Como elaborar o currículo perfeito para convencer o recrutador que você é o candidato ideal
O documento deve apresentar um objetivo e ser organizado nas ideias e propostas que apresenta
O primeiro contato de um candidato à vaga de emprego com uma organização recrutadora ocorre por meio do curriculum vitae, uma espécie de porta-voz que destaca as habilidades e as experiências que o profissional possui para ocupar o cargo. Por mais que as tecnologias da informação e da comunicação avancem, por mais que se criem novas ferramentas e softwares, o bom e velho currículo continua a ser indispensável para se conquistar uma vaga no mercado de trabalho.
Uma coisa, no entanto, é inegável: a necessidade de se reinventar e ter em mãos um currículo que seja atrativo é um diferencial, pois, além de todas as informações relevantes, o documento ser bem apresentado para se conseguir “seduzir” o recrutador.
O currículo deve apresentar um objetivo e ser organizado nas ideias e propostas que apresenta. “O interessante é direcionar as experiências de acordo com a vaga. A gente costuma dizer que as pessoas têm vários currículos, mas deve conceber o ideal para a vaga que busca no mercado”, explica a psicóloga clínica e organizacional Beatriz Dias.
Atente à formatação
Não há uma formatação padrão, mas seguir algumas regras pode dar ao currículo um aspecto mais profissional: optar por uma fonte, digamos, discreta, como a Arial ou a Times New Roman, com tamanho 11 ou 12 já é um bom começo. No caso dos títulos de cada tópico, a ampliação do tamanho de letra para destacá-lo também concede ao documento um aspecto mais organizado e facilita a leitura.
Negrito, itálico e sublinhado devem ser usados com moderação. Recomenda-se, ainda, que as margens estejam com a mesma medida de ambos os lados. As regras mais comuns sugerem manter espaço em branco entre um tópico e outro para também facilitar a leitura. É imprescindível lembrar de salvar o documento em PDF para ele que mantenha a formatação.
Quanto à foto no currículo, não há um consenso, mas mesmo não sendo uma regra para todas as empresas, caso o candidato opte por inseri-la que seja em fundo branco e que defina uma apresentação profissional. Recomenda-se não pegar uma fotografia qualquer e transformá-la em uma 3X4 para o currículo. Isso passa ao recrutador uma ideia de amadorismo do candidato.
Tomados esses cuidados, o candidato, para criar seu currículo, começa pelos dados pessoais, que devem ser registrados em forma de um cabeçalho. Nome completo, profissão, informações para contato (telefone, e-mail já são suficientes). “Nos dados pessoas, é sempre bom acrescentar o link do LinkedIn”, avisa a também psicóloga clínica e organizacional Giséli Andrade, referindo-se à rede social focada em negócios e assuntos profissionais.
Tem que ter muito cuidado com o que vai colocar em dados pessoais, porque são dados pessoais com caráter profissional. “Por exemplo, se alguém busca uma vaga para motorista, é interessante que coloque o tipo da CNH dele, porque isso vai facilitar para o recrutador, mas se não for esse o caso, essa informação é irrelevante”, alerta Beatriz.
Depois disso, o currículo precisa ser dividido em tópicos. O mais comum é dividi-lo por: perfil profissional, experiência de trabalho, formação acadêmica, habilidades e informações adicionais, esta última opcional. O perfil profissional se trata de um parágrafo no topo do currículo, logo abaixo do cabeçalho, geralmente com três a cinco frases. No texto, deve-se convencer o recrutador que o candidato merece a atenção dele. O texto deve ser escrito na terceira pessoa do singular e não na primeira pessoa.
Quando descrever as experiências profissionais, cada item desse tópico precisa constar pelo menos título do cargo; nome da empresa; início e término; algumas responsabilidades e conquistas no cargo. “As funções desempenhadas devem ser descritas da mais recente a mais antiga, porque o recrutador precisa olhar com objetividade”, acrescenta Beatriz.
Formação acadêmica
Caso o candidato tenha começado a trabalhar recentemente ou nunca trabalhou (caso de estagiários, por exemplo), a seção formação acadêmica deve ser mais detalhada. Em outros casos, o mínimo que se deve detalhar para cada curso é o nome da graduação, especialização, mestrado ou doutorado; nome da instituição; e data de conclusão. Se ainda estiver prestando um curso, inclui-se o item “data de conclusão prevista”.
Para elaborar a seção de habilidades, recomenda-se fazer uma lista com até dez habilidades relevantes à vaga. Elas podem ser tanto hard skills (habilidades técnicas) quanto soft skills (qualidade profissionais como pessoa). Mas é importante ressaltar que os dois tipos de habilidades listadas devem ser relevantes para a vaga.
Se sentir necessidade de seções adicionais no currículo, o profissional pode acrescentar outras específicas, como "premiações", ou incluir uma seção "informações adicionais". Também é possível misturar as duas, incluindo tópicos específicos e um geral. Tudo depende de quantos itens de uma mesma categoria quiser adicionar, e o quão relevantes elas são para a vaga.
Alguns exemplos de itens que costumam ser colocados em informações adicionais são: softwares que domina, congressos e conferências, fluência em idiomas, cursos extracurriculares, workshops e palestras que participou ou que proferiu, voluntariado, publicações, premiações, intercambio, disponibilidades. Mas só se deve lançar mão dessa seção no currículo ele alguns desses tópicos também forem relevantes para o cargo que se quer.
Um estudo da Harvard Business Review de 2018 mostra que um currículo deve despertar o interesse de um profissional de Recursos Humanos em sete segundos. Isso talvez explique porque os profissionais de RH recomendam poucas páginas. “Duas páginas é um tamanho bem razoável, mais do que isso, fica muito cansativo, com muita informação e nada objetivo”, aconselhou Giséli