A farra dos condimentos
Em Serra Talhada, no Sertão do Pajeú, o vereador Vandinho da Saúde levantou suspeitas sobre um gasto milionário da Secretaria de Educação com itens como sal, cominho e colorau. Segundo o parlamentar, foram destinados cerca de R$ 160 mil do salário-educação — verba que deveria financiar melhorias pedagógicas — para a compra desses itens básicos em um mercado de Calumbi, município vizinho.
E a cifra não pararia por aí: de acordo com uma apuração mais detalhada no Portal da Transparência, o valor total pago a esse mesmo fornecedor ao longo do ano chegou a R$ 2,5 milhões. A denúncia tem tons inflamados, especialmente ao trazer à tona o que o vereador chama de “mal uso” de verbas públicas essenciais, pedindo a atenção da sociedade e dos profissionais da educação para o destino desses recursos.
A resposta veio rápida e cortante pelo secretário de Educação, Edmar Júnior, que rebateu a denúncia, afirmando que não houve irregularidade e que as aquisições incluem outros insumos alimentícios, além de gás, necessários para manter as escolas em pleno funcionamento. Edmar classificou as declarações de Vandinho como “irresponsáveis” e sem fundamento, ressaltando que a licitação ocorreu de forma transparente e que a empresa fornecedora é regular e qualificada.
Em um cenário onde o controle de gastos públicos é questão sensível, o embate entre Executivo e Legislativo em Serra Talhada destaca o atrito constante sobre como e onde a aplicação dos recursos da educação realmente impacta a comunidade.
Sem apoio
Em discurso na Assembleia Legislativa, o deputado Diogo Moraes (PSB) criticou o Governo de Pernambuco por, pela primeira vez, não apoiar a tradicional Festa do Zé Dantas, em Carnaíba, Sertão do Pajeú. O evento, que há quase três décadas celebra o compositor com tributos à sua parceria com nomes como Luiz Gonzaga, ficou sem a colaboração do Estado, o que Moraes lamentou como uma ausência que enfraquece o legado cultural da região.
Juventude e renovação
Dr. Gabriel, o mais jovem vereador eleito em Dormentes, chega com a promessa de renovação política, apostando em saúde e empreendedorismo rural como focos de seu mandato. Aos 27 anos, o fisioterapeuta — que, em 2020, perdeu a eleição por apenas um voto — quer implantar políticas voltadas à inclusão, como a criação de associações para famílias atípicas e pessoas com autismo, área em que possui especialização. Gabriel também enxerga no associativismo e na formação contínua ferramentas para fomentar a economia rural, com o objetivo de impulsionar setores como a caprinovinocultura e apicultura.