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Como se preparar para as novas modalidades de entrevistas de emprego

Videochamada e pitch pessoal estão sendo cada vez mais usados pelas empresas no processo de seleção

Karina: “Para cargos de gestão, geralmente se pede pitch pessoal e entrevista por videochamada” - Divulgação

Já vai longe o tempo em que a entrevista de emprego, etapa decisiva no processo de recrutamento e seleção, consistia apenas em uma conversa cara a cara entre o candidato e o recrutador. A clássica entrevista presencial não foi descartada nem está ameaçada, mas ganhou pelo menos duas novas aliadas: a entrevista por videochamada e o pitch pessoal, que podem substitui-la ou complementá-la, e vêm exigindo dos candidatos um esforço extra para conquistar uma vaga no mercado de trabalho.

“Essas outras modalidades podem ser utilizadas ou não, mas vieram para otimizar o processo dentro das empresas e torná-lo mais assertivo”, lembra a psicóloga e orientadora de carreira Karina Paz. O candidato, no entanto, deve, segundo Karina, estar preparado para as outras formas de entrevistas, cada vez mais comuns.

Se o cargo desejado tem entre as funções realização de reuniões e conversas com equipe de modo on-line, se sair bem nesse tipo de entrevista é primordial. A videochamada, utilizada muitas vezes quando a presencial é irrelevante ou como uma etapa a mais, cresceu durante a pandemia de covid-19, mas continuou sendo usada mesmo depois.

“Por videochamada, posso entrevistar, do Recife, um candidato de João Pessoa. Agiliza muito para quem trabalha na área de RH, principalmente com consultoria mais independente”, lembra Karina. Do ponto de vista financeiro, para qualquer candidato, esse tipo de entrevista também é mais conveniente que a presencial. “Como geralmente está desempregado, nem sempre o candidato tem condições de se deslocar até a empresa, principalmente se for em outra cidade”, complementou.

Recomendações para a videochamada
Quem vai se submeter a uma entrevista de emprego por videochamada deve estar atento, antes de tudo, a três coisas: o áudio, a luz e a conexão de internet. Recomenda-se ao candidato se sentar de frente para a luz, para que a imagem tenha uma qualidade melhor, e nunca de costas para a janela. Além disso, usar um fone com microfone, pois o áudio fica mais direcionado, e o som ao fundo não é percebido. A conexão de internet deve ser ao mesmo razoável para evitar instabilidade.

É importante, assim como na presencial, vestir-se de acordo com o cargo que deseja. Cores neutras, sem elementos chamativos. O mesmo vale para os acessórios, maquiagem e afins. Homens precisam estar com a barba feita e cabelo arrumado também. Na tela, esses detalhes chamam a atenção do entrevistador.

O ideal é estar sentado em frente a uma mesa, com o fundo do vídeo o mais neutro possível. Aconselha-se que o candidato se comporte como se estivesse em uma reunião ou entrevista presencial, com a postura reta.

Outra dica relevante é procurar olhar para a câmera – e não para a tela – e estar atento à conversa. Isso aumenta a conexão, torna o diálogo mais confortável. Cuidado com os movimentos das mãos: em excesso pode atrapalhar a conversa; fora de visão (embaixo da mesa, por exemplo), pode passar a sensação de nervosismo. Quanto às respostas, o candidato deve procurar ser objetivo ao máximo. Responder exatamente o que foi indagado, sem rodeios.

Pitch pessoal
Plataformas de recrutamento para vagas de emprego já aderiram ao pitch pessoal há algum tempo. Nela, o candidato é convidado a enviar um vídeo com tempo pré-determinado fazendo uma apresentação sobre ele mesmo, no âmbito pessoal e profissional. Não se trata exatamente de uma entrevista, embora o candidato deva fazer o vídeo pensando em algumas perguntas que que precisam ser respondidas: “quem é você?”, “o que faz?” e “por que é o profissional ideal para a vaga?” 

“Para cargos de gestão, geralmente se pede pitch e entrevista por videochamada. O interesse de exigir um ou outro ou até dois é da empresa que tem a vaga disponível”, acrescentou Karina. De modo geral, pitch se refere a uma apresentação breve e que vai direto ao ponto feita por empresas, principalmente startups, que buscam investidores. Logo, com um discurso curto, apresentam uma ideia em busca de financiador. 

O pitch pessoal se volta para uma apresentação do candidato, com duração de três a cinco minutos, para convencer um recrutador que ele tem os atributos para a vaga. O conceito envolve também o elevator pitch, uma apresentação ainda mais curta, de 30 segundos a um minuto. Portanto, é um discurso bastante direto em que se deve encontrar as palavras certas para focar no projeto ou habilidades. 

A apresentação deve demonstrar objetivos profissionais, habilidades e conquistas, como resultados alcançados em um emprego anterior ou em um projeto realizado para a faculdade. A ideia é ganhar a atenção do interlocutor sem enrolação. Também não é recomendado acrescentar informações de caráter meramente pessoal que não tenham relação com a vida profissional.


É preciso transmitir naturalidade e ser agradável de ouvir. Mas, mesmo sendo um texto mais leve, gírias não podem ser usadas. Recomenda-se conferir se não há erros de português e deixar o texto fluido e organizado (com começo, meio e fim). É importante fazer uma introdução que capte a atenção do recrutador. 

O discurso deve ser breve, por isso o candidato só pode falar o necessário – informações que tenham relação com o cargo, a empresa em questão e o mercado de atuação. O candidato deve conceber um discurso que traga apenas informações verdadeiras e reflita quem ele realmente é.

Os cuidados com cenário e o vestuário são os mesmos que se deve ter na videochamada. Para que o áudio seja bem captado sem tirar a liberdade de movimentos, o microfone de lapela é indispensável e, além de discreto, confere certo charme ao candidato. Quanto ao texto, deve ser adaptado à vaga que se almeja.

O candidato deve narrar situações que em foi o protagonista nos empregos anteriores. Como o pitch não é uma apresentação ao vivo, deve tirar proveito disso e treinar até achar que está pronto. Destaque-se que é preciso estar atento ao comportamento não verbal. O corpo fala muito e pode ajudar ou prejudicar o discurso. Demonstrar entusiasmo durante a apresentação, mas não em excesso, é outra recomendação.

 

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