Contra o desemprego, qualificação

Thiago Cabral é analista do Senac e destacou cursos técnicos mais procurados pelas pessoas - Leo Malafaia/ Folha de Pernambuco
Diante do cenário de desemprego no Brasil - índice subiu para 12,7% no trimestre encerrado em março, atingindo 13,4 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - e da subutilização da força de trabalho, que totallizou 28,3 milhões de pessoas no trimestre encerrado em março, a qualificação técnica e profissional se torna, cada vez mais, um diferencial para a inserção no mercado de trabalho brasileiro.

Se a escassez de vagas é crescente, a corrida por emprego também passa a exigir mais dos candidatos. Para se destacar, especializar-se é primordial. Nesse cenário, os cursos técnicos e tecnológicos continuam sendo uma opção viável para quem não dispõe de tempo e precisa de um retorno mais imediato, ou seja, a colocação no mercado. Apesar do ensino superior continuar sendo fundamental para uma formação profissional mais sólida, os cursos técnicos, por sua curta duração e foco nas necessidades do mercado, são ótimas opções para dar direcionamento em uma carreira.

"O curso técnico demanda não só maior atuação para o mercado de trabalho, mas existe também a questão do custo benefício, que é bem mais elevado quando se trata de um curso superior, pois leva muito mais tempo para ser concluído. Então a gente consegue preparar aquele aluno, em um curto espaço de tempo para o mercado de trabalho, onde ele vai ter uma renda para se manter hoje, onde temos um índice de desemprego muito alto", explica o analista de Educação Profissional do Senac, Thiago Cabral.

Entre os cursos técnicos que se destacam, o analista elencou as áreas de administração, design de interiores, enfermagem e Rádio e TV. Todos eles são orientados pelas diretrizes estipuladas no Fórum Setorial, do qual o Senac participa desde 2014. O encontro envolve representantes de empresas, sindicatos patronais e trabalhistas, acadêmicos e especialistas do próprio Senac com o objetivo de definir as competências necessárias em cada área. Além disso, os cursos se baseiam nas chamadas "marcas formativas" que incluem princípios como domínio técnico-científico, visão crítica, atitude (empreendedora, sustentável e colaborativa).

Segundo Thiago, o ensino técnico é a ponte para que o estudante possa ingressar no mercado. "Hoje há estudos que apontam que 60% dos jovens que concluem o ensino médio não ingressam no ensino superior por algum motivo. E o curso técnico é uma alternativa nesse contexto para que eles possam ter uma formação em um curto espaço de tempo e partir, de fato, para o mercado", avalia. Para o analista, a preferência pelo ensino técnico se deve à necessidade dos jovens de terem uma fonte de renda.

De acordo com o especialista, a alta empregabilidade é visível entre os alunos egressos. "A qualificação é um ponto de partida para quem está procurando emprego e quer se atualizar ou até abrir seu próprio negócio. Só pra se ter uma ideia, 80% dos nossos alunos de cursos técnicos dentro do Senac já saem da sala de aula para a prática da profissão. Isso é um dado bastante relevante", comenta.

Empreendedorismo - Além de serem formados para o mercado, os alunos também são apresentados a uma visão empreendedora, que é uma das diretrizes dos cursos. "O SENAC se torna um diferencial nesse ponto. Nós trabalhamos no nosso modelo pedagógico a questão das marcas formativas e uma delas é o empreendedorismo. Temos uma atitude crítica e empreendedora, uma visão crítica sustentável. E empreendedorismo é algo que a gente consegue trabalhar dentro de nossos projetos integradores de cada curso em sala de aula", destaca.

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