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Fuja da saia justa na entrevista

Entrevista de emprego - Arte/Folha de Pernambuco
Depois da análise do currículo, chega a hora de encarar a tão esperada entrevista de emprego. É nesse momento que muita gente fica no caminho ao se atrapalhar pelo fato de saber que está sendo observada da cabeça aos pés. Há quem trave, literalmente. Mas em todo o conjunto de leituras e análises feitas pelo entrevistador, uma delas é possível tirar de letra se o candidato estiver calmo e devidamente preparado. É na chamada “pergunta saia justa” que você deve se posicionar, sem parecer arrogante, como no caso do salário pretendido ou mesmo sobre sua real disponibilidade para aceitar horas extras e tarefas inesperadas. Você saberia o que dizer de pronto?

A primeira recomendação é ser o mais honesto possível diante de qualquer questionamento. Segundo a psicóloga e gestora de RH, Terêza Torres, isso vale, inclusive, a um tema delicado como pretensão salarial. “Deve-se expor o que é, pelo menos, o mínimo para viver bem com todas as contas pagas. A pessoa do outro lado já aguarda posicionamento sincero, e essa é uma lógica para qualquer cargo”, diz ela, que, como entrevistadora, também faz uma análise da vida pessoal do candidato justificando, assim, os valores ditos. “É comum durante a conversa surgirem perguntas para saber se a pessoa é casada, tem filhos, o que costuma fazer nas horas vagas e por aí vai”, completa. Aliás, essa também é uma forma de entender a disponibilidade para tarefas extras. “Sabendo que você pode ser cobrado a partir do que for dito na entrevista”, alerta.

Quando chega a hora de destacar pontos fortes e fracos, Torres ainda aconselha responder a parte negativa ressaltando que está trabalhando para melhorar a respeito. “Como, por exemplo, dizer que precisa ser mais persistente e que está fazendo algo sobre isso. A pior coisa é responder apenas o lado positivo, pois demonstra que você não tem nada para melhorar, soando arrogante”, reforça. Durante a entrevista é comum o pedido para simular situações como “o que você faria se pegasse um colega próximo roubando dentro da empresa?”.

A resposta, que mais parece óbvia, deve ser dita com convicção, segundo o especialista em gestão e transição de carreiras. Marshal Raffa, da Thomas Case & Associados. “É preciso falar o quanto você não concordaria com essa situação e, tratando de um cargo de gerência, garantir que esse colega seria imediatamente desligado, mesmo com a sensação de perda dentro da equipe”, argumenta. Para a pergunta “você gosta de liderar ou seguir?”, Raffa destaca a importância de responder “os dois”.

“Mesmo dentro de um alto cargo de gestão, haverá alguém para emitir regras e tarefas. Então é preciso mostrar o quando você sabe emitir e receber comandos dentro da empresa”, diz. Também não vale mentir na hora de contar sobre sua demissão, porque está mudando de emprego e quais suas pretensões profissionais. “Costumo dizer que não existem perguntas difíceis, mas, sim, respostas mal elaboradas. Bem como candidatos mal preparados e não entrevistas difíceis”, diz o especialista.

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