Concursos: dicas para melhorar a escrita em provas discursivas
O especialista em concursos explica como definir estrutura e garantir objetividade
A escrita adequada em provas discursivas é crucial para se destacar em concursos. A objetividade, a coerência e uma estrutura bem organizada são essenciais para garantir uma pontuação elevada.
O professor especialista em concursos Wilson Garcia recomenda que, a fim de se preparar eficazmente para as provas discursivas, os candidatos devem analisar os espelhos de redação de concursos anteriores da mesma banca.
"Essa análise ajuda a compreender o estilo e o padrão de resposta exigido, facilitando a adaptação da redação às expectativas da banca," explica Garcia.
Para aperfeiçoar a habilidade de interpretar corretamente os temas propostos, é fundamental que o candidato se concentre nas diretrizes estabelecidas pela banca examinadora.
Segundo o especialista, "o candidato deve evitar desviar-se do tema e inserir informações irrelevantes, mantendo uma estrutura clara com introdução, desenvolvimento e conclusão."
Além disso, Garcia reitera a importância da concordância textual e da pontuação correta.
“É crucial usar ortografia e concordância corretas, evitando a invenção de palavras e garantindo uma conexão lógica entre as partes do texto," conclui.
Outro ponto importante para produzir a redação é buscar a simplicidade, com vocabulário e estrutura textual claros, com sujeito, verbo e complemento, afirma a professora doutora em Língua Portuguesa, Fabiana Ferreira.
“Não sabe fazer o difícil, faz o fácil. Sem sombra de dúvida, vocabulário claro, simples, vai te fazer deslanchar na frente dos outros.”
Estrutura
Conforme o professor, para aprimorar a elaboração de uma redação discursiva, é fundamental seguir uma estrutura bem definida.
"O candidato deve iniciar apresentando o tema com conceitos e fundamentos relevantes, como aspectos constitucionais ou históricos, quando aplicável. No desenvolvimento, é essencial aprofundar os pontos mencionados na introdução e, na conclusão, relacionar o que foi discutido sem introduzir novas ideias," elucida Garcia.
O especialista exemplifica:
"Se o tema é a ressocialização de presos, o candidato deve desenvolver o assunto de forma coerente e concluir com uma reflexão sobre o que foi exposto."
Evitar a introdução de tópicos desconexos é crucial para manter a conexão e garantir uma boa pontuação.
Alcançar a objetividade em uma redação exige que o candidato desenvolva a habilidade de síntese. Conforme explica o especialista, "uma maneira eficaz de aprimorar essa habilidade é lendo textos jornalísticos, conhecidos por sua objetividade."
O candidato deve evitar rodeios e focar diretamente no que é necessário, respeitando o limite de linhas estabelecido pela banca.
No contexto jurídico, por exemplo, é essencial que o texto seja fundamentado na Constituição e na Lei de Execução Penal (LEP), conforme o tipo de questão proposta.
"Não adianta encher linguiça ou divagar sem incluir as informações essenciais," ressalta o especialista.
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Adaptação
A fim de adaptar o estilo de escrita a diferentes tipos de provas e bancas examinadoras, é essencial que o candidato esteja atento às especificidades propostas.
Garcia esclarece, "O candidato tem que ficar atento em relação ao que foi proposto para ver qual tipo de estilo a banca determinou."
Ele acrescenta que, "adaptar esse estilo de escrita para diferentes tipos de provas e bancas examinadoras exige que o candidato treine diversos estilos. Com base no edital publicado, é necessário seguir o estilo da banca e analisar os espelhos de resposta para entender o padrão de resposta exigido."
Segundo Fabiana Ferreira, no corpo do texto, também é importante que o participante desenvolva o processo de intertextualidade, citando autores que foram lidos durante os estudos para incrementar a produção.
“Lembrando que não é citar por citar, é fazer com que as ideias do autor venham enriquecer aquela proposta que a gente está colocando ali. O texto para concurso é um texto lindo, é um texto dissertativo-argumentativo em que essencialmente você vai se pôr, colocar a sua opinião. Lembrando sempre, nada de primeira pessoa. É sempre na terceira pessoa.”