Polícia de PE deve começar, esta semana, a investigar fraude em concurso do TJPE

O concurso do TJPE é alvo de polêmica desde a primeira segunda-feira pós prova, quando candidatos denunciaram ter presenciado falhas na fiscalização e o descumprimento de itens do edital - Cortesia
A Polícia Civil da Paraíba deve repassar, ainda nesta semana, informações que viabilizem a abertura de um inquérito, por parte da Polícia Civil de Pernambuco, sobre um suposto esquema de fraude no concurso público do Tribunal de Justiça (TJPE), realizado no último dia 15 com a presença de mais de 129 mil candidatos.

Apesar de o certame ter ocorrido no Recife e em outras regiões do Estado, as investigações vinham acontecendo em João Pessoa pelo fato de lá ter sido descoberta uma organização criminosa que comercializava gabaritos de provas para ingresso em órgãos públicos. Até agora, suspeita-se que três integrantes dessa quadrilha, pelo menos um deles morador de Pernambuco, chegaram a se inscrever na seleção. Nenhum foi preso.

As investigações avançaram com a descoberta de mensagens trocadas pelo WhatsApp entre janeiro e março deste ano e que indicaram a intenção dos suspeitos de fraudar o concurso. Nas conversas, divulgadas pela Polícia Civil da Paraíba e publicadas no Portal FolhaPE, um homem identificado como Thiago Leão aparece se comunicando com Flávio Luciano Nascimento Borges, apontado como um dos líderes da organização criminosa. Em um trecho, um deles aparece dizendo que o cúmplice pode conseguir 40 interessados em pagar pelas respostas das provas, e o interlocutor afirma que vai "trabalhar para isso" e que precisa "comprar mais equipamentos", provavelmente, pontos eletrônicos.

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Em outra parte da conversa, gabaritos são comercializados por R$ 2,2 mil. O interlocutor pergunta se, na hora do acerto, pode levar outro homem. É Jamerson Hesídio, também indicado como suspeito e como candidato do concurso do TJPE no último dia 15. Além dele, teria participado do certame uma mulher identificada como Poliane Alencar, também suspeita de integrar a organização criminosa. Os dois e Thiago Leão haviam sido presos pela Operação Gabarito, da Polícia Civil paraibana, mas receberam habeas corpus há um mês e conseguiram se inscrever no certame. Thiago também já era investigado por uma suposta fraude no concurso da Guarda Municipal do Recife em 2015.



Os problemas no concurso do TJPE vieram à tona na semana passada, quando candidatos reclamaram de falhas na fiscalização durante a realização das provas. O delegado Lucas Sá, da Delegacia de Defraudações e Falsificações da Polícia Civil em João Pessoa, disse que houve uma tentativa de interceptar os suspeitos no dia do certame, mas que a organizadora, Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC), não permitiu a ação. "Faltou a colaboração da empresa. O que podemos fazer, agora, é aguardar e ver se alguma dessas pessoas cujos nomes já temos confirmados aparece na lista [de aprovados]. E vamos passar toda a documentação para a Polícia Civil daí [de Pernambuco] dar sequências às investigações", explicou.

Ontem, em entrevista a um site especializado em concursos, o presidente da empresa organizadora, Alexandre Faraco, garantiu que, dos três suspeitos, só a mulher fez a prova e que nenhum objeto ilícito foi achado. Ele também garantiu que o certame não será anulado. Já o TJPE afirmou à Folha de Pernambuco que ainda não foi acionado formalmente pela polícia sobre as investigações. A chefia da Polícia Civil de Pernambuco informou que, se o caso for direcionado a Recife, ficará a cargo da equipe da Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp), mas destacou que ainda não recebeu nenhuma informação oficial por parte da corporação do estado vizinho.

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