Sabedoria milenar contra a ansiedade no trabalho

O mindfullness deixou de ser apenas uma prática de meditação restrita e passou a ganhar mais espaço no ambiente de trabalho - Lehi Henri / Arte FolhaPE
Manter o foco total no presente para alcançar o equilíbrio e, por fim, a paz interior. Para além disso, mindfulness - ou na tradução literal, “atenção plena” - deixou de ser uma prática de meditação restrita às religiões orientais e, devido ao sucesso e comprovações científicas de eficácia, ganhou espaço no mercado de trabalho. Ao contrário do que muitos pensam, sua origem não é recente. Os primeiros registros da prática remontam a 2.000 anos A.C, nos Vedas, textos sagrados indianos. Também podem ser encontrados apontamentos desse processo precursor na China e Japão.



No entanto, como explica o empresário, instrutor de mindfulness formado pelo Mindfulness Training International (MTI), Felipe Lapa, somente no início da década de 70, a meditação ganhou sua 'roupagem ocidental', graças à popularização da meditação transcendental, conquistada através da fama de praticantes como os garotos de Liverpool, George Harrison e Paul McCartney, e outros ícones da música e cinema.

A academia, porém, conheceria a meditação por intermédio do psicólogo Jon Kabat-Zinn. Que com a ajuda de outros dois colegas de trabalho, montou uma clínica experimental para utilizar as práticas budistas no tratamento de dores crônicas. A experiência se mostrou um sucesso e daí em diante, a busca pela atenção plena se tornou uma febre no mundo corporativo.

Com benefícios práticos comprovados, como: tratamento de insônia, estresse, dores crônicas, o Mindfulness não relaxa ao ponto de reduzir a produtividade, "é justamente o oposto, com o uso da pleno da atenção, o indivíduo pode e - de fato - melhora o processo de tomada de decisão, aumentando - assim - a satisfação, produtividade pessoal e, por consequência, o rendimento de suas atividades", concluiu Felipe Lapa.

Outras duas áreas beneficiadas pela prática são a criatividade e a comunicação. Com o mindfulness, o praticante passa a ouvir melhor a si mesmo e os outros. “Isso repercute diretamente na melhora do ambiente laboral e relacionamento com os pares. E o melhor: os benefícios se intensificam e diversificam conforme a repetição dos exercícios”, descreve Felipe.

“A busca pelo benefício não é o principal foco da prática. A gente pratica e o benefício acontece. Eu costumo dizer que é como ir pra uma academia de ginástica. Quando você faz a musculação, faz a atividade física, os benefícios são os mais variados, mas não apenas tonificar os músculos”, diz o especialista.

Para José Rodrigues, servidor do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE), o mindfulness é uma válvula de escape. “Vivemos numa sociedade opressora, somos tão programados a agirmos e sermos de uma forma padrão que internalizamos que somos nossos pensamentos e sentimentos, mas não somos [...] é através destas técnicas de meditação e respiração que aprendemos a parar, mesmo que por um minuto, para tomar consciência do momento presente e assumirmos o controle”, diz.

Ainda segundo Rodrigues, uma vez que você trabalha com a concentração voltada para o momento presente, atua “com um imenso prazer. O mesmo vale para comer; para conversar e interagir com o ambiente. Isso tem sido o melhor para mim”, afirma. A prática, a qual ele se refere nada mais é do que uma parada diária para sentar e observar a respiração com toda a atenção. Quem já provou afirma que é como “resetar” o nosso computador interno e reiniciar com mais resolução, memória e fluidez. Não custa tentar.

Para José Rodrigues, servidoir do TCE, meditar é válvula de escape

Para José Rodrigues, servidoir do TCE, meditar é válvula de escape - Crédito: Leonardo Malafaia / Folha de Pernambuco

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Crédito: Lehi Henri / Arte FolhaPE

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