã com jornalistas, Bolsonaro disse que faria uma série de trocas em embaixadas do Brasil no exterior. Segundo ele, as alterações eram necessárias porque a imagem do Brasil na arena internacional está sendo vendida de "maneira ruim". "Não sou ditador, homofóbico, racista", afirmou o presidente, à época.
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