Equilíbrio entre vida profissional e pessoal
Levar as demandas e problemas do trabalho para casa, assim como as frustrações da vida pessoal para o emprego pode originar disfunções que causam queda de rendimento e desmotivação. O resultado é que a excelência do serviço fica comprometida. “Com isso, começam a acarretar os problemas psicológicos. Nós não somos máquinas e se exigia um certo tipo de responsabilidade que não era possível dar conta e isso gerava frustração e outros problemas. Hoje, as empresas estão valorizando a questão da saúde mental no trabalho. Valoriza-se um funcionário quando ele está num ambiente de trabalho confortável, com horário de almoço e expediente com carga horária saudável”, explica a psicóloga Maria Fernanda Almeida.
“A sociedade cobra isso da gente pois existe um ‘ter’ que é muito importante. Ter o melhor celular, um carro, e isso demanda muito dinheiro. Por isso nós nos matamos de trabalhar. Mas é preciso ter cuidado de saber os nosso limites e em quais ambientes nós nos sentimos confortáveis trabalhando para não adoecer e, num futuro próximo, não passemos a deixar de funcionar da maneira correta”, orienta Fernanda. Opinião semelhante do administrador e especialista em Gestão de Pessoas, André Felipe Siqueira. “É preciso conciliar o lazer e o trabalho. A gente tem que se preocupar com essa fusão. Até porque percebemos o crescimento enorme das doenças do século 21, como depressão, síndrome do pânico, entre outras”, afirma.
Essa mudança de mentalidade, segundo André Siqueira, tem relação com a necessidade de manter bons profissionais na empresa. “A cultura organizacional vem cada vez mais se preocupando com a qualidade de vida e o bem estar daquele colaborador. Isso ao longo do tempo vem mudando, até por uma exigência de retenção de talentos. As empresas vem se preocupando com o clima organizacional, a gente chama isso de saúde empresarial ou corporativa, que se preocupa com promover um ambiente mais favorável, positivo, próspero, que incentive o trabalho em equipe e a cooperação.
Segundo o especialista, essa mudança de cultura é um movimento mundial e chegou no Brasil há alguns anos. “A gente percebe que as empresas de tecnologia, por exemplo, do Vale do Silício, passaram a construir em suas estruturas em suas sedes e em sua matriz um ambiente bem semelhante ao dos lares de seus colaboradores. Por exemplo, no Google, no Facebook, pode-se levar seu cachorro ou animal de estimação. Empresas no Brasil estão disponibilizando lugares para descansar chamados de ‘cochilódromos’, para aqueles momentos em que o colaborador precisa aliviar o estresse a cobrança”, relata.
"É preciso ter cuidado de saber os nosso limites e em quais ambientes nós nos sentimos confortáveis trabalhando para não adoecer", orienta Maria Fernanda Almeida, psicóloga. - Crédito: Ed Machado / Folha de Pernambuco
"É preciso conciliar o lazer e o trabalho. A gente tem que se preocupar com essa fusão", diz André Siqueira, especialista em RH. - Crédito: Ed Machado / Folha de Pernambuco
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